Minhas opiniões e publicações, expostas neste espaço, são reflexões acadêmicas de um cidadão-eleitor, publicadas ao abrigo do direito constitucional da liberdade de expressão

"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)

31 julho, 2009

Gozou?

Estabelecido em 2001 na Inglaterra por iniciativa do comércio sexual local, os populares sex shop, o dia 31 de julho é considerado o Dia Internacional do Orgasmo, data que se não existisse não faria a menor falta, entretanto, já que existe, por que não comemorar?

Preconceitos a parte, até porque o tema sempre sugere a rejeição à leitura e expressão por parte dos mais puritanos, nada como dizer que o clímax sexual foi alcançado, no popular, “gozei!”.

Entretanto, não são todos que podem participar dessa euforia originária, primitiva e deliciosa, as vítimas de mutilações sexuais, os abstêmios por opção e aqueles, como diria o poeta, mesmo o “padre eterno que nunca foi lá, olhando aquele inferno vai abençoar”.

Segundo estudos na USP, cerca de 26% das mulheres brasileiras têm dificuldade em atingir o orgasmo e outras 50% tem problemas diversos ligados a falta de desejo, ausência de tesão ou mesmo dor durante a relação. No outro lado da cama 4% de homens também sofrem por não atingirem o orgasmo nas suas relações pelos mais diversos motivos.

Na Inglaterra, onde surgiu a data comemorativa os números são mais alarmantes, cerca de 80% das mulheres não gozam durante a relação com seus parceiros.

Para quem não sabe bem do que o Blog esta falando, segue a definição teórica da explosão sexual, transcrita da enciclopédia livre e virtual,
Wikipedia:

“O orgasmo é uma reação do corpo que dura apenas breves segundos, sentida durante o ato sexual ou de masturbação, resultado de intensa excitação das zonas erógenas ou órgãos sexuais. O orgasmo como sensação de prazer pode ser detectado no momento da ejaculação na maioria das espécies de mamíferos, em indivíduos masculinos. Na espécie humana, de maneira geral, tanto homens quanto mulheres podem sentir o orgasmo: nos homens, apresenta-se como um pico rápido de excitação seguido de ejaculação, e rápida queda na sensação de prazer; nas mulheres, pode consistir de um período mais extenso de sensação de prazer acima do normal, pontuado por alguns picos de extremo prazer, mais intenso que nos homens, com decréscimo destas sensações mais lento do que nos parceiros. Nas mulheres, ainda, podem haver contrações musculares que causam expulsão de líquido através da vagina, caracterizando a ejaculação feminina.”

O Blog sugere que todos aproveitem a data que providencialmente caiu numa sexta-feira, bons encontros e porque não, relaxar e gozar.

30 julho, 2009

Vinte anos depois

Em 1989 o país vivia uma overdose eleitoral. Saindo da ditadura militar, os partidos organizados sob o manto constitucional recém promulgado, queriam mostrar suas caras para a sociedade, não estavam tão preocupados com hoje estão nas alianças garantidoras do poder permanente. Purismo à parte, foi um momento único poder ver Mario Covas, Roberto Freire, Brizola, o próprio Ulisses, quando aparecia, debatendo e fazendo surgir um novo país.

O resultado daquelas eleições todos lembramos, um “caçador de marajás”, que enganou a muitos, desse pecado não morro, que no final foi destronado como qualquer outro ditadorzinho barato e ladrão, que foge pelos fundos do alçapão.

De qualquer forma, vinte anos se vão, e como diz o provérbio, as imagens valem mais que as palavras.

29 julho, 2009

Anistia

Em setembro do ano passado postei um texto, chamei de Permanência Incondicional e começava assim: “O controle migratório talvez seja um dos pontos mais importantes da estratégia de colonização e ocupação do território e postos de trabalho de um país. É através do controle de entrada e permanência dos estrangeiros que se estabelece uma política migratória que vise atender as necessidades de ocupação, investimento, exploração do mercado de trabalho, parcerias comerciais e de educação, relações entre Estados, difusão religiosa, ou mesmo, para simples visita de turistas que pretendam deixar recursos”.

O post originário por ser extenso pode não ter animado muito aos poucos, mas seletos, leitores desse Blog, entretanto, fazia uma reflexão crítica das causas e conseqüências do fluxo migratório continental, sem controle das necessidades estratégicas de cada país, conforme lei vigente no Brasil.

Agora, sancionada pelo operário-meu-patrão em 2 de julho do corrente, a nova
Lei 11.961/09 dispõe sobre a residência provisória para os estrangeiros que se encontre no Brasil em situação imigratória irregular, que ganhou o nome popular de Anistia dos Estrangeiros.

Não é a primeira e parece que não será a última anistia no país, em junho de 1998, a Lei 9.675, também amparou em igual condição todos os estrangeiros que residiam ilegalmente no Brasil.

Conforme declarações do apedeuta publicada no
Estadão, quando da assinatura da nova lei, “‘à política de discriminação e preconceito’ dos países ricos contra estrangeiros” e a “‘Repressão e intolerância contra imigrantes não vão resolver os problemas causados pela crise econômica mundial’, disse o presidente, lembrando sua condição de retirante nordestino que teve de migrar para São Paulo em busca de trabalho, educação e melhor condição de vida. ‘Ninguém deixa sua terra natal porque quer’, observou”.

Constava ainda na redação da matéria jornalística que “pela lei, os estrangeiros ilegais terão até dezembro para requerer residência provisória por dois anos. Três meses antes de completar esse tempo, eles terão o visto transformado em permanente e passarão a usufruir dos mesmos direitos de brasileiros natos, menos o de votar e ser votados. Eles terão plena liberdade de circulação e acesso a trabalho remunerado, educação, saúde pública e serviços da Justiça”. Complemento, direitos vigentes desde o pedido de registro provisório.

No mais está correta a matéria jornalistica quanto aos procedimentos e efeitos da lei, errando somente na espectativa de procura de regularização. Segundo publicado, conforme as fontes oficiais, devem procurar a Polícia Federal algo próximo de 50 mil estrangeiros para regularização, entretanto, fontes mais realistas falam em mais de 200 mil pessoas e outras mais alarmistas, em aproximados 400 mil ilegais. Podemos conceituar, portanto, em grave, gravíssima ou trágica as conseqüências da benesse estatal.

Para usufruir da Anistia o estrangeiro deve preencher apenas singelos cinco requisitos: 1) provar ter ingressado no Brasil antes de 1º de fevereiro; 2) Apresentar documento pessoal que conste nome de pai e mãe; 3) declarar de próprio punho que “não responde a processo criminal ou foi condenado no Brasil ou no exterior; 4) duas fotos; 5) duas taxas, uma de R$ 64,58 (taxa de registro) e outra de R$ 31,50 (para carteira de estrangeiro).

Antes de me acusarem de implicância, intolerância e mesmo xenofobia, antes de me ensinarem que o Brasil foi construído por imigrantes, que todos temos sangue estrangeiro, etc., etc., etc.... me reservo em tecer outras considerações, por tão transparente que para mim parece a questão, entretanto, coloco à reflexão aos poucos que tiveram paciência de ler esse post até o final e/ou que considerem a questão sob a ótica governista de que “Trabalho e dignidade para o migrante é a resposta que o Brasil dá à intolerância dos países ricos".

Imagine se em qualquer país do mundo, destaco, em qualquer país, um governo em determinado momento já disse mais ou menos assim, “quem está fora não entra” (até a próxima anistia), mas quem está dentro, qualquer que seja sua condição sócio-econômica-cultural-profissional, se quiser não sai mais.

28 julho, 2009

Dia do Perú

Proclamada pelo argentino José de San Martins, em 28 de julho de 1821, a independência peruana dos domínios espanhóis, tal como a nossa, estava longe de ser a consolidação da vontade popular, representando mais a troca de poder entre grupos, ou seja, entre o domínio antigo da elite subordinada ao governo central, pela elite local colonizadora, que pretendia liberdade de enriquecimento sem vínculos externos.

Tendo enfrentado pela história disputas territoriais com o Chile e Equador, consolidou sua soberania em 1999, quando a partir de então todos os litígios físicos do país andino cessaram.

Não menos turbulenta é a história econômica e política daquele país, merece ser estudada para conhecermos um pouco mais alguns efeitos reflexos no continente, alguns países, que não coincidentemente, possuem alguns traços de formação e consolidação nos seus processos de afirmação da democracia.

O Perú deu ao continente um dos maiores escritores da atualidade, Mário Varga Llosa, de quem pude ler “Conversa na Catedral”, “Batismo de Fogo”, “Pantaleon e as Visitadoras”, que virou filme, e para mim sua obra maior, “A guerra do fim do mundo”, história romanceada da nossa “Guerra de Canudos”, quando Antonio Conselheiro foi finalmente derrotado pelo exército do Cel. Moreira Cesar.

A propósito, Mario Varga Llosa concorreu à presidência do Perú em 1990, pela Frente Democrática, coligação de centro-direita, quando foi derrotado por Alberto Fujimori, uma pena para sua biografia e maior ainda para a história continental.

Sobre Fujimori, exercendo um terceiro mandado, questionável quanto a sua constitucionalidade, assumido em julho de 2000, teve seu final em novembro do mesmo ano, depois de um escândalo sobre suborno, um “mensalão peruano” se é que podemos chamar assim, já que envolvia pessoa de seu governo, seu Chefe de Inteligência, que foi flagrado em gravações de televisão subornando um político para mudar de lado.

O escândalo inicialmente político, logo passou a fazer parte de uma grande teia de atividades ilegais, inclusive desfalques, tráfico de drogas e violações de direitos humanos cometidas durante a guerra contra o Sendero Luminoso. Não havia outra saída, Jujimori foi forçado a convocação de novas eleições e se exilou no Japão.

Posteriormente, em 2005, Alberto Fujimori volta para a America do Sul, se exilando no Chile, entretanto, em 2007 a justiça daquele país atende a um pedido de extradição formulado pelo governo peruano e Fujiomori é julgado, por corrupção, evasão de divisas, enriquecimento ilícito e genocídio.

Alberto Fujimori que tem condenação em 25 anos de prisão por genocídio, ainda responde a um processo por peculato, sendo acusado de pagar uma indenização milionária ao seu ex-chefe de Inteligência, Vladimiro Montesinos, em setembro de 2000, pouco depois de estourar um escândalo de corrupção no país.

No dia comemorativo da independência peruana, em situação de rara admiração, gostaria de ver a máquina do judiciário brasileiro julgando presidentes, ex-presidentes, senadores, deputados e todos mais. Mais ainda, diante dos fatos históricos que conhecemos no Brasil, sentiria um enorme orgulho em ter também um presidente preso, cumprindo um quarto de século de prisão.

26 julho, 2009

Suspendendo o recesso

Mesmo sem tempo para administrar o Blog, não podia deixar de postar essa....