Minhas opiniões e publicações, expostas neste espaço, são reflexões acadêmicas de um cidadão-eleitor, publicadas ao abrigo do direito constitucional da liberdade de expressão

"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)

29 outubro, 2006

11 outubro, 2006

Coerência...

Negar o apoio de Garotinho, ACM ou mesmo do Horcades (presidente do Fluminense), é pura ingenuidade política.

A hora é de vencer o jogo, virar o placar e marcar aos 45 do segundo tempo, com gol de mão, de preferência.

Do lado de lá ninguém nega voto, venha de onde vier.

"O Delfim é um dos homens mais fortes deste país. Não se elegeu deputado federal porque acharam que ele foi um traidor. Ele não foi eleito por vingança de um conjunto, de uma elite de São Paulo, porque ele defendia a nossa política"

“Ajuda o Sarney lá que eu preciso dele para me ajudar a continuar governando este país”

"Eu tenho plena consciência de que o Lula é um homem limpo e correto. O Lula teve coragem de demitir os seus melhores amigos, porque cometeram erros"

"Nesse quadro aí, em que nada se comprove contra Lula, voto em Lula"

09 outubro, 2006

Quem é o candidato?

Em 2002 votei nele, já fiz mea culpa, ajoelhei no milho, usei chapéu de burro, fique de cara virada para parede e escrevi mil vezes a frase, “prometo votar melhor nas próximas eleições, prometo votar melhor nas próximas eleições, prometo votar melhor nas próximas eleições, prometo votar melhor nas próximas eleições...”

Minha opção naqueles tempos pelo voto na esquerda (?), eram por um Brasil mais digno e por um país mais justo. Condenei com meu voto o entreguismo do PSDB nas privatizações; neguei legitimidade e continuidade na política do “é dando que se recebe”, patrocinadora da emenda da reeleição; condenei um ciclo de impunidades sabidas e não apuradas pelas obstruções palacianas e a influência direta de “FHC Primeiro e Único” para a não realização das devidas CPIs.

Votei no operário-meu-patrão com a plena consciência de meu ato, sabia que votava na esquerda, que por vezes derrapava nas curvas “esquerdistas” do PT, que a propósito, como diria o próprio Lênin, sofria da “doença infantil do comunismo”. Votei no apedeuta e me arrependo disso; votei na esperança de um Brasil melhor que não vi sequer nascer nos últimos quatro anos; votei pela ética e por tudo que representava a incansável luta daquele operário, que dizia ser diferente e faria do poder o instrumento transformador necessário, às praticas políticas viciadas que sempre dominaram o Estado brasileiro.

Errei, fui enganado, ludibriado, tungado, avacalhado, lesado, destituído de esperança, traído e sacaneado. Não posso reclamar, agora é tarde, só me resta reverter meu voto e tentar mudar aquilo que não me perdôo de ter contribuído. Queria a saída de FHC e fui contemplado, agora quero Sr. Geraldo Presidente e vou continuar insistindo nisso.

De caso bem pensado, o operário-meu-patrão no enfrentamento eleitoral estabeleceu seu inimigo de campanha, e esse não é o Sr. Geraldo. O apedeuta projeta seus ataques no passado e não fala do presente, oferecendo-se ao povo como verdadeira alternativa ao poder, criando uma cortina de fumaça, escondendo sua real condição de governo, ataca FHC como se esse ainda fosse o mandatário a ser destituído, posiciona-se com sagacidade e verdadeira malandragem no campo da oposição, quando lhe convém, e na hora dos louros vitoriosos de qualquer de seus projetos, se apresenta como transformador das antigas relações de poder. De maneira bastante escorregadia, pego com a boca na botija, inverte as questões éticas, dizendo que tudo começou lá trás com FHC e o PSDB, mas este já teve seu julgamento em 2002, quando não elegeu Serra seu sucessor escolhido. FHC não ocupa mais a cadeira de Chefe do Executivo, quem despacha no Palácio do Planalto agora é o operário-meu-patrão, ele é governo e a oposição é o Sr. Geraldo.

Se nos oito anos de governo do PSDB existiram falcatruas, mensalões e sanguessugas, o voto no apedeuta foi dado exatamente para não continuar a existir, no governo prometido da ética e decência do PT. Por tudo FHC foi julgado e pelo voto popular foi derrotado.

Agora o que vejo é o operário-meu-patrão se recusando a enfrentar seu real adversário político nessa eleição, o Sr. Geraldo, prefere o combate com aquele que já derrotou e conhece seus pontos fracos, FHC. Não vou votar no FHC, escolhi dessa vez o Sr. Geraldo por várias razões já postadas no Blog, portanto, não aceito que o debate político se de contra quem não é candidato.

02 outubro, 2006

Governabilidade, estabilidade e transformações


As reformas políticas, tributárias, previdenciárias e trabalhistas estão na pauta do próximo governo, não podem ser adiadas, o processo eleitoral e a vida partidária exigem incisões profundas, o Brasil precisa voltar a crescer, gera empregos, riquezas e melhorar sensivelmente sua distribuição. O que está em jogo é a governabilidade e a estabilidade do Estado.

As transformações que se fazem necessárias e urgentes, entretanto, só acontecerão se o chefe do executivo possuir legitimidade nas urnas, credibilidade da população e respaldo parlamentar. Para se modificar o Estado nos pontos indicados, não basta a lei, é necessário que sejam alterados diversos artigos da Constituição.

O operário-meu-patrão saiu derrotado já no primeiro embate eleitoral, qualquer que seja o resultado do segundo turno. Afirmo isso após conhecer a nova composição das bancadas no Congresso Nacional.

Reproduzo os números indicativos do Congresso, grifando os partidos que no pleito de 1º de outubro se apresentaram como oposição ao governo, demonstrando após, as reais dificuldades de governabilidade e a impossibilidade de modificação do Estado, numa eventual vitória do apedeuta no segundo turno.

Os números são os seguintes:

Bancadas no Senado Federal
PFL 18;
PMDB 15; PSDB 15; PT 11; PDT 5; PTB 4; PSB 3; PL 3; PRB 2; PCdoB 2; PP 1; PPS 1; PRTB 1.
.
Bancadas na Câmara de Deputados
PMDB 89;. PT 83; PFL 65; PSDB 65; PP 42; PSB 27; PDT 24; PL 23; PTB 22; PPS 21; PV 13; PCdoB 13; PSC 9; PTC 4; PSOL 3; PMN 3; PRONA 2; PHS 1; PAN 1; PRB 1; PTdoB 1.

De forma prática, quanto a possibilidade de uma proposta governista de Emenda Constitucional, cito a fórmula contida no art. 60, § 2º da Constituição Federal: “A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros”.

Assim, dos 513 deputados que integram a Câmara, para que se possa aprovar uma EC, são necessários pelo menos 308 votos (3/5 dos deputados), em dois turnos de votação.

Se forem somadas somente as bancadas dos cinco partidos (grifados), que se apresentaram como oposição nessa eleição, encontramos o número de 217 parlamentares.

Subtraindo-se dos 513 deputados que totalizam a Casa, a bancada de oposição, 217, encontramos o número máximo de 296 deputados possíveis. Portanto, ainda que TODOS os demais membros da Câmara (296), venham a integrar uma ampla frente governista e, votem a favor da suposta EC, essa não passaria, faltariam pelo menos 12 votos.

Situação não menos grave também se registra no Senado Federal, onde a oposição montou uma bancada de 40 dos 81 senadores. Na mesma hipótese de EC, supondo que também TODOS os demais membros do Senado, não integrante dos cinco partidos indicados como oposição, votem em bloco com o governo, não passariam de 41, ou seja, 08 votos aquém dos necessários (49) para a aprovação da proposta naquela Casa do Congresso.

Equivocadamente dirão os defensores do amputado-fujão: “pelos números apresentados o Sr. Geraldo também não conseguiria alterar a estrutura do Estado, pela via constitucional”.

A vitória da oposição no segundo turno detonaria uma migração em massa do PMDB e outros partidos menores para a base governista do Sr. Geraldo, enquanto a recíproca não é verdadeira, a vitória do apedeuta não atrairia aqueles que já se declararam no canto oposto do ringue.

Portanto, qualquer projeto significativo de transformação passa pela oposição, fora dela não haverá avanços.

01 outubro, 2006

O primeiro turno já foi, agora é guerra total


Usando as próprias palavras dos derrotados, ou como diria a musa da esquerda, La Pasionaria , Dolores Iabarruri, “Non Passaran”.