Minhas opiniões e publicações, expostas neste espaço, são reflexões acadêmicas de um cidadão-eleitor, publicadas ao abrigo do direito constitucional da liberdade de expressão

"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)

02 novembro, 2005

Perdendo a linha


Enquanto recebia o primeiro-ministro da Jamaica no palácio do Itamaraty, os repórteres que faziam a cobertura do evento, não deixaram em paz o operário-meu-patrão. Todos da imprensa não queriam saber muitas coisas do país recepcionado, estavam lá para ouvir em viva voz, da boca de um dos principais personagens, algumas palavras sobre os dólares cubanos.

Acontece que o operário-meu-patrão não gostou muito da presença da imprensa, na verdade já deu pra perceber pelas caras e bocas que faz, que não gosta mesmo é de ser contrariado, contradito, questionado ou desmentido por ninguém, faz beicinho e tudo mais, isso quando não resolve partir para agressão usando das suas famosas frases feitas e “impactantes”, sempre que se sente vítima de alguma “conspiração das elites”.

Sua excelência considerou os repórteres “insuportáveis” e reclamava, “mas que falta de educação!”. Sentiu-se constrangido diante de uma autoridade internacional, creio que achou sua imagem imaculada, atingida por questionamentos inoportunos para o momento.

O operário-meu-patrão tem que entender que no exercício regular se suas profissões, os jornalistas sempre que pedem explicações, não as pedem caprichos ou fetiches, mas porque o tema indagado interessa e aumenta a venda de seus jornais, e se são vendidos mais jornais é porque tem muita gente interessada em saber daquelas notícias.

Na qualidade de mandatário maior do país o operário-meu-patrão, sempre terá satisfações a dar ao país, não pode escolher quando quer falar, mas tem o dever de sempre falar, quando a situação importar em necessários esclarecimentos, sobre qualquer tema e qualquer questão.

Que tal ao invés dos monolíticos discursos em rede nacional, ensaiados, gravados, corrigidos e elaborados por assessores, uma coletiva à imprensa nos moldes que está prometendo para segunda-feira no Roda-Viva da TV Cultura? Só quem tem rabo preso, pode ter medo de dar satisfações.

4 comentários:

Anônimo disse...

Caro Ozeas, já pensou se os "ratos cantam" e nós já temos até um ministro rato. Meu medo é que os ratos dominem o planeta...rsrs. Vamos assistir o Roda Vida, para ver no que vai dar...(pagando pau)...kkkk Abraços!

Serjão disse...

Imagina se ele estivesse na oposição. Estaria dizendo que o pres da Rep é prepotente por não dar entrevistas.

Elaine disse...

Ela reclama da imprensa, mas já precisou muito dela. Deixa chegar 2006. Aí eu quero ver.

Verbi Gratia disse...

Esse "Roda Viva", vai ser levada no mesmo tom da do Hugo Chávez: uma enrolada só do começo ao fim, tanto é que não vai ser ao vivo, mas gravada.