Minhas opiniões e publicações, expostas neste espaço, são reflexões acadêmicas de um cidadão-eleitor, publicadas ao abrigo do direito constitucional da liberdade de expressão

"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)

26 outubro, 2005

intellectuale


Sob o post mais abaixo “’Intelectuais’ dizem sim à pizza”, recebi de meu Mestre, que a tudo observa, mas resguarda-se aos comentários via e-mail, as seguintes considerações:

“Para iniciar, apenas pergunto, só os globais são intelectuais?
Decorar textos, os eleva a condição de mentores de nossa sociedade?
Afinal, o que significa ser intelectual?
Vou tomar minha cerveja.”

Quem são os intelectuais?
Sem dúvida que ser artista global, não necessariamente, transforma uma pessoa num intelectual. Poderá “ser ou não”, mas também não será sintoma de intelectualidade, o próprio bordão ou seu usar com expressões reflexiva e introspéctas.
Como não pretendo ficar divagando sobre o ser ou não ser, estabelecendo conceitos menores quanto a “intellectuale”, limitando seu alcance, num simples estabelecer de graus de cultura ou seu prazer, ou em ter ou querer ter estudo e entendimento sobre algo, ou me perder em definições ainda menores, recorro a Humberto Eco como parâmetro e expressão da própria intelectualidade:

“Já se sabe que os intelectuais, como categoria, são algo muito vago. No lugar disso, bem diferente é definir a “função intelectual”. A função intelectual consiste em determinar criticamente o que se considera ser uma aproximação satisfatória ao próprio conceito de verdade; e pode ser desenvolvida seja lá por quem for, inclusive por um marginalizado que reflete sobre sua própria condição e a expressa de alguma maneira, ao mesmo tempo em que pode ser traída por um escritor que reage com paixão diante dos acontecimentos, sem impor-se o crivo da reflexão (Humberto Eco, Cinco escritos morales. Ed. Lumen. Tradução de Helena Lozano Miralles, pg. 14-15).

Assim, um intelectual é necessariamente um observador analítico e crítico, interagindo com os acontecimentos, observando os fatos provados, para que num salto lógico chegue a um fato provável, ou seja, a verdade. Portanto, ser intelectual não é privilégio que se adquire conforme a inserção de uma pessoa na mídia. Estar em evidência não transforma pessoas em mentores sociais ou reveladores de verdades e, decorar textos não atribui grau crítico a qualquer imbecil.

9 comentários:

Luma Rosa disse...

Depois que o Paulo Coelho entrou pro time dos intelectuais, esperar o quê? Fiz uma postagem um tempo atrás sobre como os intelectuais podem ajudar a sociedade, não vai lembrar porque ainda não frequentava o luz; mas se tiver tempinho vai lá nos arquivos! (rs*) Beijus

Anônimo disse...

O pior é que Gilberto acha que pode enganar o detector de mentiras: Gilberto Carvalho afirma que não processou os irmãos de Celso Daniel por calúnia e difamação para preservar a família de alguém querido. Ele afirma também que aceita ser submetido a um polígrafo (detector de mentiras). Abraços

Elaine disse...

Perfeito Ozéas.
PS: Eu esqueci de te fazer uma pergunta importantíssima sobre uma foto que vi no jornal extra de segunda-feira após o referendo.
Uma pequena nota fala sobre o referendo no interior, acho que do Pará, onde também mostra um preso tendo suas algemas retiradas para votar?
Pergunto: Um preso pode votar? Quero dizer, a partir de que momento ele tem seus direitos cassados?
Sds...Elaine

Santa disse...

Estive fora do ar, por um tempo, problemas com a máquina, daí não ter aparecido por aqui. Hoje estou para aquela leitura diária. Conte com o Blog da Santa para qualquer iniciativa contra impunidade.

A propósito do tema "Intelectualóides intelectualizam o inintelectualizável o que por si só é redundante
... mas também não deixa de ser merda.
rs

Um abração



Um bj

Santa disse...

Vale a pena colocá-lo inteiro:


Intelectualóides

Intelectualóides
intelectualizam
o inintelectualizável
o que por si só
é redundante
e um exercício de futilidade.
E a mente cansada, irritada,
vai (des)intelectualizando
o discurso ouvido,
muito à pressa, (mas com algum custo)
porque o risco de ficar estúpida
é GRANDE e pequeninos
vamos sendo e
percorrendo este caminho
a pé-coxinho,
sem eira nem beira,
enquanto um pato nos grasna
à janela
e um botão fica por premir.
Sócrates era um ganso
e parece continuar a sê-lo.
Francisco, a louça pintada
de merda não deixa de ser louça,
mas também não deixa de ser merda.

http://tvtel.pt/damien/intelect.htm

Anônimo disse...

Caro Ozeas:

No Brasil intelectual é qualquer um que apareça no domingão do faustão se aparecer no Gugu é itnelectual brega,estar em evidência equivale por exemplo a qualquer cidadão que ostente o título de cientista politico e dê suas espinafradas em algum jornal noturno, este é o itnelectual no Brasil, thanks pelas visitas...

Abçs

Marcos
www.gotasdefel.blig.ig.com.br

Saramar disse...

A mídia tem um pezinho nessa história de intelectuais. Os cadernos B da vida adoram aquelas longas entrevistas com artistas, dando-lhes um tratamento de estudiosos. O jornal vende, os artistas vão ao céu porque a partir do dia da publicação serão, para sempre, intelecutuais e todo mundo fica feliz até o final dos dias. Principalmente esses intelectualóides, como disse a Santa, porque passam a faturar sobre isso, opinando sobre tudo, como se fossem um repositório da sabedoria universal.

Anônimo disse...

Permita-me, gostei e vou publicar seu artigo em meu blog, com seus créditos é claro. Abraços

Ricardo Rayol disse...

Cara, essa é a pior experessão inventada pela humaindade, intelectual. Intelectualóides ou intelectualerdas. Gentye culta, chique e viada rs.