Através de uma mensagem protetora o “Grande Irmão”, cada dia mais presente, justifica seus atos manifestando inicial preocupação com o bem estar geral; no próximo momento provoca e trava debate teleguiado, com alvo precisamente escolhido e satanizado, indicado como responsável por males que a sociedade deve expurgar; finalmente, o Estado chama para si a responsabilidade de melhor gerenciar a vida daqueles que não sabem como fazê-lo, verdadeiramente, proibindo seus súditos de errar, despersonalizando assim os comportamentos individuais “desviantes”. Em nome do todo, todos devem ser iguais. É a robotização de seus membros.
Se dirigir não beba, não use celular enquanto ao volante, use sempre cinto de segurança, não fume, use capacete, não compre produtos piratas, não sonegue seus impostos, não compre moeda estrangeira sem declarar, não tenha arma sem registro... infinitos são os comandos proibitivos e, diante de novas situações ainda não reguladas, os rumos são “corrigidos” através de novas proibições, precedidas sempre de “fundamentadas justificativas”.
A presença máxima do Estado na vida do indivíduo é justificada pelo discurso da proteção dos seus cidadãos, contra erros que possam cometer contra si e, conseqüentemente, evitando que o comportamento individual cause dano aos demais membros da sociedade. Tudo muito bem articulado e engendrado, o Estado já não se satisfaz apenas com parte do fruto do trabalho de seus súditos, quer almas dóceis, pensamentos convencidos e vidas intactas e protegidas de todo mal, quer a garantia da produção com o menor custo, certamente majorado quando presente o componente da liberdade.
É o fim das liberdades individuas, o fim da individualidade como um dia se conheceu, essa é uma tendência mundial, não importando continente, sistema ou regime adotado. Sempre em nome da proteção do indivíduo, tudo em nome do bem comum.
Finalizando o post com as palavras de Fritz Utzeri: “E não nos iludamos. A história da humanidade não é uma linha ascensional contínua em direção à luz ou à razão. Podemos muito bem caminhar para trás, apesar (ou talvez por causa) de nossa imensa tecnologia e nosso poder. Roma e o mundo romano em seu auge eram muito melhores do que a Europa em grande parte da Idade Média”.