“O ‘Amoralismo’ de Lênin”

“Os ‘socialistas revolucionários’ russos foram sempre homens dos mais morais; no fundo, não eram mais do que pura ética. O que não os impediu de enganar os camponeses durante a revolução. No órgão parisiense de Kerensky, este socialista ético que foi precursor de Stalin nas falsificações contra os bolchevistas, o velho ‘socialista revolucionário’ Zenzinov escreve: ‘Lênin ensinou, como se sabe, que, para atingir o objetivo almejado, os bolchevistas podem, e às vezes devem, usar qualquer estratagema, como o silêncio e a dissimulação da verdade...’” (Trotski)

Oportuno o texto de Leon Trotski, palavras de quem bem entendia todo o processo.

Enganam-se aqueles que acreditam que a “moral burguesa” é padrão referencial, também iludem-se quando acreditam que os valores culturais estabelecidos servirão de parâmetro para o comportamento exigido. São infantis os que esperam uma reflexão crítica e providências de arrependimento, os valores são outros, “os fins justificam os meios”. Toda batalha é travada como a guerra na sua totalidade, não perderão a oportunidade de avançar, avançar e avançar, custe o que custar. Não há clemência ou prisioneiros, a moral burguesa não serve aos propósitos finais.