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"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)

11 setembro, 2015

11 de setembro, tempo de reflexão


Em 11 de setembro de 1973, o presidente eleito do Chile, Salvador Allende, foi deposto por um golpe militar comandado pelo general Augusto Pinochet.

O golpe foi articulado por oficias das forças armadas e grupos neofascistas, sendo apoiado pela CIA, encarregada de dar total apoio militar e financeiro em nome dos EUA.

A ditadura chilena marca uma das mais sombrias páginas da historia da América Latina, estimando-se em seus 17 anos, oficialmente, tenham ocorrido mais de 40.000 mortes, embora, extraoficialmente se fale em mais de 100.000 pessoas, isso sem se considerar outras incontáveis violações aos direitos humanos (torturas, estupros, saques, mutilações, desaparecimentos...).

Hoje é 11 de setembro e, daquelas infelizes coincidências, 28 anos depois do golpe patrocinado pelos EUA, também foi nesta data que as torres gêmeas do WTC em Nova Iorque foram atingidas por dois aviões tripulados por terroristas da al-Qaeda, quando morreram 2.996.

Longe de qualquer sabor de vingança, embora imperfeito, não consigo nutrir ódio mesmo se alguém me odiar, todavia, é impossível não se estabelecer parâmetros comparativos entre os dois atentados. Igualmente irracionais e desumanos, porém, o golpe chileno quase passa despercebido quando comparado ao colorido, televisivo e pirotécnico terrorismo de Manhattan.  

Talvez 11 de setembro seja uma boa data para reflexões sobre o que se planta como opção e o que se cole por obrigação; nesta data que podemos recordar semelhança e diferenças que se completam, por um lado, quando uma nação é agredida por outra mais forte e se ajoelha à seus interesses, por outro, quando essa mesma potência se vê batida e de joelho pelo muito que semeou.