Minhas opiniões e publicações, expostas neste espaço, são reflexões acadêmicas de um cidadão-eleitor, publicadas ao abrigo do direito constitucional da liberdade de expressão

"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)

12 agosto, 2005

Refém do dia seguinte

“A revista "Época" deste final de semana traz reportagem de capa com o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, que renunciou ao mandato de deputado federal na semana passada. Em entrevista, ele diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia do acordo de R$ 10 milhões feito entre PT e PL para selar a aliança da campanha de 2002. Segundo ele, o dinheiro foi pago só depois das eleições, por Marcos Valério, em malas de dinheiro.” (Portal IG – 12/08/05)

A que ponto se chegou, o Presidente da República decidiu fazer um pronunciamento à nação, esclarecendo os acontecimentos que dominam o noticiário, entretanto, não o fez antes de ler a edição antecipada da revista “Época”.
Teve medo de falar alguma coisa hoje, e amanhã os fatos o desmentir, o presidente está na fase de temer ser atropelamento pelos fatos.
Após tudo lido e pensado, resolveu falar. Falou à nação na presença de seus ministros, lá na Granja do Torto, mesmo lugar que a um mês atrás dava uma festa junina para a quadrilha dançar.
Disse-se indignado, e “traído”, mas por quem? Isso não disse.
Soube falar de crescimento industrial e rural, inflação abaixa com contas equilibradas, emprego em crescimento exuberante. Mas o que o povo queria ouvir, quem, como, quando, onde, não falou. Pediu desculpas e disse que o seu partido tinha que se desculpar, mas de que e por causa de quem?
Disse que se dependesse dele todos já estariam punidos, um tremendo avanço para quem a menos de um mês era contrário à apuraçã. mas não indicou quem nem fez sinal que indicará.
Pois é Presidente, o senhor hoje perdeu uma grande oportunidade, a de se revelar o verdadeiro estadista que acha que é, mas como não podemos esperar mangas de um pé de goiaba, nem ovos de uma vaca leiteira, não poderíamos esperar mais do que nos deu.
Como mandatário maior da República era seu dever convocar eleições antecipadas para o legislativo e executivo pela via de emenda constitucional, era seu dever renunciar à reeleição, era sua obrigação convocar uma assembléia nacional constituinte, o Congresso certamente o apoiaria, isso como forma de legitimar e apagar as dúvidas sobre as leis aprovadas e maculadas pela compra de votos.
Pois é Presidente, o senhor não um é estadista mesmo não, quando muito o operário-meu-patrão, com as devidas desculpas aos operários de verdade, trabalhadores honestos.
Pois é Presidente sairá caro ao país esse seu apego ao cargo e essa falta de despreendimento público.

4 comentários:

Alice disse...

De verdade , estou decepcionada !!!

Paola de Andrade Porto disse...

Indignada!!!

Elaine disse...

Muito caro, amigo Ozéas. Nem sei o que vai ser da gente daqui pra frente.
Aproveito a oportunidade para desejar ao Ilustre, professor um Feliz Dia dos Pais. Que você possar curtir bastante sua família nesse dia.
Abrs,
Elaine

Ricardo Rayol disse...

como diria sheakspeare. Fodeu o barraco.