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"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)

04 setembro, 2005

Desarmamento, vamos ser honestos

O Governo Federal comemora a diminuição em 8% do número de mortes por arma de fogo esse ano, seria a primeira vez nos últimos 13 anos que esses índices registrariam queda, sendo atribuído de maneira tendenciosa os resultados à “campanha do desarmamento”.

Com o discurso desarmamentista em moda, nada como a prática demonstrando a correta linha teórica, um resultado considerável e mesmo de silenciar os defensores da não abolição do direito de autodefesa, entretanto, achamos que uma consideração relevante deva ser colocada para que melhor se traduzam os resultados apresentados.

Na verdade, não creio que a entrega de garruchas velhas ou mesmos dos “trinta e oitos” nas caixas, estalando de novos sem que tenham disparado um só tiro, sejam os reais motivos da diminuição dos índices apontados como verdadeiros.

Juntamente com a campanha da entrega pára destruição das armas, outra medida, e essa ao nosso ver verdadeiramente efetiva, entrou em ação. Hoje no Brasil, pouquíssimas pessoas têm direito ao porte de arma, que para os conhecedores dos antigos tramites, sabiam que basicamente bastava o recolhimento de uma taxa e a indicação de um delegado de polícia que o porte sairia sem maiores problemas.

Durante muitos anos inclusive a concessão do porte de arma foi instrumento de “mimos” políticos que se faziam aos amigos dos amigos. Todo VIP ou amigo bem apadrinhado tinha um porte estadual ou federal, isso para não dizer das famosas autorizações concedidas por juízes de direitos nas comarcas mais afastadas.

Com o fim do porte de armas deixaram de circular nas cinturas, na boates, nas praias, nos automóveis, nos bares, os instrumentos de demonstração de poder e que efetivamente eram sacadas nos primeiros momentos dos desentendimentos.

Registrar 8% de diminuição por morte de arma de fogo e colocar na conta das entregas voluntárias das armas tal resultado, no mínimo é hipocrisia ou falta de competência para avaliação da realidade, até porque se continua matando e muito com o emprego desses instrumentos, as armas que ainda matam certamente não são em sua imensa maioria as legais e registradas, que servem à defesa das famílias e das suas casas. As mortes que ainda insistem em assustar a toda população são as provocadas por marginais, que fortemente armados, não se interessaram em receber indenizações de cem a trezentos reais pela devolução de suas pistolas automáticas ou seus fuzis AR-15.

A propósito do tema, saiu no jornal do Comércio de São Paulo uma matéria intitulada “A falácia do desarmamento”, por Marcelo Solimeo, embora eu não comungue de sua formação ideológica, não deixa de ser um bom texto para reflexão e contribuição nesse momento de informações e contra-informações.

http://www.dcomercio.com.br/noticias_online/486037.htm

3 comentários:

Elaine disse...

Marcelo disse tudo. Ainda estou lenta depois comento mais alguma coisa.

Alice disse...

Em compensação a tv mostra todo dia confronto no Rio.

Elaine disse...

Agora estou melhor.
Pois é Alice, o governo quer desarmar os cidadãos de bem e ao mesmo tempo, não nos oferece uma estrutura para desarmar os bandidos. Continuo mantendo o meu pensamento de que "portar arma" é uma decisão muito particular de cada um, e que "nesse momento" uma decisão sábia da população seria dizer não ao desarmamento.
Quem sabe numa outra oportunidade quando tivermos uma política de segurança pública efetiva possamos pensar em uma outra saída, mas não a cassação do direito de decisão de cada um de nós.