Minhas opiniões e publicações, expostas neste espaço, são reflexões acadêmicas de um cidadão-eleitor, publicadas ao abrigo do direito constitucional da liberdade de expressão

"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)

29 dezembro, 2005

O Blog vai parar


Não tenho um Blog tão famoso que me faça justificar cada passo desandado que tenho que dar.

Mas tenho leitores e amigos que me ensinam diariamente a escrever, olham, palpitam, criticam e me apontam novos caminhos que sozinho não conseguiria enxergar.

Abraço a todos novamente tal como já fiz no Natal, agradeço a companhia de todos pelos últimos seis meses e congratulo-me pelo empolgante pugilismo cerebral que praticamos, pura arte no esporte de pensar, com desafiadores companheiros, que não são oponentes, mas parceiros de uma equipe de luta.

Embora não seja deputado ou senador, graças a Deus nasci de mãe mais digna, também tenho minhas benesses pessoais, também me dou ao direito e saio de recesso agora, só voltando ao Blog no ano que vem. Volto mais à frente de cara nova, renovado pelas graças do meu Pai e energizado pela fé de que cada um de nós é importante para todas as transformações.

Que o ano de 2.006 seja um ano de realizações, ano de conquistas, ano de alegrias e felicidades totais. Aos amigos que por aqui passam diariamente, obrigado pela companhia, encontro com vocês no lado de lá do calendário. Que o Grande Arquiteto do Universo nos ajude na caminhada de nossas vidas.

Feliz 2.006

28 dezembro, 2005

Garantismo


Postado o tema sobre a videoconferência mais abaixo, levantei uma questão não tão conhecida por todos, não era para ser diferente, uma expressão nova que guarda toda uma concepção de como fazer e atuar o Direito, particularmente o Direito Penal e Processual Penal, me refiro ao “garantismo”.

Em tempos de violência, explorada e vendida desde a mídia até as empresas privadas de segurança, é comum ouvir-se discursos mais inflamados e cobertos de “boas intenções”, conduzindo a todos a reações diversas de seus comportamentos regulares e, mesmos violentando convicções próprias, para atender a um instinto imediato de preservação pessoal e patrimonial, acaba-se defendendo ideologias que em sã consciência nunca se apoiaria.

Com soluções simplistas e na grande maioria das vezes demagógicas, esbravejam os defensores do segmento “lei e ordem”, doutrina antagônica ao “garantismo”, exigindo a cada dia leis mais severas, penas mais duras, restrições de direitos e abolição de garantias constitucionais, como forma de ser alcançado o fim da criminalidade.

Diante de tema tão polêmico que é a questão Penal e Processual Penal, aproveito o momento para postar entrevista do Prof. Cyro Schmitz, “garantista” declarado como eu, que em palavras não tão rebuscadas do “juridiques” tradicional, explica em linhas gerais as idéias “garantistas”, que no mínimo merece uma leitura, se não por ser a tendência do Direito de todo o mundo efetivamente democrático, pelo menos para que se possa refletir a quem serve o Direito punitivo do Estado.


“Muito se tem discutido nos bancos acadêmicos a respeito dos alarmantes números que dizem respeito à violência no Brasil hoje. Enquanto deputados propõem projetos de lei para diminuir a maioridade penal, fazem discursos em torno de políticas de tolerância zero, alguns estudiosos do Direito se movimentam na direção contrária. Idéias garantistas fortalecidas pela Constituição Federal de 1988 puderam tomar espaço também com uma visão diferente da que a sociedade em geral alimenta a respeito da justiça e da diminuição da criminalidade”.
Leia Mais

27 dezembro, 2005

?


A propósito, o que Edinho, filho do Pelé, foi fazer numa clínica de recuperação de viciados em droga, na cidade de Santos/SP? Leia Mais

Ao que me consta, ele foi preso por associação ao tráfico e não por uso.

Perguntar não ofende...

Milagre econômico


O operário-meu-patrão deve estar radiante com o resultado da economia nacional no ano de 2.005, considerado o ponto mais forte do atual (des)governo, o crescimento da economia brasileira consegui ganhar do Haiti.

Com a fantástica marca de 2,5% de crescimento, goleamos a potência adversária, que registrou significativos 1,5% de crescimento do PIB no mesmo período.

Assim, podemos nos orgulhar de não estarmos no último lugar no ranking sul-americano, ficamos em penúltimo.


“Com um crescimento estimado em 2,5%, o Brasil foi um dos países que menos cresceram na América Latina em 2005, ao lado de El Salvador, também com 2,5%, e Haiti, que registrou aumento de 1,5% no Produto Interno Bruto (PIB)”. Leia Mais

Videoconferência


Nosso amigo “Serjão” com Blog recomendado ao lado, em um de seus comentários aqui no Blog, disse que hoje lembrou de mim, isso em razão da tentativa de resgate do traficante Edmilson de Souza, o “Sassá”, ocorrido na cidade do Rio de Janeiro. Leia Mais

A princípio pensei que ele tivesse me incluído na “equipe recuperadora” do meliante, mas para meu alívio, na verdade ele fazia uma boa sugestão sobre o uso da videoconferência, como instrumento para realização de audiências de presos cautelarmente custodiados pelo Estado e aguardando julgamento.

Particularmente tenho severas reservas quanto ao uso dessa tecnologia para realização de ato processual tão singular, onde o preso tem a possibilidade de participar “de corpo e alma” nas audiências que culminarão com seu julgamento. Aqui faço uma pergunta, qual dos leitores, que por um infortúnio da vida viesse a ser preso, não gostaria de estar presente às suas audiências de instrução e julgamento? Se vale pra “Chico”, tem que valer par “Francisco”.

De qualquer forma, a título de colaboração, apresento um artigo de Luiz Flávio Gomes, jurista renomado e respeitado por suas posições “garantistas” (qualquer hora falo mais sobre o tema), que me parece ser um bom caminho para reflexão e mesmo aceitação da proposta indicada pelo Serjão.


“SÃO PAULO - Em 1976, quando eu ainda era juiz de direito em São Paulo, realizei os primeiros interrogatórios on-line no nosso país (provavelmente os pioneiros também da América Latina). Naquela época dávamos a denominação modem-by-modem, porque não tínhamos recursos tecnológicos suficientes para se fazer a videoconferência (que hoje permite a interação de áudio e vídeo: um interlocutor veja e escuta o outro, pode dialogar com o outro). O tema gerou muita polêmica, que até hoje perdura(...)”
Leia Mais

Tatuagem


Com registro na pré-história, onde já se cobria o corpo com desenhos, conforme atestado pela arte rupestre e mesmo em estatuetas encontradas, indicações da presença de pinturas pelos corpos dos nossos mais longínquos parentes, são evidências da origem da tatuagem. Leia Mais

Enfeitar o corpo é próprio do ser humano, na verdade, criar diferenciais para algumas espécies é mesmo fundamental para atrair membros de outro sexo. Através de simples babados espalhados pela roupa, ou mesmo de um pedaço de pano pendurado por um nó no pescoço, o bicho homem faz a corte, se insinua e se apresenta como belo, forte e atraente aos outros de sua tribo.

A pintura na própria pele através da arte permanente é irreversível e estimulante, destaca seu usuário, fazendo-o diferente e colorido, corajoso e mais atrativo para outros, sendo repudiado somente por convenções sociais.

No Japão por exemplo, a parte do corpo tatuada deve estar coberta ao público, é sinal identificador próprio dos bandidos e mafiosos locais, é imoral a exibição pública de corpos pintados e, um simples banho de mar pode terminar numa delegacia policial. Por outro lado, aqui mesmo no Brasil, proliferam os gabinetes de tatuadores profissionais, que fazem da “arte na pele” mais um componente dessa já misturada cor de pele, própria da miscigenação racial de nosso povo.

Mas parece que nem todos pensam assim no Brasil. Candidato ao cargo de Policial Militar no Estado de São Paulo, André Machado da Silva, foi excluído do concurso de admissão por ser portador de uma tatuagem nas suas costas. Mesmo aprovado em todas as fases do certame, foi impedido de prosseguir além do “exame psicológico”.

Através de Mandado de Segurança André buscou reparo a regra “desajustada” constante do edital do concurso e, poderá continuar no caminho de seu intento independentemente de ter ou não uma pintura no seu corpo. No entender do Judiciário paulista “as regras que vedavam alguns tipos de tatuagem são discriminatórias e inaceitáveis para eliminar o cidadão habilitado a determinado cargo público. Isso porque o fato de uma pessoa ter ou não uma marca no corpo não confirma que ele seja idôneo”.
Leia Mais

26 dezembro, 2005

Ondas renovatórias


Voltando ao Blog para uma breve passagem antes do de final de ano, afinal ninguém é de ferro e, como não vou cumprir a suspensão do recesso determinado pela “grande família” (Garotinhos Ltda), vim matar as saudades e postar algumas coisinhas que andei lendo por ai.

Cada dia mais presente em nossa vida, a tecnologia de transmissão de dados e informações vem tomando espaço e rompendo com barreiras formais e arcaicas. A Coréia do Sul demonstra que com um pouco de criatividade e boa vontade, as coisas podem mudar para melhor.

“Os sul-coreanos poderão em breve olhar para seus telefones celulares com alguma desconfiança, já que promotores planejam, a partir do próximo ano, começar a dizer para as pessoas que elas foram indiciadas através de mensagens de texto, informou uma autoridade do governo nesta segunda-feira.

Em um país onde cerca de 75 por cento da população têm telefones celulares, os promotores acreditam que já é hora de acabar com as ordens judiciais por papel e em vez disso enviá-las eletronicamente, disse Lee Young-pyo”
Leia mais. Assim, esperam os sul-coreanos economizar dinheiro e dar mais agilidade aos procedimentos judiciais, enfrentando com tecnologia o monstro formal do judiciário, emperrado em quase todos os países.

Boa iniciativa a coreana, mas nem precisava ir tão longe no Brasil, creio que muitos se dariam por satisfeitos se os cartórios das varas mandassem e-mails para os advogados informando as datas das audiências e os despachos dos magistrados para ciência. A propósito, aproveitando o pacote de sugestões natalinas, que tal o advogado encaminhar via e-mail suas razões iniciais e finais de defesa?

Bem a propósito do tema, universalizar a jurisdição é um pressuposto básico ao acesso à justiça. O processualista italiano Mauro Capelletti identificou “três ondas renovatórias do direito processual”, como forma de se atingir a um moderno processo de “resultados”: a) assistência jurídica integral e gratuita aos carentes de recursos; b) a aceitação de demandas visando à defesa de direitos difusos e coletivos, antes ignorados; e c) o aperfeiçoamento técnico dos instrumentos processuais para a garantia da eficácia social da prestação jurisdicional (Leia mais sobre o tema)

Ano novo, velha estória


Novamente cotado para voltar ao futebol tricolor, Romário, apadrinhado do presidente da UNIMED, Celso Barros, está a um passo, se já não estiver com os dois, dentro das Laranjeiras.

Numa passagem de dois anos pelo Fluminense (entre 2002 e 2004), o jogador foi pivô de discórdias, divisão do grupo e responsável até por agressões a torcedores e a outros atletas.

Acostumado a não treinar, chegar quando bem entende ao clube, ao cúmulo de se apresentar esse ano 40 minutos antes do inicio de uma partida, após uma semana longe dos treinos, para vestir a camisa e jogar, esse é o “reforço” que meu Fluminense está arrumando.

Nem preciso dizer o que significa isso para o grupo que se pretendia reforçado, como também para a construção de uma equipe disciplinada e vencedora, prometida pela diretoria, mas pelo visto não vai ser dessa vez. Mas isso é o preço, o preço da chantagem, não vejo outra palavra, que o Fluminense vai ter que pagar por erros de administrações passadas.

Derrotado judicialmente em todas as instâncias, o Fluminense deve por conta da exploração em sua camisa do nome da empresa vencedora, R$ 9 milhões de reais. O clube não tem esse valor, mas a atual patrocinadora UNIMED tem, paga e ainda por cima renova o contrato de patrocínio por mais três anos, mas quer porque quer o Romário, apadrinhado do patrocinador, vestindo a camisa tricolor. Como o “peixe” não é bobo, quer trazer junto como técnico seu amigo de privilégios e baladas, "Renato Gaúcho”.
Leia mais no O Globo

21 dezembro, 2005


Papai Noel tem colocado seus presentes na minha árvore desde julho, são verdadeiras jóias raras que já fazem parte do meu dia-dia, pessoas especiais.

São brigões, doces, inteligentes, doidos, criativos, raivosos, maliciosos, irreverentes, sentimentais, justos, românticos, firmes, panfletários, moderados, metidos, engraçados, humildes... são tudo isso e muito mais, são os meus amigos: Alice, Cotrim, Helena “Santa”, “Jacaré”, Marcelo Orlando, Elaine Paiva, “Exterminador”, Marcos do “Gotas”, Gusta, Ricardo Rayol, Paola, Odilene e Willam, Luma, Vera Lúcia, Cláudia, “Pirata”, Nemerson Lavoura, Saramar, Bruno, “Serjão”, “Star”, Marcos Vasconcelos, Antonio Rayol, Walter Carrilho, Nagib e Vanessa Valentin.

Feliz Natal para todos, que Jesus abençoe seus corações.

Silêncio solene

Meus amigos do Blog são incansáveis, comentam meus textos e ainda conseguem fazer alguns elogios, mais pela amizade que pelas qualidades dos artigos, mas não deixam de dar um pitaco construtivo e crítico, abrilhantando com suas participações assuntos, que não raras vezes, nos são tão incomodativos.

Entre uma crise renal e uma correção de prova de final de ano, postei no dia 14 de dezembro sobre um tema que sou particularmente fã, a pena de morte. Sob o título de “Quando o Estado é criminoso”, chamei ao debate a questão e, qual não foi minha surpresa, silêncio total dos leitores, nenhuma pedra atirada, nenhuma bandeira desfraldada, simplesmente nenhum comentário.

Vez por outra a gente erra na mão, perde o tema certo e não agrada a ninguém. Mas certamente, dessa vez acho que o principal obstáculo ficou por conta de minhas posições, evidentemente contrário as execuções oficiais. Abri o debate e recebi o silêncio, entendi o recado e respeitei o não.

Como diria vovó: “Quem tem Blog escreve o que quer, quem comenta, fala se quiser”.

Citrato de Potássio – Litocit

Recomendado a desenvolver e processar dois litros de xixi por dia, o que implica num quase afogamento por ingestão de água, já que não adianta beber a quantidade de líquido indicado, porque o organismo retém boa parte ingerida, ou transpiramos outros tantos mililitros, acho que finalmente “ela” se foi.

Deve ter descido por algum duto bem mais largo que minha ureter, corrido em direção ao seu destino até sua quase total dissolução, já que algum átomo ainda registrará para sempre sua existência. Foi-se a “pedra”.

Auxiliado por doses generosas de citrato de potácio, debastei a pequena pedra bruta, arredondei suas bordas e dei passagem para seu natural caminho. Sem dor volto a sorrir livremente. Agradeço aos amigos toda forma de solidariedade.

Ainda bem, vem por ai muito “líquido de especial qualidade" nas festas de final de ano.

17 dezembro, 2005

A outra versão

O Juiz de Direito Livinghsthon José Machado, aquele que foi apresentado no Jornal Nacional como o Juiz que estava soltando todos os bandidos de Contagem/MG, resolveu falar, ou melhor, escrever suas razões de agir, que não foram devidamente apresentadas pela mídia oficial.

“(...)A representação formulada para interdição das carceragens do 1º Distrito Policial foi concluída em primeiro lugar e, diante da constatação de que em duas celas onde cabiam sete, estavam 63 presos e com várias doenças, foi decretada a interdição daquela unidade. Como conseqüência, foram comunicados os juízes das varas criminais da comarca e determinada a transferência imediata dos condenados. Ordem que mais uma vez não foi cumprida(...)”.
Leia toda a matéria

Apresentado como um louco ou irresponsável, o magistrado terminou por afastado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Na oportunidade recebeu apoio de seus colegas de 1ª instância, mas que de nada valeu, senão quem sabe, para irritar mais ainda os que insistem em varrer para baixo do tapete nossas mazelas carcerárias.

O preço do silêncio


Feroz combatente pelas mudanças estruturais e ideológicas no Partido dos Trabalhadores, tendo inclusive abandonado a disputa à presidência do partido, por questões apresentadas como éticas, o ex-ministro Tarso Genro tem andado muito calado, já vai tempo que não vejo seus comentários sobre a nova executiva eleita no partido, bem como, também não lembro de nenhum comentário quanto a degola do Zé Dirceu.

A propósito, Cláudio Humberto escreveu essa semana na sua coluna, que Genro admitiu ter sido convidado a ocupar a vaga do ministro Carlo Velosso no STF, que se aposenta compulsoriamente em janeiro.

Como diria o cantor sertanejo:


“E se dia dia a gente briga / de noite a gente se ama / é que nossas diferenças / acabam no quarto / em cima da cama”

15 dezembro, 2005

Pizza

Massa

Ingredientes
1 quilo de farinha de trigo
50 gr. de fermento biológico
uma colher de sal
1 xícara de oleo
água suficiente para deixar a massa macia
Dicas:Se usar forno à gás ou elétrico, abra a massa mais fina e não deixe as beiradas grossas - chamadas de cornichones - próprias para massa a ser assada na lenha

Modo de preparar
1. Coloque a farinha em uma bacia e abra uma cavidade ao centro
2. Dissolva bem o fermento em um copo com água
3. Junte-o à farinha e comece a mexer
4. Acrescente o óleo e junte o sal também dissolvido em um pouco de água.
5. Quando obtiver uma massa de consistência lisa e elástica, divida-a em 6 partes e sove bem cada uma delas.
6. Coloque as bolas sobre uma táboa ou mesa e deixe crescer até dobrar de tamanho

Molho

Ingredientes
6 tomates sem sementes
1 colher de azeite de oliva
1 colher de orégano seco
Mussarela
Anchovas
Azeitonas pretas sem caroço
Para variar o recheio
Linguiça calabreza cortada em fatias e cebola
Palmito e ervilhas coberto de mussarela
Presunto e mussarela
Anchovas, alcaparras, azeitonas cobertas com mussarela
Escarola refogada no alho
Brócolo cozido e refogado no alho
E tantas outras combinações


Modo de preparar
1. Bata o tomate no processador com o azeite até obter uma pasta não muito homogênea
2. Misture o orégano e espalhe sobre a massa já previamente assada se for usar forno à gás ou crua se for usar forno de lenha
3. Cubra com a mussarela ralada ou cortada em fatias finas
4. Espalhe sobre ela as anchovas e as azeitonas, regue com azeite de oliva e leve ao forno até a mussarela derreter

14 dezembro, 2005

Exercícios para elevação espiritual

Alguns acreditam que pelo sofrimento do corpo se chega ao paraíso, eu não, sou pela graça de Deus, que me escolheu um dia e disse: “vai meu filho, toma posse de tudo que é meu na terra e no céu”. Mas para aqueles que acreditam que é pela dor que se chega à realização, e mesmo para aquele que sem escolha, necessitam da participação do Estado em suas vidas, recomendamos uma série de exercício para se atingir o nirvana.

Como primeiro exercício espiritual sugerimos uma vistoria de automóvel no Detran/RJ.

O Rio de Janeiro é um dos poucos Estados que exigem a vistoria dos veículos anualmente, sob a alegação da manutenção, conservação e regularidade da frota dos automotivos, os proprietários de seus veículos devem pagar os devidos encargos tributários, ligar para o Detran/RJ e agendar sua ida a um posto de vistoria, quando serão verificados o estado geral do veículo, lataria e pintura, emissão de gases, pneus, extintores de incêndio e parte elétrica (faróis, lanternas, limpadores do pára-brisa, buzina etc.).

Quem olha de fora do Estado admira-se com tamanha qualidade de serviço, com hora marcada, vistoria realizada por estagiários da Universidade do Estado do Rio de Janeiro –UERJ e, imagina que tudo que é cobrado e realizado não poderia ser melhor para todos.

Mentira, não funciona assim. Primeiro, marcar a vistoria é uma vitória, já que os telefones estão sempre ocupados; segundo, procuração passada por instrumento público não tem valor, o procurador tem que dar entrada com o pedido diretamente no Detran; terceiro, o agendamento não cumpre o horário estabelecido, se você marcar pelo telefone às 16h, prepare-se para sair do Detran as 18:30, isso depois de enfrentar algumas filas para ser vistoriado e em guichês para entrega de documentos; quarto, o Detran/RJ não reconhece o concubinato como forma legal de união, ou seja, para fazer a vistoria do cônjuge, só com certidão de casamento; quinto, foi construída uma industria paralela de “aluguel” de pneus e extintores só para o momento da vistoria, ou seja, o carro é “maquiado” só para a ocasião; quarto, como não poderia deixar de ser, ainda existe o “jeitinho” brasileiro, para os mais felizardos.

Atenção, não deixe de calibrar o estepe, senão você é obrigado a sair do posto do Detran só para dar um arzinho no pneu e, voltar no final da fila.

Em breve voltamos com o segundo exercício de elevação espiritual.

Notícias instantâneas

O Blog está disponibilizando acesso ao Google Notícias Brasil para seus leitores na coluna “Home Pages Indicadas”, ali ao lado esquerdo da página.

Achei bastante interessante prestar esse serviço, porque as informações contidas no site do Google não se resumem a sua editoria que, diga-se de passagem, tem uma ótima formatação, existindo no endereço indicado uma barra de pesquisa onde em tempo real, podem ser pesquisadas por palavras chaves, outras 200 fontes de atualização.

Num mundo onde a cada cinco minutos as informações se renovam, ainda que não consigamos acompanha-las em sua integralidade, nada como ter mais uma ferramenta de atualização disponível.

Quando o Estado é criminoso


O desumano ato criminoso pode ser compensado por outro ato de igual ou maior proporção?
O Estado, conjunção de fatores comuns que unificam determinada população, representa a vontade de seus legítimos titulares, o povo, pode ser instrumento de violência, a guisa de patrocinar justiça?
Na verdade a muito o homem abdicou da Lei de Talião, “olho por olho, dente por dente”, avançou, se civilizou, embora ainda não tenha conseguido solucionar o problema da retribuição penal, já nega a muito pela história o criminoso comportamento estatal, abriu mão de matar oficialmente e busca alternativas compensatórias à violação máxima da lei penal.
Alguns poucos lugares no mundo ainda acreditam na pena capital, ainda apresentam cabeças como troféus na caçada repressora ao crime, um dos poucos lugares “civilizados” que ainda adotam a pena de morte são os EUA.
Acostumado a ver na persecução penal ranços e vícios de racismo e preconceito, não admito a cruel realidade. “Os prisioneiros executados não são necessariamente os piores, mas aqueles que eram demasiado pobres para contratar bons advogados ou que tiveram de enfrentar juízes mais duros”.
“Os estudos científicos mais recentes sobre a relação entre a pena de morte e as percentagens de homicídios, conduzidas pelas Nações Unidas, não conseguiram encontrar provas científicas de que as execuções tenham um efeito dissuasor superior ao da prisão perpétua”.
Outras tantas razões poderia invocar, tais como, que a pena de morte pode ser uma arma política, que a pena de morte não é autodefesa, a possibilidade do erro no julgamento, a tortura física e mental que representa a pena de morte etc.
Meu post foi motivado a propósito da execução de Stanley "Tookie" Williams (Leia Mais), na Califórnia, EUA. Nessa terça-feira, sem a clemência do governador do Estado Arnold Schwarzenegger, foi cumprida a sentença de morte imposta por algum juiz de algum tribunal.
Não sei qual o crime de Stanley, nem procurei saber, são meus princípios, e de princípios não abro mão, qualquer que seja a situação. A vigarice que representa a pena de morte, efetivamente implantada no Brasil não oficialmente, mas pelo aparato oficial representado pelos seus “grupos de extermínios”, é um engodo aos olhos e corações desavisados.
O EUA é o país com maior número de prisioneiros percentuais que conheço, 1% da população americana vive atrás das grades, ou seja, mais de 25 milhões de pessoas foram processadas e tiveram como retribuição ao comportamento acusado, a cadeia. Como se resolvesse alguma coisa, além dessa doutrina de segurança máxima, alguns Estados da União, ainda persistem na adoção do “exemplar” remédio da morte como forma inibidora à prática criminosa
.

13 dezembro, 2005

Negligência

Dia 05 de dezembro o menino Delmar de Assunção Pacheco Albuquerque faleceu, conforme atestado de óbito, asfixiado por afogamento, na piscina do Hotel Fazenda Serra Castelhana, localizado na cidade de Saquarema/RJ Veja o Site.

A mãe de Delmar é uma de minhas alunas, Paula Marisa Albuquerque, angolana assim como o pai, sendo que este reside no seu país de origem, enquanto mãe e filho residiam aqui no Brasil, privavam-se do permanente convívio familiar só para uma coisa, estudar.

Delmar de pouco mais de sete anos, foi para o passeio numa excursão patrocinada pelo seu colégio “Escola da Luluzinha”, localizado na cidade de Niterói/RJ, sob a guarda e proteção dos professores e responsáveis pelo local da visita, não foi devidamente guardado ou protegido por quem tinha tal obrigação.

Não havia salva-vidas na piscina, ou como justificado pelo hotel, o mesmo teria saído para almoço; embora tenha sido vestido com sua sunga pelos professores responsáveis, ninguém da escola viu o menino se afogar; Delmar foi retirado da piscina por outro colega de escola de doze anos, único a perceber todo o acontecimento; não havia uma ambulância no hotel ou no mínimo um enfermeiro habilitado para primeiros socorros, o menino foi levado ao hospital da cidade num carro particular, recebendo respiração “boca-a-boca” de uma das professoras, mas já chegou sem vida para o atendimento.

A família está desolada, vários familiares vieram de Angola para acompanhar seus pais em tão difícil hora. Minha aluna no dia dos fatos tinha prova de minha disciplina, faltou para ver o corpo de seu filho negligentemente morto. Hoje fui procurado por Paula que me pedia indicação de advogados, para exigir o que bizarramente podemos chamar de justiça.

Existem certas notícias que não gostamos de postar, mas são necessariamente cruéis.

12 dezembro, 2005

Bom inicio de semana

O alimento da alma

É sempre bom lembrar que nossa alma alimenta-se da esperança de que as coisas possam mudar para melhor. Para ser otimista não é necessário inventar nada, basta lembrar de tudo de ruim que já aconteceu e de como as situações terríveis pelas quais passamos foram resolvidas, superadas, ou chegaram ao fim. Depois da tempestade, sempre vem a bonança; quem aposta no final feliz, ganhará sempre.

Moral da história: “noventa e nove por cento das piores catástrofes da minha vida simplesmente não aconteceram”.

(Olhar Acima do Horizonte – Luiz Alberto Py – ed. Rocco)

11 dezembro, 2005

É fácil, é só querer


A manchete não poderia ser mais estimulante: “Homem tenta roubar banco por telefone”.

Um homem que roubou um banco na cidade de Auckland, na Nova Zelândia, ficou tão impressionado com sua performance que tentou novamente na sexta-feira, mas desta vez por telefone.
Leia Mais

Embora seja novidade por lá, na Nova Zelândia, por aqui em terras brasilis todo dia acontecem extorsões por telefones, é o “golpe do seqüestro” querendo dinheiro, a ameaça de dentro dos presídios exigindo créditos telefônicos para celulares e tantas outras variações.

Parece que começamos a exportar know-how, só não deu certo porque a diferença está na polícia, a de lá agiu rápido, grampeou a linha e prendeu o esperto assaltante, a daqui nem se dá mais ao trabalho de registrar as ocorrências, limita-se a dizer para não pagar e que não passa de um golpe.

10 dezembro, 2005

Sensacional!!!!

Essa eu encontrei no Blog “Toque das Ruas” (link no nome).

09 dezembro, 2005

Charge, Adauto Suannes

Golpista

Trabalhando por 32 anos, de “flanelhinha” a advogado, defendendo o que é ético e decente, disputando passo a passo o espaço no magistério e, consagrado em concurso público. Tenho todo direito de dizer, presidente, no seu governo se rouba; presidente, no seu governo tem ladrão; presidente, quem trabalha e pactua com ladrão, ladrão é.

A propósito presidente, golpista é a mãe.

08 dezembro, 2005

Cadê o umbiguinho que estava aqui?

Sob o título “Retocar, sim...” a Folha Online, na Coluna do Ricardo Feltrin, conta que o que todo mundo já sabe, que não obstante os peitos, bundas, braços e pernas de silicone, nossas musas inspiradoras, fotografadas pelas revistas masculinas, também sofrem ainda um “capricho” do Photoshop, realçando ou escondendo, na maioria das vezes, suas formas.

O que chama a atenção na matéria publicada, é o fato que na edição de novembro da Playboy, o artista da “guaribada” exagerou um pouquinho, nos “retoques” sumiu com o umbigo da modelo desnudada.

Tadinha da donzela de borracharias, “desumbigada”, também ficou desacreditada de todos seus dotes esculturais exibidos.

Bons tempos quando as senhoritas pediam apenas uma meia luz, não que fosse importante, mas qualquer compensação necessária era devidamente suprida por coisas mais importantes.

Questões provincianas

Reassumindo o Blog, devidamente vigiado pelos amigos, em retorno do meu passeio pela “terra do faz de conta” ou do “me engana que eu gosto”, volto a postar trazendo só para registro uma questão “provinciana”.

Em Niterói existe uma estrada que liga as regiões sul e oceânicas da cidade, chama-se “Estrada Velha de Itaipu”, foi construída ainda no governo do interventor do Estado do Rio de Janeiro Faria Lima e do prefeito de Niterói Ronaldo Fabrício, também nomeado pela ditadura.

Quando de sua construção, não faltaram avisos que deveriam ser utilizadas manilhas com maior diâmetro e bem reforçadas, isso porque o solo não era dos mais confiáveis e com o passar do tempo, o aumento do volume de tráfego e claro, com a possibilidade de chuvas mais fortes, poderiam colocar em risco toda a estrada e a vida de seus usuários.

Pois bem, com as fortes chuvas que castigaram a cidade nas últimas semanas, não deu outra, a coisa de 20 dias a estrada desceu ladeira abaixo, e por obra do divino espírito santo, ninguém saiu ferido.

Alguns especialistas advertem que tem mais chão para cair, outros pontos da estrada também estariam comprometidos, tudo por causa de obras superfaturadas, abrigadas pelo manto da impunidade que toda ditadura trás em seu bojo.

A propósito, o construtor da obra faleceu, mas deixou a conta ao município, uma dívida de milhões que foi discutida judicialmente, mas para infortúnio de nós contribuintes, em última instância, teremos que pagar.

Quanto ao antigo prefeito nomeado, Ronaldo Fabrício, esse continua vivo.

06 dezembro, 2005

É vapt-vupt

O Blog estará sem novos post por 48h, razões de trabalho, com cálculo renal ou sem ele, me fazem partir para uma rápida viagem a Brasília.
Aos amigos, por favor, tomem conta da criança.

04 dezembro, 2005

Saco de pancada

É revoltante, mas depois da sequência de derrotas do meu time de coração, só me resta repetir o velho bordão: "Quem não tem competência não se habilita".

Imperdível

Convencido por uma crítica que li de Dominique Valansi, resolvi arriscar mais uma vez no cinema brasileiro, desta vez satisfeito, posso dizer que não me decepcionei.

Num belíssimo documentário o diretor Miguel Faria Júnior produziu o filme “Vinícius”, narrou o cineasta a trajetória de um dos maiores poetas modernos que o Brasil já teve, apresentou a vida e a obra do “poetinha” desde seus tempos de infância na Gávea/RJ, até sua derradeira declaração de partida.

O filme desnuda um personagem fantástico, sedutor, belo e generoso, que rompeu com barreiras e padrões na arte de escrever a poesia. Seu dinâmico roteiro apresenta um homem apaixonado por todas as mulheres, mas credor de seu grande amor, um artista vibrante e boêmio, que se dava a todos e encantava a quem dele se aproximasse.

Sai do cinema com o coração mais feliz e de bem com a vida, além de ter podido conhecer um pouco mais da história desse fantástico artista brasileiro, brasileiro de verdade. Depois do filme na minha mente criou-se uma nova imagem, que Vinícius de Moraes foi nosso Pablo Picasso da poesia, com todos seus conflitos, paixões e seu principal vício, de querer viver a vida em toda sua intensidade, até o fim, ou como preferirem, até o último gole.

03 dezembro, 2005

Ensino superior e oportunidade


O operário-meu-patrão editou a MP 213/04 que criou o “Programa Universidade Para Todos” (ProUni). As instituições particulares que aderiram ao programa em troca de benefícios fiscais, passaram a conceder bolsas de estudos integrais e parciais, aos alunos com renda familiar entre um salário mínimo e meio e três salários. A seleção para o programa é feita com base no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Somadas a outras medidas também especiais, tais como políticas de quotas, financiamentos oficiais (Fies) et coetera, é assim que se pretende uma política de ensino e inclusão.

Essa semana após assisti a uma propaganda oficial
(clique e veja aqui) do governo federal na TV, divulgando o ProUni, onde o jovem protagonista cantava a inesquecível música de Geraldo Vandré, “para não dizer que não falei das flores”, passei a refletir sobre o projeto “universidade para todos”, suas medidas operacionais e especificamente o que representará a continuidade da política de massificação do ensino superior no Brasil.

A abertura do setor privado educacional, promovida na gestão do ministro Paulo Renato no governo FHC, pode ser considerada a “abertura dos portos” no setor, foi um processo sem precedentes, vez que as medidas adotadas facilitaram a criação de novos cursos e extinguiram a obrigatoriedade das instituições serem “sem fins lucrativos”, o que se fez um grande atrativo para os empresários e investidores.

Essa expansão no setor educacional atendeu a uma demanda reprimida de alunos, que sem o acesso as universidades públicas, limitadas pelo oferecimento de vagas, passaram a ter a opção privada como caminho ao nível superior. Por outro lado, a educação superior particular passou a ser um bom negócio, o empresariado investiu cada vez mais em instalações e oferecimentos de cursos, visando atender a procura então bastante significante, porém desordenada, tanto no que se referia aos rumos empresariais do segmento, como também nas necessidades do mercado quanto aos novos formados que surgiram.

A “alta atratividade” do setor educacional, que prometia ao cliente (aluno) a possibilidade de agregar valores, desenvolver potencialidades, acumular conhecimentos e conseguir novos espaços mercados de trabalho, fez com que a procura aos cursos superiores atingissem patamares quase que imprevisíveis. Reflete-se até hoje aquela política de expansão, que ainda não se encerrou por completo, num contexto bastante expressivo, onde algo em torno de meio milhão de estudantes adquirem por ano o grau superior nas universidades brasileiras.

Nossas universidades atualmente graduam vinte vezes mais alunos do que em 1960, sem que entretanto, a oferta de trabalho para contingente tão significativo, tenha crescido na mesma proporção. O retrato do mercado de trabalho para esse exército de graduados é sombrio, apresentando segundo estimativas mais concretas, índices de 50 % de empregados em sua área com vagas de qualidade, ou conforme se olhe, 50% de desempregados ou atendidos por empregos frustrantes e de baixa qualidade.

Quando se consegue romper as barreiras do mercado, ainda assim pesam ponderações. Se por um lado quem emprega reclama da formação dos novos graduados, por outro, quem busca o emprego não se acha preparado para aplicar seus conhecimentos acadêmico, por vezes até bastante satisfatórios, a nova realidade profissional. É a completa dissociação do mundo acadêmico com o mercado de trabalho, potencializando os números informados e gerando frustrações das mais diversas ordens.

A propósito, a questão do desemprego, tema sempre discutido na
Organização Internacional do Trabalho, esta chama a atenção para uma nova realidade que se consolida, aponta a OIT nos seus estudos para uma drástica redução nos níveis de oferta nos anos vindouros, que se confirmam a cada dia, tanto no setor industrial quanto no de serviços.

Dados concretos apontam recuo na oferta de vagas de trabalho no Brasil, que chegaram a atingir 20% de queda na industria na última década, refletindo nos índices gerais acumulados o total de quase 15% de desempregados em todos os níveis e setores profissionais.

A questão posta é como atender ao mercado e garantir emprego àqueles que passaram quatro ou cinco anos se preparando para sua saída dos muros acadêmicos. A massificação do ensino talvez não seja a solução desejada e necessária para o atendimento do jovem profissional e do país. Também a democratização em todos os níveis do ensino não pode recuar dos patamares atingidos. Questões étnicas e sociais não podem ser instrumentos discriminadores ou supressores de oportunidades, embora ainda incomodem, as medidas relativas a democratização do ensino são irreversíveis e não poderão ser alteradas ou utilizadas como reguladores de demanda. O que fazer?

Só “para não dizer que não falei de flores”, "na quarta-feira, dia 30 de novembro, o comando nacional de greve da Federação dos Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) avaliou o resultado das assembléias realizadas no início da semana. Das 26 universidades de sua base, 16 optaram pela volta ao trabalho".
(fonte - MEC)

Obrigado

Ainda dói, mas a solidariedade é bálsamo que alivia.

02 dezembro, 2005

Dor


Qualquer coisa, menos a dor

A dor da partida,
A dor da decepção,
A dor da impotência,
A dor de barriga

Dói, como dói

Não há jeito
Posição ou remédio
Emplasto, dipirona,
Ou paz

Dói a dor

Dói nas costas
Dói na virilha
Dói no abdomem
Dor que dói, dói, dói

Dor que muito dói

Dor do parto,
Dor no peito,
Dor de cabeça,
Dor de corno

Incalculável

Dor

Cálculo renal

01 dezembro, 2005

30 novembro, 2005

Imprensa livre

Sou uma pessoa privilegiada no mundo, Deus me fez professor por opção de vida, proporcionou-me o prazer de dividir com meus alunos algumas “sabedorias” ou mesmo simples conhecimentos técnicos, que os anos se encarregaram de acumular. Exerço o magistério com prazer e porque quero, o Pai me dá o sustento e a provisão necessária para usufruir a alegria de ensinar, essa independência me deixa fazer da sala de aula uma tribuna livre, onde efetivamente todos para mim são iguais perante a lei, não há poderosos ou titulados, dignitários ou autoridades que estejam livre da censura e do justo ataque, inclusive dos meus alunos, quando abusem de seus supostos direitos.

Não é a primeira vez que profiro petardos direcionados a membros do Ministério Público Federal nesse Blog, censuro certos procuradores que não acharam na Carta Maior o respeito ao direito democrático, numa sociedade democrática de direito. A
cham-se alguns membros do parquet, superiores a vontade popular, essa, verdadeira titular e fiel garantidora do Poder Constituinte. "Paladinos", violam a vontade e os princípios expressos na Constituição à guisa da defesa dos interesses da própria sociedade. Quantos são os exemplos na historia dos “protetores” de ocasião que rasgaram direitos e violaram liberdades, sempre por “questões de estado”.

Não tem sido diferente hoje no Brasil algumas atitudes, diga-se a verdade de poucos membros do Ministério Público, que “protegendo minorias”, ou defendendo o “politicamentecorreto”, atacam as liberdades individuais e valendo-se de autoridades ilegítimas, tentam impor seu modo de ver e pensar a sociedade. Para nossa sorte, o judiciário, a parte independente por maioria, não tem aceitado certos abusos e intromissões na vida pública e privada das pessoas, não tem se curvado aos “homens de mau humor provocados e ternos escuros bem cortados”, garantindo a liberdade e a própria cidadania.

Aqui mesmo no Blog, por mais de uma vez, já tive a oportunidade de denunciar e bradar contra a censura imposta a uma emissora de televisão, que resolveu ter uma programação de humor duvidoso e, no entender de ilustres “deuses concursados”, de comportamento homofóbicos. Saiu mais “barato” para a emissora assinar e ajustar-se em "termo de conduta" e retirar o apresentador e programa do ar.

Outros poderiam ser os exemplos e acredito que vários leitores também poderiam dar seu testemunho daquilo que passou a ser uma quase “ditadura” do Ministério Público, quando alguns de seus membros, exorbitam no entendimento das leis e buscam reparações sociais atentatórias ao direito de propriedade, locomoção e expressão.

“O procurador da República Bruno Caiado Acioly está recolhendo subsídios dos seus colegas de Ministério Público para contestar, na Justiça, a lei do sigilo da fonte, que garante ao jornalista o direito de preservar o anonimato de informantes de notícias de interesse público. Na troca de e-mails com os colegas, no dia 22, à qual o Estado teve acesso, Acioly revela sua intenção de mover mandado de segurança para quebra de sigilo telefônico de quatro jornalistas que publicaram reportagens sobre corrupção envolvendo servidores do Banco Central e dirigentes de bancos privados”
Leia Mais

Agora um membro do MPF quer censurar a imprensa de maneira oblíqua, e não será outro o resultado, caso consiga através de medidas judiciais a violação ao direito de “sigilo da fonte”. O sigilo profissional da origem da informação, é a própria garantia da imprensa livre numa sociedade democrática. A quem mais pode interessar senão aos poderosos, o rompimento ou violação da garantia do sigilo da fonte?

Meus alunos aprendem desde logo, que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”, e que aos que se sintam violados em suas intimidades ou prejudicados por imputações porventura mentirosas, “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”. Tudo isso, claro, em consonância com outra garantia constitucional, bem própria ao tema apresentado: “é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”. (textos citados em ordem, art. 5º, IX, V e XIV da Constituição Federal)


No caminho com Maiakóvski

de
Eduardo_Alves_da_Costa

Na primeira noite eles / se aproximam / e roubam uma flor / do nosso jardim. / E não dizemos nada. / Na segunda noite, já / não se escondem; / pisam as flores, / matam nosso cão, / e não dizemos nada. / Até que um dia, / o mais frágil deles / entra sozinho / em nossa casa, / rouba-nos a luz, e, / conhecendo nosso medo, / arranca-nos a voz da garganta. / E já não podemos / dizer nada.

28 novembro, 2005

Comparando é até bonitinho

Andei afastado do Blog, despluguei das notícias e não acompanhei a velocidade das informações.

Chego hoje por aqui e duas notícias me despertam a atenção:


A primeira dá conta da morte do cão mais feio do mundo, uma criatura que conforme se vê na foto, no dizer popular, é a própria “imagem do cão”.

A segunda diz respeito ao aumento do salário mínimo, que o deputado governista Carlito Merss aponta como novo valor R$ 340,00.

As duas notícias tratam de coisas feias de doer. O cão tadinho não pode fazer nada, nasceu assim e morreu assim. Mas o salário mínimo, aqui para nós, é uma aberração provocada pelo próprio homem.

Lembro da campanha do operário-meu-patrão há três anos passados, as promessas eram de dobrar o salário mínimo já no seu primeiro mandato. Mentira, puro papo furado.

Na verdade, acreditamos nessas estórias de aumento real de salário, porque gostamos de acreditar em tudo que agrada nossos ouvidos e desperta nossas esperanças, somos crédulos incorrigíveis às palavras carinhosas, as mentiras de amantes, as juras de amor, Papai Noel, Coelho da Páscoa, Saci Pererê, em futebol arte, juiz honesto e claro, em promessas de campanha...

De quem tem no modelo cubano a inspiração política e na mesma Ilha de Fidel o ponto de referência para a libertação dos trabalhadores, não se poderia esperar coisa diferente. Lá na Ilha alguns salários ficaram congelados pelos últimos 23 anos e só na semana passada, foram reajustados em índices de até 50%, assim, como exemplo, um médico que ganhava um salário médio equivalente a US$ 15 (quinze dólares), passou a ter um abono de mais US$ 4 (quatro dólares), isso se não tiver diploma de mestre, porque sendo pós-graduado passou a receber um polpudo abono de US$ 7 (sete dólares).

Por vezes pensei silenciosamente o que faria se recebesse 300 reais mensais como remuneração pelo meu trabalho, nunca consegui responder a essa dúvida sem que não me passasse pela cabeça um crime por cometer, ou que meu pesadelo não terminasse com a corda no pescoço.

Carta ao Leitor

Manter um Blog em funcionamento não é para qualquer um não, na verdade manter o Blog até que é fácil, difícil é a disponibilidade de tempo para ler notícias na internet, pesquisar em outros Blogs e comentar assuntos que sejam interessantes e criativos, afinal, como dizia o antigo bordão do rotativo concorrente, “quem lê jornal sabe mais, quem lê O Globo sabe muito mais ainda”, tento melhorar e completo, “quem lê Blogs sabe até mais do que O Globo gostaria que soubéssemos”.

Não obstante as dificuldades normais daqueles que como eu, labutam de sol a sol para tirar o sustento das crianças, escrever num Blog é participar de uma comunidade de leitores, assíduos e críticos, amigos e interessados. Não basta postar, tem que participar, não basta gostar, tem que escrever, escrever e escrever.

Sem dúvida que alguns assuntos mais pulsantes nos impelem a fartos comentários, nos estimulam a vários ângulos da informação, obrigam-nos a posições ideológicas, filosóficas e políticas, traçam linhas imagináveis nos leitores e geram expectativas quanto ao próximo post. Passamos a ter compromissos com os amigos-leitores, compromissos que na correria diária por vezes deixamos de cumprir. A mim pelo menos é decepcionante a incapacidade temporal e física para realizar a palavra escrita, para registrar na tela em branco do computador as concordâncias e os verbos que acionaram determinado momento. Quanta inveja tenho daqueles que possuem capacidade e podem se dedicar diariamente a arte da escrita, a arte jornalística e a lide das palavras.

Pequeno é o tempo para tudo, para o trabalho, para a família, para o amor, para os amigos, para a vida. Grande é a divisão que fazemos do tempo num inconciliável e inútil ajuste de tarefas cotidianas, queremos beijar os filhos enquanto estudamos, ao mesmo tempo em que amamos quase que na própria mesa de trabalho e, damos aos amigos a mínima fração de disponibilidade, mesma quantidade que ofertamos as outras prioridades que elegemos em nossa vida, deixando a todos e a tudo a enorme sensação do incompleto e não realizado, frustramos as alheias e as nossas expectativas. Assim também fica o Blog, sempre carente de artigos, fotos ou comentários, disputando com o pouco espaço do laser seu momento de acarinhamento e dedicação.

Escrever num Blog é coisa séria, não duvidem aqueles que sempre nos dizem “você perde muito tempo com isso”. O Blog realiza nossa alma enquanto nos aproxima das pessoas e revela nossas idéias, ao mesmo tempo nos ensina que não estamos totalmente errados no mundo com nossas “loucas” conclusões, nos coloca diante de verdades insofismáveis que passam a ruir como castelos de areia, diante da primeira garoa de idéias livres e não compromissadas com alguma forma de poder. Se “pensamos porque existimos”, escrevemos porque pensamos, esse dom só Deus pode nos tirar.

O caminho por vezes é de pedras e íngreme sua inclinação, mas dentro do possível vou em frente. Aos amigos-leitores do “Blog do Ozéas” agradeço o permanente estímulo e a compreensão.

25 novembro, 2005

Comunicação livre, isenta e democrática


As empresas que operam os canais de televisão, o fazem através de “concessões públicas, outorgadas pelo Estado, em nome da sociedade. São concessões temporárias com 15 anos de duração, uma informação que é sonegada ao público por aqueles que tem o dever de informar, ou seja os próprios concessionários dos canais de televisão. Por isso, a maioria da população tende a acreditar que empresas como a Globo, SBT ou Record são donas do espaço e não empresas ocupantes eventuais. Como as empresas de ônibus que trafegam pelas vias públicas”. (Laurindo Lalo Leal Filho)

Informa o site do Ministério das Comunicações que, os serviços de radiodifusão “São os serviços, estabelecidos por legislação própria, que promovem a transmissão de sons (radiodifusão sonora) e de sons e imagens (televisão), a serem direta e livremente recebidas pelo público em geral, o que é modernamente denominado ‘comunicação eletrônica’. No Brasil, esses serviços têm, legalmente, finalidade educativa e cultural e são considerados de interesse nacional”.

Complementa o Ministério das Comunicações no mesmo site indicado que, “há 2 modos de conceder a outorga de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens (televisão): permissão e concessão. A permissão é utilizada para a outorga de serviço de radiodifusão de caráter local e é assinada pelo Ministro das Comunicações. Já a concessão é utilizada para a outorga de serviços de caráter regional e é de responsabilidade do Presidente da República”.

Após as breves considerações apresentadas, fico mais a vontade para republicar outra notícia que tomei conhecimento através da internet. Limitarei-me a simples transcrições, até porque sei da capacidade de discernimento dos meus amigos blogueiros, deixando a riqueza dos comentários por conta dos leitores.

A questão é a seguinte, foi postado no Blog do Fernando Rodrigues (UOL) em 24/11/05, que o site especializado ”Congresso em Foco”, apresentou a lista dos congressista que são proprietários de emissoras de rádio e TVs.

Informa o Blog citado que “Pelas contas do ‘Congresso em Foco’, há 51 (2 deles recém-saídos do Congresso por conta do ‘mensalão’) congressistas donos de empresas de comunicação eletrônica (TV e rádio): 14 do PMDB, 8 do PFL, 7 do PP , 6 do PL. ‘PSDB, PSB e PTB empatam: cada um desses partidos tem quatro deputados concessionários de rádio ou TV’, diz o site. ‘Finalmente, há dois nomes do PPS, um do PV e um do PDT’".

A lista da "bancada do rádio e da TV" divulgada pelo "Congresso em Foco" e a seguinte:

ALBERICO FILHO (PMDB-MA)
RÁDIO FM CIDADE DE PRESIDENTE DUTRA LTDA
RÁDIO SANTA MAURA LTDA
SISTEMA JANAÍNA DE RADIODIFUSÃO LTDA
ALEXANDRE SANTOS (PMDB-RJ)
RÁDIO MUSICAL DE CANTAGALO LTDA
ANÍBAL GOMES (PMDB-CE)
RÁDIO DIFUSORA DO VALE ACARAÚ LTDA
ÁTILA LIRA (PSDB-PI)
RÁDIO CHAPADA DO CORISCO LTDA
B. SÁ (PSB-PI)
RÁDIO VALE DO CANINDÉ LTDA
BONIFÁCIO DE ANDRADA (PSDB-MG)
RÁDIO CORREIO DA SERRA LTDA
BOSCO COSTA (PSDB-SE)
RÁDIO A VOZ DO SERIDÓ LTDA
CARLOS ALBERTO LERÉIA (PSDB-GO)
RÁDIO SERRA DA MESA LTDA
RÁDIO DIFUSORA DE IMBITUBA S/A
CARLOS RODRIGUES (PL-RJ)*
TV VALE DO ITAJAÍ LTDA
RÁDIO UIRAPURU DE FORTALEZA LTDA
TELEVISÃO XANXERÊ LTDA
RÁDIO EDUCACIONAL E CULTURAL DE UBERLÂNDIA LTDA
RÁDIO ANTENA NOVE LTDA
RÁDIO JORNAL DA CIDADE LTDA
CLEONÂNCIO FONSECA (PP-SE)
EMPRESA BOQUINHENSE DE COMUNICAÇÕES LTDA
CLEUBER CARNEIRO (PTB-MG)
RÁDIO PROGRESSO DE JANUÁRIA LTDA
RÁDIO VOZ DO SÃO FRANCISCO LTDA
CORAUCI SOBRINHO (PFL-SP)
RÁDIO RENASCENÇA LTDA.
DILCEU SPERAFICO (PP-PR)
RÁDIO DIFUSORA DO PARANÁ LTDA
DIMAS RAMALHO (PPS-SP)
RÁDIO TAQUARA BRANCA LTDA
FÁBIO SOUTO (PFL-BA)
EMPRESA CAMACAENSE DE RADIODIFUSÃO LTDA
FRANCISCO GARCIA (PP-AM)
RÁDIO E TELEVISÃO RIO NEGRO LTDA
GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE)
REDE BRASIL DE COMUNICAÇÕES LTDA
HUMBERTO MICHILES (PL-AM)
REDE AMAZONENSE DE COMUNICAÇÃO LTDA
INOCÊNCIO OLIVEIRA (PMDB-PE)
RÁDIO A VOZ DO SERTÃO LTDA (OM)
RÁDIO A VOZ DO SERTÃO LTDA (FM)
REDE NORDESTE DE COMUNICAÇÃO LTDA (TV)
RADIO A VOZ DO SERTÃO LTDA
IVAN RANZOLIN (PP-SC)
RÁDIO ARAUCÁRIA LTDA
JADER BARBALHO (PMDB-PA)
RBA REDE BRASIL AMAZÔNIA DE TELEVISÃO LTDA
BELÉM RADIODIFUSÃO LTDA
JAIME MARTINS (PL-MG)
RÁDIO DIFUSORA INDUSTRIAL DE NOVA SERRANA LTDA
JOÃO BATISTA (PP-SP)
RÁDIO 99 FM STEREO LTDA
TV CABRÁLIA LTDA
RÁDIO ANTENA NOVE LTDA
RÁDIO ATALAIA DE LONDRINA LTDA
JOÃO MAGALHÃES (PMDB-MG)
COMCEL-COMUNICAÇÕES CULTURAIS E EVANGÉLICAS LTDA
JOÃO MENDES DE JESUS (PSB-RJ)
RÁDIO CULTURA DE GRAVATAÍ LTDA
ALAGOAS RÁDIO E TELEVISÃO LTDA
JOSÉ BORBA (PMDB-PR)*
RÁDIO CIDADE JANDAIA LTDA (FM)
RÁDIO CIDADE JANDAIA LTDA (OM)
JOSÉ CARLOS MACHADO (PFL-SE)
FUNDAÇÃO DE SERVIÇOS DE RADIODIFUSÃO EDUCATIVA SHALOM
JOSÉ ROCHA (PFL-BA)
RIO ALEGRE RADIODIFUSÃO LTDA
RÁDIO RIO CORRENTE LTDA
JULIO CESAR (PFL-PI)
RÁDIO FM ESPERANÇA DE GUADALUPE LTDA
LEODEGAR TISCOSKI (PP-SC)
MAMPITUBA FM STEREO LTDA
LUCIANO CASTRO (PL-RR)
REDE TROPICAL DE COMUNICAÇÃO LTDA
REDE TROPICAL DE COMUNICAÇÃO LTDA
MARCONDES GADELHA (PTB-PB)
RÁDIO JORNAL DE SOUSA LTDASISTEMA REGIONAL DE COMUNICAÇÃO LTDA
MAURO BENEVIDES (PMDB-CE)
RÁDIO CLUB S A
MOACIR MICHELETTO (PMDB-PR)
RÁDIO JORNAL DE ASSIS CHATEAUBRIAND LTDA
RÁDIO PITIGUARA LTDA
MORAES SOUZA (PMDB-PI)
RÁDIO IGARAÇU LTDA
RÁDIO EDUCADORA DE PARNAÍBA S/A
MUSSA DEMES (PFL-PI)
RÁDIO CHAPADA DO CORISCO LTDA
RÁDIO VALE DO PAJEÚ LTDA
NELSON PROENÇA (PPS-RS)
EMISSORAS REUNIDAS LTDA
ODÍLIO BALBINOTTI (PMDB-PR)
RÁDIO EDUCADORA LTDA
OLIVEIRA FILHO (PL-PR)
SAFIRA RADIODIFUSÃO LTDA
OSVALDO COELHO (PFL-PE)
RÁDIO E TELEVISÃO GRANDE RIO FM STEREO LTDA
RÁDIO DA GRANDE SERRA LTDA
RÁDIO FM VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA LTDA
RÁDIO E TELEVISÃO GRANDE RIO FM STEREO LTDA
RÁDIO E TELEVISÃO GRANDE RIO FM STEREO LTDA
PAULO LIMA (PMDB-SP)
RÁDIO DIÁRIO DE PRESIDENTE PRUDENTE LTDA
TV FRONTEIRA PAULISTA LTDA
PEDRO FERNANDES (PTB-MA)
RADIO DIFUSORA DE MOSSORÓ E SISTEMA MARANHENSE DE RADIODIFUSÃO LTDA
PEDRO IRUJO (PMDB-BA)
RADIO SERRANA FM LTDA
RADIO CLUBE RIO DO OURO LTDA
RICARDO BARROS (PP-PR)
FREQUENCIAL EMPREENDIMENTOS DE COMUNICAÇÃO LTDA
ROBÉRIO NUNES (PFL-BA)
RÁDIO FM MACAUBENSE LTDA
ROMEU QUEIROZ (PTB-MG)
RÁDIO PRINCESA DO VALE LTDA
SANDRA ROSADO (PSB-RN)
RÁDIO RESISTÊNCIA DE MOSSORÓ LTDA
SARNEY FILHO (PV-MA)
TELEVISÃO MIRANTE LTDA
RÁDIO MIRANTE LTDA
SEVERIANO ALVES (PDT-BA)
PAIAIA COMUNICAÇÃO LTDA
WANDERVAL SANTOS (PL-SP)
RÁDIO ARATU LTDA
REDE RIJOMAR DE RADIODIFUSÃO LTDA
RÁDIO CULTURA DE GRAVATAÍ LTDA
RÁDIO LIBERDADE FM DE SANTA RITA LTDA
RÁDIO DIFUSÃO E CULTURA LTDA
RÁDIO CONTINENTAL FM LTDA
ZÉ GERARDO (PMDB-CE)
RÁDIO METROPOLITANA DE FORTALEZA LTDA
* Carlos Rodrigues (PL-RJ) e José Borba (PR), ex-líder do PMDB na Câmara, renunciaram ao mandato de deputado, suspeitos de envolvimento no esquema de mensalão.
Fonte: Levantamento feito pelo professor Venício A. de Lima para o ProJor com base em dados da Câmara dos Deputados (18/08/2005) e do Ministério das Comunicações (05/08/2005).

24 novembro, 2005

Fernando Gabeira

Flores, Flores para los muertos

Sempre que os fatos ganham velocidade, costumo comprar um bloco de notas. Anoto frases, idéias, intuições e deixo que se decantem com o tempo. Volto a elas, depois, para rejeitá-las ou desenvolvê-las. A primeira frase que me veio à cabeça foi a da vendedora de flores que encerra um filme.

O pequeno bloco também tem idéias. Por exemplo: comparar a ditadura com o governo Lula. Uma neutralizou o Congresso pelo medo; o outro, pelo pagamento de mesada. Ditadura e governo Lula compartilham o mesmo desprezo pela democracia, ambos violentaram a democracia reduzindo o Parlamento a uma ruína moral.

Os militares prepararam sua saída de forma organizada. Nem muito devagar para não parecer provocação nem muito rápido para não parecer que estavam com medo. Já o núcleo duro do governo Lula parece perdido, batendo cabeça, ou melhor, enfiando-a na areia, sem perceber que a polícia está chegando e, daqui a pouco, alguém vai gritar na porta do Planalto: "Se entrega, Corisco".
Quando era menino e vivia em Juiz de Fora, fazíamos rodas de capoeira, bastante rudimentares, confesso. Mas cantávamos: "A polícia vem, que vem brava/quem não tem canoa, cai n'água".

Tudo isso jorra aos borbotões na minha caderneta. Anotei: chamar alguém do "Guinness", o livro dos recordes, para saber se algum tesoureiro de qualquer partido do mundo se desloca com batedores de motocicleta e carros clones para iludir perseguidores; se algum tesoureiro partidário se desloca com jatos particulares, semanalmente; se introduz no palácio associação de empreiteiros que receberam R$ 1,1 bilhão de dívidas.

Os militares batiam, davam choques e insultavam na sessão de tortura, mas vi muitos dizendo que me respeitavam porque deixei um bom emprego para combatê-los com risco de vida. Eles viam ideais no meu corpo arrasado pelo tiro e pela cadeia.

O PT queria que eu abrisse mão exatamente da minha alma, e me tornasse um deputado obediente, votando tudo o que o Professor Luizinho nos mandava votar. Os militares jamais pediriam isso. Desde o princípio, disseram que eu era irrecuperável e limitaram-se à tortura de rotina.

Jamais imaginei que seria grato aos torturadores por não me pedirem a alma. Não sabia que dias tão cinzentos ainda viriam pela frente. Que seria liderado por um homem que achava que Maurício de Nassau era um deputado de Pernambuco. Logo eu, que sou admirador de um deputado pernambucano chamado Joaquim Nabuco.

Foram os anos mais duros de minha vida. No meu caderno anoto frases e indicações da semelhanças da luta contra a ditadura e da luta contra este governo, desde que comecei a criticá-lo, com a importação de pneus usados. As pessoas têm suas carreiras, seus empregos, sua racionalizações. É preciso respeitá-las, atravessar o deserto sem ressentimentos.

Agora, sobretudo, é preciso respeitar o sofrimento dos vencidos. Outro dia, quando me referi a um núcleo na Casa Civil como um bando de ladrões que atentava contra a democracia, uma jovem deputada do PT estremeceu. Senti que não estava ainda preparada para essas palavras cruas. E fui percebendo pelas anotações que talvez esteja aí, para o escritor, o mais rico manancial de toda essa crise. Como estão as pessoas do PT? Como se ajustam a essa nova realidade, que destino tomaram na vida?

Procuro não confundir, entre os que ainda defendem o governo, aqueles que são cínicos cúmplices e os outros que apenas obedeceram a ordens sob a forma da aplicação do centralismo democrático. Alguns defendem porque ainda não conseguiram negociar com sua própria dor. Não podem suportá-la de frente. Mas terão de fazer algum dia, porque, por mais ingênuos que sejam, já perceberam que a mãe está no telhado.

Vamos ter de encarar juntos essa realidade. A grande experiência eleitoral da esquerda latino-americana, admirada por uma Europa desiludida com Cuba e Nicarágua, a grande novidade que verteu tintas, atraiu sábios, produziu
livros e seminários, vai acabar na delegacia como um triste fato policial de roubo do dinheiro público e suborno de parlamentares.

Só os que se arriscarem a ir até o fundo dessa abjeção, compreendê-la em todos os seus detalhes mórbidos, têm chances de submergir para continuar o processo histórico. Por incrível que pareça, o Brasil continua, e a vontade de mudar é mais urgente do que em 2002. Por isso proponho agora um curto e eficaz trabalho de luto.

Anotação final: começa o espetáculo da CPI, secretárias e suas agendas, ex-mulheres e suas mágoas, arapongas, tesoureiros e seus charutos, vossa excelência para cá, vossa excelência para lá, sigilos bancários, telefônicos, emocionais. Viu, Duda, que cenas finais melancólicas quando um mercador tenta aplicar à complexidade da
política a singeleza do vendedor de sabonetes?
Texto publicado na Folha de São Paulo em 18/06/05 e no site www.gabeira.com.br (colaborando com o Blog – Paola)

A última do papagaio

Já que não dá para ficar levando muito a sério esse país, até porque não há coração que agüente tanta pressão, é o Supremo Tribunal alugado ao operário-meu-patrão, Garotinho candidato e eventual fiel da disputa eleitoral de 2.006, o Fluminense na bica de perder a classificação para a Copa Libertadores das Américas, por pura incompetência na reta final e, outras indignações mais que elevam meu batimento cardíaco. Não resta muita coisa a fazer senão relaxar lendo o noticiário internacional, até que as coisas melhorem, ou minha mente passe por mais uma caterse e retorne meu bom humor.


Papagaio dedo-duro

Um alemão que costumava trair sua mulher foi "denunciado" pelo papagaio de sua mulher que começou a imitar sua voz chamando o nome da amante, segundo o site Ananova
Leia Mais

Assim como o cachorro é considerado o melhor amigo do homem, esse papagaio pode ser considerado o pior inimigo que um homem pode ter.
Fico imaginando a cena, um papagaio gritando pela casa o nome da oculta amada, imitando seu ex-dono ao telefone em confissões amorosas, marcando “aquela” viagem dos sonhos à cidade dos apaixonados, enquanto dona Petra, muito atenta e desconfiada, revirava toda casa atrás das evidências deduradas por seu espião falastrão.
Uma coisa é certa para mim a partir de hoje, animais de estimação são bons companheiros e distração, mas nada de bichos falantes ou que demonstrem afeição a pessoas estranhas aos moradores da casa. Embora seja adepto da teoria do Vinícius de Moraes, que para viver um grande amor “mister é ser um homem de uma só mulher, pois ser de muitas poxa! é de colher”, nunca é bom facilitar para não restar dúvidas ou coisas mal explicadas.

A propósito do papagaio falador, me veio a cabeça a outra estória:

Uma senhora, sentido-se muito sozinha durante o dia, resolve comprar um animal de estimação para fazer-lhe companhia.
Entra em uma loja que vende animais, explica sua situação ao vendedor e o mesmo sugere que compre um cachorrinho.
Ela fica indecisa, pois cachorro faz muita sujeira e é muito barulhento.
O vendedor então sugere um papagaio, pois papagaios não dão quase trabalho.
Ela gostou da idéia e perguntou o preço do bichinho.
- Cinquenta reais, diz o vendedor.
Ela achando barato, compra o papagaio imediatamente.
Antes de sair da loja o vendedor adverte:
- Esse papagaio pertencia a um prostíbulo antes que a gente o comprasse.Portanto ele fala algumas grosserias de vez em quando, mas é muito esperto.
Como a senhora estava determinada a comprar opapagaio, ela resolve levar o bicho assim mesmo.Chegando em casa coloca o papagaio em uma gaiola e pendura a mesma logo na entrada da sua casa.
O bicho olha em volta e depois olha para a senhora e diz:
- Nova casa. Nova cafetina.
A mulher fica um pouco espantada e envergonhada mas depois acha engraçado.
As filhas da senhora chegam da escola e o papagaio diz:
- Nova Casa. Nova Cafetina. Novas Putas.As meninas ficam espantadas, mas a mãe explica ocaso e elas também acham engraçado.
O marido chega a noite e o papagaio após olhar para ele, diz:
- Nova Casa. Nova Cafetina. Novas Putas.Oi George!!!
Mudou de puteiro também???

23 novembro, 2005

Curtas e grossas


Mangabeira Unger diz na Veja que PF é politizada


"Afirmo que o governo Lula é o mais corrupto de nossa história. Corrupção tanto mais nefasta por servir à compra de congressistas, à politização da Polícia Federal e das agências reguladoras, ao achincalhamento dos partidos políticos e à tentativa de dobrar qualquer instituição do Estado capaz de se contrapor a seus desmandos."

Roberto Mangabeira Unger

Fonte: Fenapef


Japão lança masturbador mecânico

Algumas fábricas do Japão decidiram investir a tecnologia que o país oferece em aparelhos focados no prazer sexual, como vibradores. Um novo masturbador mecânico lançado recentemente dispensa o formato do órgão genital masculino e apresenta um design mais neutro, sem formas "alarmantes", como descreve o fabricante no site Tokyo Times.
Em contrapartida, a versão masculina do masturbador tem o formato de uma mão fechada.
O novo aparelho também se encarrega de todos os movimentos, não sendo necessário que o usuário segure, nem manuseie o vibrador. Tanta versatilidade está sendo vendida no Japão pelo equivalente a R$ 646.

Fonte: Portal Terra

Providência

Um inquérito instaurado pelo Ministério Público Federal surpreendeu a Arquidiocese do Rio.
Apura denúncia de desvios financeiros no Banco da Providência.
Presidente da instituição, o cardeal-arcebispo, dom Eusébio Scheid , será ouvido pelos promotores - e considera tal hipótese inaceitável.

Fonte: Coluna do Boechat

Leio o noticiário na internet e fico imaginando o que contará a história sobre período tão fértil e criativo da sociedade, onde os valores políticos já não valem mais nada, e são achincalhados publicamente sem ninguém ouse tomar nenhuma providência honrosa contra os delatores, falta ousadia ou coragem mesmo. Onde o simples ato sexual praticado desde que o homem surgiu na terra (criado ou evoluído), é substituído por uma geringonça mecânica para sacudir o que sempre se agitou naturalmente. Onde a cada dia estão mais sob suspeita os que deveriam ser insuspeitáveis.

Tentações

Palocci não concorda na manutenção do superávit primário em 4,25 % do Produto Interno Bruto, muito pelo contrário, pretende um aumento para algo acima de 5%.

Em lado oposto a Dilma Rousseff quer a diminuição do percentual alcançado e a conseqüente injeção de recursos na economia, forjando um surto desenvolvimentista através de mais dinheiro no mercado, ou seja, menos poupança pública e mais valores em circulação, mais empregos, mais consumo, mais obras públicas e, conseqüentemente, melhor oportunidade eleitoral do operário-meu-patrão e seu partido para o ano de 2.006.

Todo mundo quer desenvolvimento, todo mundo quer aumento de consumo, todo mundo quer mais conforto e menos arrocho. O que ninguém quer é a possibilidade do retorno da inflação, que não está morta, mas apenas contida através de uma política econômica clássica de contenção. Não se alimentando a “fera” com seu prato preferido, dinheiro, ela vai ficando magrinha e combalida, não oferecendo tanta ameaça, agonizando e consumindo suas próprias energias.

A Argentina e o Chile vêm passando um certo sufoco depois que flexibilizou sua economia, a inflação bate as portas dos dois países e já causa preocupação, tudo porque andaram um passo para frente e recuaram, dando dois passos para trás.

É tão importante a contenção da besta-fera inflacionária, que a própria oposição não gostaria de ver os rumos da economia mudados na sua essência, isso porque a atual estratégia foi traçada ainda nos dois governo de FHC, e mantida a partir da posse de Palicci, que sabia dos perigos que representavam a aventura da concretização das promessas eleitorais petista.

Assim segue a vida, o operário-meu-patrão é candidatíssimo a reeleição, conta com o apoio de seu partido ferido de morte, sem outra opção e afogado no oceano de denúncias, que busca num palito de picolé flutuante o salva-vidas para sua existência. Ele vai correr todos os riscos e vai ousar com nosso dinheiro para se manter no poder.

Acho que Palocci perdeu a queda de braço ao defender a austeridade econômica, contrária às facilidades eleitoreiras, Palocci sairá e deixará uma interrogação a ser respondida, que rumos a economia do país seguirá, até porque embora os resultados fenomenais com a abertura das comportas, ou cofres, sejam rápidos, sua fatura é como de cartão de crédito pós natal, só chega no ano seguinte e costuma ser a mais salgada de todas.

Palocci sairá mais porque não ajuda aos planos reeleitoreiros do operário-meu-patrão, que por suas condutas e envolvimentos criminosos quando prefeito. Até porque, bandido nunca faltou em governo nenhum nesse país e não falta nesse também, mas tudo poderá ficar justificado e apagado se o povo chancelar e avalizar toda sorte de falcatruas, numa eventual vitória petista em 2.006.