Minhas opiniões e publicações, expostas neste espaço, são reflexões acadêmicas de um cidadão-eleitor, publicadas ao abrigo do direito constitucional da liberdade de expressão

"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)

29 junho, 2006

Presidencialismo mitigado

Tramita na Câmara a Proposta de Emenda à Constituição nº 540/06, do Deputado André Costa (PDT-RJ), que torna possível a perda do mandato do presidente da República se ele trair a confiança popular na execução do programa de governo apresentado nas eleições. Segundo a proposta, esse ato passa a ser considerado crime de responsabilidade, assim como atentar contra a Constituição, a probidade administrativa ou a segurança interna do País, entre outros. No caso especificado pela PEC, o processo de perda de mandato só poderá ser instaurado um ano depois da posse do presidente, por voto da maioria absoluta do Congresso Nacional. Além disso, a perda do mandato presidencial estará sujeita a referendo popular.
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O objetivo de André Costa é instituir no regime presidencialista a figura do voto de desconfiança, que, no parlamentarismo, permite ao Parlamento destituir o primeiro-ministro e seu gabinete por desaprovar sua política de governo. "Isso tem-se revelado um instrumento de rápido e invejável equacionamento dos grandes dilemas administrativos e impasses político-institucionais", afirma o deputado.
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"A destituição da chefia de um governo dá-se assim segundo um entendimento bem mais amplo do que seria a confiança depositada em um governante, muito além das questões éticas já contempladas na Constituição Federal e que, em nosso ordenamento jurídico, constituem a única forma de impedimento do presidente da República", argumenta.
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De acordo com o autor da proposta, observa-se, desde a implantação do presidencialismo no Brasil, uma longa e quase ininterrupta história de crises políticas, seguida por convulsões sociais, golpes e guerras civis. "A ocorrência de crises é intrínseca à atividade política, sendo mesmo seu vício incurável", afirma o deputado.
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Para ele, importa menos o regime político de uma nação e mais a capacidade desta em sustentar um quadro político-institucional capaz de protegê-la do "caráter desestabilizador e, por vezes, mesquinho" das crises políticas.
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No seu entender, o que interessa à sociedade moderna é a maneira como suas instituições públicas respondem aos reiterados momentos de instabilidade política e o quanto se comprometem com a sustentação da ordem democrática.
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A proposta tramita apensada à PEC nº 303/04, do Deputado Michel Temer (PMDB-SP), que trata de tema semelhante, e terá sua admissibilidade analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Caso aprovada, será criada uma comissão especial para analisar o seu mérito.

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Fonte – Dialex/Consulex (28.06.06)

26 junho, 2006

Bagdá


Depois que tiveram seu “Caveirão”, blindado usado para operações especiais, danificado por três granadas, os policiais da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais da Polícia Civil – CORE, tiveram que descer o “Complexo do Alemão”, conjunto de morros do Rio de Janeiro com intenso movimento de drogas, a bordo de uma Kombi de frete, até que reforços da Polícia Militar chegassem ao local (leia mais).

Fico imaginando um turista buscando uma rota de descanso e lazer para suas férias, quando de repente dá de cara com essa foto estampada nos jornais e sites pelo mundo afora.

Tudo bem que não é a regra, mas não podemos deixar de ver a exceção, ou seria humilhação?

Um mito

A propósito do comentário do blogueiro de primeira Marco Aurélio, no post logo abaixo, onde manifesta sua preocupação com a possível vitória brasileira na Copa do Mundo, vir a influenciar no resultado eleitoral de outubro, indicando inclusive razões em um post de sua autoria que vale a pena ser lido, aproveito para ponderar de maneira diferente.

Marco Aurélio não é voz isolada em achar que o campeonato mundial pode vir a ajudar o operário-meu-patrão, já ouvi outras pessoas com a mesma linha de raciocínio, mas permito-me discordar analisando a história, através das Copas conquistadas e seus respectivos efeitos eleitorais.

Nossa primeira Copa foi conquistada em 1958, quando o Presidente da República eleito era Juscelino Kubitschek (PSD), para o período de 31/01/56 a 31/01/61. Juscelino não fez seu sucessor eleitoral o marechal Henrique Lott (coligação PTB/PSD), sendo eleito Jânio Quadros (UDN) para o período de 31/01/61 a 31/01/65, que em razão de sua renúncia, passou menos de sete meses na presidência.

Nossa segunda Copa foi conquistada em 1962, quando o Presidente da República era João Goulart (PTB), que cumpriu seu mandato entre 08/09/61 a 24/01/1963, sucedendo Jânio Quadros (UDN) após sua renúncia, vindo a dividir o poder por certo tempo com o Primeiro-Ministro Tancredo Neves (PSD). A conquista da Copa, portanto, não influenciou positivamente na continuidade no governo de Jango, que foi deposto pelos militares em 31/03/64.

Nosso tricampeonato foi conquistado em 1970, em plena ditadura militar, sob o governo do general Emílio Médici, governante no período compreendido entre 30/10/1969 e 15/03/74. Sem dúvidas a ditadura colheu frutos do campeonato mundial, que ajudou a mascarar o momento mais duro do período autoritário, as manifestações populistas/ufanistas que marcaram o governo do general Médici, entretanto, também não o ajudaram a fazer seu sucessor preferido, que era o general Silvio Frota, tendo que ao final compor e aceitar a indicação do general Ernesto Geisel, ligado à linha “castelista”, onde se encontrava Golbery do Couto e Silva.

A Copa de 1994, a quarta, foi conquistada durante o governo sucessório de Itamar Franco (PRN), período compreendido entre 02/10/92 e 01/01/95. Itamar ocupava a presidência face ao impeachment de Fernando Collor, este com mandato iniciado em 15/03/90. Itamar não tinha governo próprio, ou seja, sua composição representava uma coalizão de partidos para a “governabilidade” do país após a cassação de Collor. Este Presidente também não fez seu sucessor ideal, sendo vencedor no pleito seguinte ao seu mandato, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que embora apoiado “oficialmente” pelo Planalto, tinha em Itamar um de seus principais críticos, vale-se lembrar inclusive que em 1998, ainda no primeiro mandato de Fernando Henrique, ao assumir o Governo de Minas Gerais, Itamar Franco decretou moratória daquele Estado, brigou com o presidente do Banco Central Armínio Fraga, além de se posicionar contra as privatizações, sendo um verdadeiro adversário político de Fernando Henrique.

O “penta” foi conquistado em 2002, quando o Presidente da República em seu segundo mandato era Fernando Henrique (PSDB), período compreendido entre 01/01/99 a 01/01/03. Mesmo com a conquista da Copa poucos meses antes das eleições, não conseguiu fazer seu sucessor José Serra (PSDB), sendo eleito então o operário-meu-patrão (PT).

Portanto, observadas as datas de conquista dos campeonatos mundiais e a linha sucessória presidencial, pode-se verificar que somente o general Médici deu continuidade política e ideológica a um projeto de Estado, com a assunção de outro general, mas que nem era o seu escolhido e nem pensava como ele.

No mais, ou o povo sabe muito bem não misturar as coisas, política e futebol, ou ser campeão do mundo dá um baita azar para quem quer se reeleger.

25 junho, 2006

A propósito do jogo de hoje: Portugal X Holanda

CARTA DO “ FAIR PLAY ”
INSTITUÍDO PELO PANATHLON INTERNACIONAL

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"QUALQUER QUE SEJA O MEU PAPEL NO ESPORTE, MESMO AQUELE DE ESPECTADOR, EMPENHO-ME EM:
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- Fazer de cada meeting esportivo, pouco importando o prêmio em jogo e a importância do acontecimento, um momento especial, uma espécie de festa;
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- Adequar-me às regras e ao espírito do esporte praticado;
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- Respeitar meus adversários como a mim mesmo;
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- Aceitar a decisão dos árbitros sabendo que, como eu, possuem direito de errar, mas que fazem de tudo para evitá-lo;
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- Evitar a deslealdade e as agressões nos meus atos, nas minhas palavras ou no que escrevo;
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- Não usar artifícios nem subterfúgios para obter o sucesso;
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- Manter a dignidade tanto na vitória quanto na derrota;
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- Ajudar a todos com minha presença, minha experiência e minha compreensão;
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- Socorrer qualquer esportista contundido ou cuja vida estiver em perigo;
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- Ser realmente um embaixador do esporte, ajudando a fazer respeitar, no meu ambiente, os princípios aqui firmados.
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DE ACORDO COM ESSE COMPROMISSO POSSO CONSIDERAR-ME UM VERDADEIRO ESPORTISTA".

Paris, 1 de janeiro de 1863
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Pierre de Fredi, Barão de Coubertin, precusor dos Jogos Olímpicos da Era Moderna

23 junho, 2006

República virtual

Fazemos parte de um novo tempo, o das janelas abertas ao mundo, onde a informação vence todos os dias a tirania e a liberdade se espalha como água, por frestas de portas mal fechadas pelos déspotas, a esperança é reproduzida numa velocidade que nunca se viu. Vivemos em uma nova soberania internacional, que me permito chamar de “República da Blogosfera”.

Fazemos parte de um novo mundo, onde a informação revoluciona, desnuda crendices, derruba mitos e não se prende mais aos tradicionais e oficiais veículos de poucos anos atrás, renovamos e melhoramos a qualidade das informações, não há espaços para verdades ocultas ou mentiras sem conseqüências.

Em seu livro “
La revolución de los blogs” o professor José Luis Orihuela, da Faculdade de Comunicação da Universidad de Navarra na Espanha, afirma que os Blogs são “o meio que mais rapidamente tem crescido na história das comunicações”. Conta o Dr. Orihuela que já somos mais de quarenta e oito milhões de Blogs espalhados pelos continentes, e nos duplicamos a cada seis meses. Fundamos um “Estado Virtual”.

Blogamos porque gostamos, essa é nossa diversão, por vezes cheia de responsabilidades e compromissos. Nossas palavras se somam a outras milhões de idéias postadas. Nossas convicções se espalham e transformam o mundo. A bandeira de nossa “nação” tem a forma e a cor representada em cada post.

CNMP suspende concurso para MP do Rio

Primeiro deu no site do Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP, hoje saiu publicado no O Globo. O Plenário do CNMP determinou na sessão de 19 de junho, a suspensão do concurso para Promotor de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro.

Acatando proposta do relator, conselheiro Paulo Prata, o CNMP concedeu liminar suspendendo o concurso e vai convocar por edital os eventuais interessados para se manifestarem sobre o assunto, no prazo de 15 dias.
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Conforme o site do CNMP, o Procurador-Geral de Justiça do MP do Rio de Janeiro, Marfan Martins, que estava presente na sessão, comprometeu-se a enviar ao Conselho documento declarando se os membros da Comissão e da Banca Examinadora do Concurso têm ou não parentes entre os candidatos inscritos.

A questão não é bem essa, vai mais longe um pouco do que parece. Conforme foi divulgado na imprensa e aqui mesmo no Blog do Ozéas em 9 de maio passado, quando publicou o post
“Será que vale a pena?”, “dos 17 aprovados nas provas específicas do Ministério Público, dez são parentes de procuradores e promotores — tem filhos, sobrinhos e até uma nora”.

Quando o Procurador-Geral do MP/RJ desvia o foco para provar que os membros da Banca Examinadora não têm parentes entre os candidatos, não responde se as acusações iniciais são procedentes, ou seja, se 10 dos 17 são parentes ou não de promotores ou procuradores do Estado do Rio de Janeiro, real motivo das suspeitas de fraude.

Se a pergunta é “qual o seu nome?”, a resposta não pode ser “45 anos”, a lógica não é bem essa.

“A doce vingança”

O texto a seguir data de 5 de junho, mas como só ontem tive a oportunidade de ver a seleção brasileira entrar em campo (de verdade), acho que é mais tempestivo do que nunca.

Agradeço a colaboração do “amigo-mestre” pelo seu envio e passo a repartir com os amigos do Blog.


A doce vingança

Finalmente está chegando a hora. Em poucos dias, vai começar a Copa do Mundo. Nós, os amantes do futebol, que nos desesperamos o ano inteiro, nos campeonatos estaduais, nas batalhas para subir à Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro (e por lá ficar uns bons anos); nós que arrancamos os cabelos em um jogo contra o Centro Limoeirense, na reta final do primeiro turno (em Limoeiro); nós, que saímos caçando um boteco que transmita um jogo do nosso time numa quarta-feira chuvosa, um tal de Malutron, pela Copa do Brasil; nós, que somos acusados de loucos, obcecados, dependentes, viciados em futebol; enfim, nós que escutamos comentários do tipo "não sei pra que sofrer tanto por causa de um time" ou "não sei qual a graça que vocês vêem no futebol", e coisas do tipo.
Aqui vai uma confissão: para nós, amantes do futebol de janeiro a dezembro, nós que passamos pelo céu e inferno com nosso clube de coração, a Copa do Mundo é a nossa redenção.
Ah, que maravilha ver aquela tia ranzinza, que não vê graça nenhuma em "ver um bocado de homens correndo atrás de uma bola", vestida de Brasil, dos pés à cabeça, segurando a mão da filha, com o coração na boca.
Ah, que felicidade do sujeito casado, que escuta gracinhas do tipo "parece que morreu um parente teu", quando o time perde um campeonato, ver a esposa ajoelhada, na hora da cobrança dos pênaltis, fazendo promessas a São Expedito, São Apolinário, São Tomé, e outros santos que desconheço a origem e identidade, pedindo que pelo amor de Deus "essa bola tem que entrar, que o Brasil precisa muito deste título..."
Ah, que gozo supremo, ver aquele Phd em Sociologia e Antropologia, que já ponderou diversas vezes sobre a alienação e mercantilização do futebol, fumando um cigarro atrás do outro, já na hora em que os jogadores ainda estão cantando o hino nacional, fazendo mandingas as mais diversas, alertando para começarmos "dando uma pressão total".
Ah, que alegria, amigos, que alegria vê-los inebriados, absortos, obcecados por cada jogo da Seleção Brasileira.
E nesta hora, surge do fundo da alma, de nós apaixonados por futebol, de nós, estádio-dependentes, uma espécie de benevolência. Nossa vingança é quase um ato de emancipação afetiva. Devolvemos com alegria o que nos foi dado em forma de frases contundentes, comentários ácidos, afirmativas dolorosas, quando mais precisávamos de apoio. A cada quatro anos, na Copa do Mundo, nós caneleiros, nós, da segunda divisão da vida, que comemos espetinho à beira dos estádios, que sofremos com os cambistas, que viramos dependentes de uma transmissão pelo rádio de pilha, devolvemos aos nossos detratores uma espécie de cordialidade mística.
Durante os jogos, explicamos vagarosamente o que é um volante. Fazemos verdadeiros tratados filosóficos, com exemplos desenhados na lousa, sobre o impedimento; dissertamos exaustivamente sobre a primeira fase da Copa, avisando que depois vai começar o mata-mata; tentamos, em vão, fundamentar sobre a importância histórica e mística do Zagalo no banco de reservas, ao lado do Parreira; explicamos, com uma ponta de rancor, por que o nosso zagueiro não subiu no cruzamento; relatamos, didaticamente, que Mineiro não é um jogador que veio de Minas...
A Copa do Mundo dá aos amantes cotidianos do futebol, como eu, um raro e estranho sabor de vingança. Diria que se trata de uma doce vingança. Durante um mês, nos sentimos os mais normais dos seres. Estranhamos aquela velha tia, caladona, quase uma santa, soltar uma coleção de palavrões, numa falta perigosa contra o Brasil. Descobrimos que ela sabe mais palavrões que a nossa torcida inteira. Ficamos meio sem jeito quando o moralista da família toma todas e começa a sambar, defronte à TV, ao som de "Voa, canarinho voa", uma música que é da Copa de 82...
Sentimos um orgasmo espiritual quando aquele vizinho rabugento, incapaz de um "bom dia", entra correndo pelo nosso portão, e pula em cima da nossa família, que se abraça entre lágrimas...
Ou seja: tudo o que fazemos, durante quatro anos, eles fazem em um mês. Então, perdoemos os exageros e admitamos, bem secretamente: a Copa é a nossa doce vingança.
Samarone Lima

21 junho, 2006

Frágil democracia


Não sei se os amigos do Blog do Ozéas conhecem o pronunciamento de ACM, proferido quando da recente invasão da Câmara dos Deputados pelos aliados do operário-meu-patrão.

ACM que nunca foi pilar das instituições democráticas, diga-se de passagem, em seu discurso faz uma análise bastante contundente do momento por que passa o Congresso Nacional e apresenta sua “solução”, convocando as Forças Armadas à reação.

Nossa democracia tida como consolidada e amadurecida, na verdade ainda é frágil. As “forças ocultas” que sempre circularam como sombras de velas que pouco iluminam, não morreram, apenas estão adormecidas.

É urgente a renovação completa do Poder Político, Executivo e Legislativo devem sofrer profundas alterações em outubro, pela via democrática, sob pena de degeneração institucional e conseqüente anunciada usurpação por golpistas de plantão.

O pronunciamento de ACM não é isolado e nem ele fala somente por sua voz, as palavras foram escolhidas e dirigidas às pessoas certas, quem conhece a história do velho senador sabe muito bem que ele não seria leviano de falar somente em nome pessoal
Clique aqui para ver e ouvir.

20 junho, 2006

Enquanto aprendo... (texto editado)


Não se assustem ao ouvirem vozes cantando o Hino Nacional, ou algo parecido com o tal. São os candidatos do programa “Ídolos” do SBT, desafiados pela banca de jurados, que deram um show à parte.

Enquanto vou quebrando a cabeça pra botar o Media Player aqui no post, com a ajuda por enquanto da Vera e da Star, quem quiser assistir as melancólicas imagens, é só clicar na “Telinha”.

18 junho, 2006

Menina-passarinho

Nossos filhos, não há nada mais importante para nós. Só depois de tê-los e que aprendemos verdadeiramente quem foram nossos pais e quem nos tornamos.

Nossos filhos, nosso reflexo, tal como somos dos nossos pais presentes ou ausentes.

Minha “menina” mais velha, 12 anos, tinha um sonho, voar. Não da maneira tradicional, comum e mais habitual, com bilhete, assento marcado e check-in em aeroporto. Queria voar como os pássaros, livre de roteiros estabelecidos, queria olhar a terra por um ângulo diferente, não tão alto que tudo perdesse a forma, não tão baixo que parecesse a janela de um prédio mais elevado, queria ser “menina-passarinho”, queria passear sobre os morros e sobre o mar, na verdade, só queria voar.

O Blog do Ozéas para de falar dos outros para falar dos seus, deixa as dificuldades, tristezas e angustias para amanhã, porque hoje ele quer é ver sua “menina” voar.

Voa “menina” que sua hora chegou.
Fotos: Teresa Vilhena e Ozéas

Dizem as más línguas...

No encarte “O Globo – Niterói”, do Jornal “O Globo” deste domingo, o colunista Gilson Monteiro, nosso Ibrahim Sued da terra de Araribóia, apresenta a seguinte notícia:

O copo e a Copa

Duas jovens niteroienses foram convidadas para um fim de semana na casa de Ronaldo, em Madri, antes da Copa. Voltaram impressionadas: o camisa 9 mostrou também ser um fenômeno no copo. Além de entornar, não parava de fumar”.


Só por via das dúvidas e para não ficarem dizendo que peguei no pé do “gordo”, além de repetir a nota, mando cópia da coluna e ainda indico o endereço (
http://oglobo.globo.com/jornal/colunas/gilson.asp).

17 junho, 2006

Quanto custa?


Em artigo do Engenheiro Amílcar Brunazo Filho, sob o título “A SEGURANÇA DO VOTO NA URNA ELETRÔNICA BRASILEIRA”, insistimos no debate quanto ao voto eletrônico.

O Blog já postou por duas vezes o assunto e, sem querer ser repetitivo, trás novamente o assunto a tona. Afinal de que adianta lutar, se no final corre-se o risco de já haver vencedor acertado com a compra de milhões de votos.

"O Brasil informatizou o voto em todas as etapas de uma eleição mas isto não indica que estamos na linha de frente no domínio desta tecnologia e sim que ultrapassamos esta linha de forma imprudente e precipitada. Neste artigo é feita uma análise da segurança do voto na urna eletrônica brasileira para demonstrar que esta não garante o direito do eleitor ao voto secreto e à apuração honesta. É uma questão tanto técnica quanto jurídica. Conclui-se que a implantação do voto eletrônico necessita de melhor debate no Brasil, como tem ocorrido no resto do mundo, e propõe-se que este assunto seja melhor discutido pela universidade brasileira".
Leia Mais

16 junho, 2006

A propósito...


Charge Paixão, Fenapef, origem Gazeta do Povo – PR

“O ovo da serpente”


O texto a seguir que é de Alexandre Garcia, foi escrito em 29 de janeiro de 2.002 e tem o título do post.

Atualíssimo, guardando pequenas ressalvas quanto a nomes e questões específicas que foram citadas, merece uma nova leitura, que nos faz ao final indagar: o que mudou?

"Há oito anos, quando pedia voto para ser presidente da República, FHC mostrava na mão espalmada suas cinco prioridades. Um dos dedos era o da segurança pública. Que só fez piorar. Tucanos e petistas estão colhendo os frutos de sua política de combate ao crime. Em vez de matarem a serpente, fertilizaram-na e ela se multiplicou. Tucanos e petistas, acostumados a ver a polícia como uma ameaça, nos seus tempos de comícios de esquerda, parece que se vingaram. Acostumados a ver militantes perseguidos, trataram de dar direitos os perseguidos - só que hoje eles são militantes do Comando Vermelho, do Comando da Capital, do tráfico de drogas, dos seqüestros, do contrabando de armas, do controle das prisões".
( Leia mais )

Técnica

No pugilismo é comum se ouvir que determinado lutador absorve bem os golpes recebidos. A expressão muitas vezes pode ser indicativa da própria vitória do contendor que mais tenha apanhado, até porque, por mais estranho que pareça, quem bate com muita força o tempo todo, mas sem precisão técnica, corre sério risco de perder a luta em um único soco, afinal, depois de bater por doze rounds consecutivos sem derrubar o adversário, termina por cansado e sem ar suficiente para agüentar um gancho de reação bem aplicado em seu queixo, indo parar na lona porque não soube aproveitar as oportunidades que lhe surgiram no combate.

Hoje a noite assisti ao programa político do “PeFeLe”, que não poupou esforços para atingir o operário-meu-patrão. Juntou as peças e demonstrou por A + B que a quadrilha que se instaurou no Palácio do Planalto, agia em ação combinada e com vontade livre e consciente para atingir determinados fins ilícitos, além de politicamente imorais.

O “PeFeLe” chamou todo mundo para dentro do caldeirão, Paulo Okamotto do SEBRAE, Bruno Maranhão do MLST, Delúbio e Zé Dirceu, que fazem parte do tempero do caldeirão que tenta cozinhar o operário-meu-patrão. Marcos Valério, Duda Mendonça, Antonio Palocci e Silvinho Pereira foram tratados em igual qualidade, foram abertamente chamados de bandidos, amigos e com ligações até mesmo empresarial com o mandatário maior da nação. Para o “PeFeLe” e para minha avó, “é tudo farinha do mesmo saco”.

O programa do Partido de maneira geral foi bom e não surpreendeu quanto aos ataques proferidos, muito pelo contrário, ficou até a sensação que tem muito mais por vir por ai, parece que o que vai faltar mesmo é tempo para tantas denuncias que estão para ser anunciadas.

A questão posta portanto é a seguinte, quanto tempo a oposição vai resistir batendo e, por quanto tempo o operário-meu-patrão vai absorver tantos golpes? Ao que indicam as pesquisas até agora anunciadas, já se passa um ano de jabs, uppers, ganchos, cruzados e diretos, mas o oponente continua de pé, chegou até a pedir um pouco d’água em certo momento, entretanto, reagiu bem e continua na luta.

Ao que parece, não bastará apenas bater com força contra o adversário, será necessário muita técnica para se acertar o ponto certo e, deverá se ter em conta um plano alternativo para levar a luta à prorrogação, quando então um novo combate se iniciará, desta feita com cicatrizes irreparáveis da primeira etapa.

Ainda estamos no primeiro round

14 junho, 2006

Quando o comentário é melhor que o post

No post de 11 de junho, mais abaixo um pouquinho, intitulado “Fraude eleitoral”, o Blog comenta alguns aspectos pertinentes de um inquérito policial federal, que investiga possíveis fraudes nas últimas eleições, e que foi objeto de matéria de capa do Jornal do Brasil do mesmo dia.

Pois bem, o blogueiro de qualidade
Sombr4 através de seus comentários, complementa a matéria com maestria, apresentando novas revelações não contidas no texto originário que merecem ser lidas.

13 junho, 2006

"Juízes sem rosto"


Esta saiu publicada no informativo por e-mail do Migalhas Jurídicas:

“A onda de ataques comandada por facções criminosas em São Paulo levou juízes e associações da categoria a implantarem esquemas de segurança para proteger a integridade dos magistrados. Mudanças de trajeto, trocas de placa nos carros oficiais e até a criação de uma central de inteligência estão entre as medidas adotadas pela classe, que estuda ainda propor a criação de "juízes sem rosto", com decisões nas quais o nome do magistrado não aparece”.

Mão à palmatória


Tenho que reconhecer, o operário-meu-patrão deu uma dentro, o “fenômeno” está gordo.

Na estréia do Brasil na Copa da Alemanha, nosso atacante-garoto-propaganda-nike teve um desempenho desastroso na sua função de atacante-jaqueira-parada. Com exceção da um único fruto lançado contra o gol croata, não serviu nem para fazer sombra dentro da área adversária.

11 junho, 2006

Fraude eleitoral

O falecido caudilho Leonel de Moura Brizola tinha lá suas implicâncias com o voto eletrônico, a propósito, sempre defendeu uma contra-fé do voto, que deveria ser impresso pela urna eletrônica, como forma de garantia e futuras conferências de possíveis fraudes eleitorais.

Sempre atacado em suas colocações, sendo até ridicularizado nas suas idéias, era tido como daqueles que acordavam assustados a noite para ver debaixo da cama se algum conspirador o vigiava no sono.

As urnas sempre foram consideradas “infraudáveis” e, a inicialização dos votos só se dava depois da “zerézima” (fantástico nome!) das máquinas, que após o encerramento da votação, seus dados eram encaminhados para o Judiciário Eleitoral, insuspeito e acima de qualquer interesse ou ideologia. Nesse ponto me permito, mas como diria o sambista, me engana que eu gosto!

Pois bem, a edição do Jornal do Brasil de hoje, trás em matéria exclusiva de capa o fantasma brizolista da fraude eleitoral.

Após a notícia sobre oferecimento de votos a candidatos em 2.003 a Delegacia Institucional da Polícia Federal inaugurou um Inquérito Policial para apurar as possíveis fraudes. Correndo em segredo de justiça a investigação, já teriam sido indiciados pelo menos um vereador e um ex-deputado do Rio de Janeiro e, já haveria provas suficientes para o indiciamento de mais três pessoas, entre elas o assessor de um juiz eleitoral e outro político.

Sigilos fiscais, telefônicos e bancários dos investigados já foram quebrados, e segundo a Polícia Federal, “há suspeitas de adulteração nas eleições de 1998, 2000 e 2002”.

Os chamados “flashcards” das urnas, cuja função é guardar os dados dos eleitores e dos candidatos, estão sob perícia do Instituto Nacional de Criminalística (DPF). Embora até o momento não tenha sido declarada efetiva a fraude, tal possibilidade não foi descartada tanto pela Polícia Federal, quanto pelo Tribunal Superior Eleitoral, que não garante em 100% a segurança do processo, inclusive, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro admite que as fraudes “poderiam ocorrer no TRE” e que, “são esses computadores que recebem a soma de votos das urnas. Mas a fiscalização também é intensa, e durante a totalização dos votos o sistema sofre dezenas de tentativas de invasões de hackers”.

Outra questão que teria intrigado os policiais encarregados da investigação, foi a demora do TRE/RJ na entrega dos cartões das urnas, que segundo a matéria do JB teriam sido solicitados em meados do ano passado e só entregues no início do ano em curso.

Dizem que uma mentira quando contada repetidamente e inquestionada, acaba virando verdade. Afirma-se a muito tempo que nossas urnas eleitorais são seguras e servem de exemplo para o resto do mundo. O engraçado é que vários países já solicitaram demonstrações e informações sobre nossa tecnologia eleitoral, mas até onde saibamos, a exceção da República Dominicana, nenhum outro resolveu adotar nosso seguro e rápido sistema. De concluir, das duas uma, ou todos os outros países estão errados, ou corremos sério risco de estarmos sendo enganados.

09 junho, 2006

Conclusão lógica


Indignado com a pergunta do operário-meu-patrão em uma videoconferência com a comissão técnica da seleção brasileira de futebol, onde era proibido que os seus integrantes perguntassem ao nosso palpiteiro-mandatário-maior, o atacante não deixou sem resposta a indagação de que ele estaria gordo:

"Eu também tenho coisas pra perguntar pra ele, mas avisaram a gente que era terminantemente proibido perguntar coisas para o presidente."

"Todo mundo diz que ele bebe pra caramba. Tanto é mentira que eu sou gordo como deve ser mentira que ele bebe pra caramba."

Como já é de conhecimento geral que o apedeuta “bebe pra caramba”, podemos concluir que o “fenômeno” deve estar pesando uma tonelada.

Um mês

Porque se vai, porque se volta, nunca saberemos.


Só nos resta contemplar as palavras e refletir com o poeta para tentarmos entender:

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: "Navegar é preciso; viver não é preciso".

Quero para mim o espírito [d]esta frase, transformada a forma para a casar como eu sou:

Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpoe a (minha alma) a lenha desse fogo.

Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha. Cada vez mais assim penso.

Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade.

É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

Fernando Pessoa

Voltemos a navegar e enfrentemos os monstros marinhos, que nos ameaçam a desistir de nossas conquistas.

Quando as forças que nos animam são mais fortes que os canalhas que nos perseguem, nos resta a guerra como opção inexorável, único caminho a seguir.

Sun Tzu em “A arte da Guerra” ensinava:

Exibe proveitos para atraí-los. Cria desordem em seus exércitos e toma-os.

Se forem sólidos, prepara-te para eles; se forem fortes, evita-os.

Se forem coléricos, irrita-os; sê o oposto para provocar sua arrogância.

Se estiverem descansados, força-os a se exaurirem.

Se forem unidos, faz com que separem.

Ataca onde eles não estão preparados.

Avança onde eles não esperam.

Esses são os meios porque os estrategistas militares são vitoriosos.


Meus amigos agradeço as palavras de carinho e incentivo, foram fundamentais em nossa decisão de continuar.

Embora limitado em nosso tempo e com disponibilidade restrita, não deixaremos de contribuir, ainda que somente com nossas palavras de incentivo aos verdadeiros vitoriosos, homens e mulheres de bem que criam e transformam todos os dias nossa realidade.