Minhas opiniões e publicações, expostas neste espaço, são reflexões acadêmicas de um cidadão-eleitor, publicadas ao abrigo do direito constitucional da liberdade de expressão
"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)
30 setembro, 2015
11 setembro, 2015
11 de setembro, tempo de reflexão
Em 11 de setembro de 1973, o presidente eleito do Chile,
Salvador Allende, foi deposto por um golpe militar comandado pelo general
Augusto Pinochet.
O golpe foi articulado por oficias das forças armadas e grupos
neofascistas, sendo apoiado pela CIA, encarregada de dar total apoio militar e
financeiro em nome dos EUA.
A ditadura chilena marca uma das mais sombrias páginas da
historia da América Latina, estimando-se em seus 17 anos, oficialmente, tenham
ocorrido mais de 40.000 mortes, embora, extraoficialmente se fale em mais de
100.000 pessoas, isso sem se considerar outras incontáveis violações aos
direitos humanos (torturas, estupros, saques, mutilações, desaparecimentos...).
Hoje é 11 de setembro e, daquelas infelizes coincidências, 28
anos depois do golpe patrocinado pelos EUA, também foi nesta data que as torres
gêmeas do WTC em Nova Iorque foram atingidas por dois aviões tripulados por
terroristas da al-Qaeda, quando morreram 2.996.
Longe de qualquer sabor de vingança, embora imperfeito, não
consigo nutrir ódio mesmo se alguém me odiar, todavia, é impossível não se
estabelecer parâmetros comparativos entre os dois atentados. Igualmente
irracionais e desumanos, porém, o golpe chileno quase passa despercebido quando
comparado ao colorido, televisivo e pirotécnico terrorismo de Manhattan.
Talvez 11 de setembro seja uma boa data para reflexões sobre o
que se planta como opção e o que se cole por obrigação; nesta data que podemos
recordar semelhança e diferenças que se completam, por um lado, quando uma
nação é agredida por outra mais forte e se ajoelha à seus interesses, por
outro, quando essa mesma potência se vê batida e de joelho pelo muito que
semeou.
02 setembro, 2015
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