Minhas opiniões e publicações, expostas neste espaço, são reflexões acadêmicas de um cidadão-eleitor, publicadas ao abrigo do direito constitucional da liberdade de expressão

"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)

10 janeiro, 2006

Uma boca, dois ouvidos


No corre-corre de nossos dias ainda conseguimos visitar Blogs amigos, com um pouco de dificuldade e no parco tempo que nos resta, temos que, não raramente, fazer a triste opção entre comentar um post dando nossos “pitacos” ou, escrever alguma coisa que em nosso próprio Blog.

Em uma dessas andanças na “blogosfera”, fiz um comentário (desabafo) no post “Refrescando a memória de Gilberto Gil”, editado lá no
Blog da Santa, que por sinal é “blogueira” de referência pela qualidade dos textos e impar na qualidade artística apresentada.

Pois bem, não vou voltar a polêmica inicial apresentada no post de 09/01/06, acho que por lá as visitas e considerações foram bastante suficientes para enriquecer ainda mais a própria matéria. A questão é outra.

Caridosa com os amigos, a “Santa” prestigiou meu longo e cansativo desabafo e fez dele um novo post, dessa vez com o título “E a propaganda aonde entra nisso?” Gentil como sempre, a “Santa” me honrou em estar presente no seu Blog com destaque, agradeci em apartado por modéstia e orgulho contido.

O “Blog da Santa” é um espaço democrático, recebe e respeita a todos independentemente de colorações ideológicas, exigindo somente dos seus visitantes a educação mínima de limpar os pés no capacho antes de entrar, depois disso deixa todos a vontade, podem falar livremente com o único ônus de terem que escutar se for o caso.

Comentando o post editado a partir de meu texto, agora com o batismo de “E a propaganda aonde entra nisso?” o “blogueiro”
Jean Scharlau disse:

“Estes salteadores não jogaram ao chão, nem estupraram, nem entregaram aos cães e chacais as empresas nacionais, como fizeram os que os antecederam, de onde resulta que hoje não temos mais quase nada.
99% dos ``operadores de direito`` consideraram a reforma previdenciária inconstitucional? Sou mais o bom e velho 1%. Basta aos privilégios!
Funcionários públicos do legislativo e judiciário federal ganham em média R$9.000, brasileiros comuns, da iniciativa privada, ganham em média R$900. Os ``príncipes`` acham ruim aposentadoria de R$2.400. Pense nisto, eleitor.
Enquanto não tivermos uma categoria única de brasileiros não teremos um Brasil unido”.

Acho que o leitor do meu comentário original poderá perceber que em momento algum disse que defendia qualquer governo ou governante anterior ao do “operário-meu-patrão”, até porque, já tive oportunidade de dizer e fazer o
mea culpa, declarando meu voto nesses estelionatários que ajudei a instaurar no poder. Meu voto no 13 me deu muito mais azar do que esperava, e hoje quando critico qualquer comportamento vindo do Planalto Central, o faço como outorgante de procuração desonrada, cujo instrumento por cláusula pré-fixada não admite substabelecimento antecipado.

Portanto, confundir a defesa da liberdade de expressão, das instituições democráticas e do texto constitucional que defendi, nada tem em comum com a tese sustentada por Jean Sharlau de entreguismo ocorrido no reinado de FHC. O que sustentei e sustento que esse governo que está ai, sempre que pode e que lhe dão espaço, avança nas liberdades individuais e na supressão de direitos, sempre que lhe é possível, aumenta o controle do Estado sobre os cidadãos e reduz a independência dos Poderes e a autonomia das instituições, valendo-se de leis notadamente inconstitucionais. Ou Jean leu com poucas luzes meu texto original, ou tem má-fé no coração quando tenta desviar o foco da questão para o campo que lhe parece ser mais interessante e conveniente.

Ainda e já que “levantou a bola”, o “blogueiro” Jean ataca o que chamou de “privilégios” dos funcionários públicos, por receberem acima do limite nacional estabelecido para as aposentadorias, diz que “
ganham em média R$9.000, brasileiros comuns, da iniciativa privada, ganham em média R$900. Os``príncipes`` acham ruim aposentadoria de R$2.400”. Diante dessas ponderações, novamente creio que ou estamos diante de uma má conduta moral ou completo despreparo para falar sobre o assunto, prefiro ficar com a segunda posição, a da ignorância dos fatos e da lei.

Realmente, os funcionários públicos recebiam aposentadorias integrais ao término de seus trinta anos de serviço público prestados, diferentemente dos empregados privados que não poderiam passar dos limites conforme mencionado, entretanto, os funcionários públicos sempre contribuíram sobre a totalidade de seus vencimentos, ou seja, se recebiam R$ 9 mil, contribuíam para a previdência sobre os R$ 9 mil, diferentemente dos trabalhadores da iniciativa privada, que se recebem R$ 9 mil e sempre recolheram suas contribuições ao limite de vinte salários mínimos, assim e por isso, a “poupança” previdenciária que realizaram é equivalente ao que hoje recebem. Pouco? Sem dúvidas, mas nunca foram impedidos de complementar seus pecúlios futuros através do pagamento da previdência privada.

Só para final esclarecimento do assunto, após a reforma implantada os novos servidores públicos passaram a ter o limite igual ao trabalhadores “comuns”, sendo que contribuirão, se quiserem, para uma outra caixa previdenciária a ser criada pelo governo federal, ou seja, tudo mudou mas nada ocorreu que já não ocorria antes. Pagarão mais sobre seus salários para receber mais na aposentadoria.

10 comentários:

Anônimo disse...

Oi meu amigo de Icaraí ( terra linda)
Ufa...acabei de ler, mas para não me enganar no meu entendimento, vou ler novamente, além de ser um assunto 10, tira-nos um pouco de nossa fatídica ignorância. a esse "nossa", refiro-me a mim...e aoutros tantos milhões de brasileiros que desconhecem, leis, diretrizes, desconhecem os políticos, desconhecem quase tudo. E quando conhecem, eis que esquecem rapidinho.
Temos um problema a falta de vontade em aprender . E consequentemente a não esquecer, quem nos fez bem e quem nos fez mal.
Queria também parabenizá-lo.
Adorei a maneira como escreveu.
De fácil entendimento.

um beijo no coração

Anônimo disse...

Concordo em gênero e grau com as referência sobre o Blog da Santa. Só não ententi bem onde começou a polêmica. Tenho que voltar lá:-)

Toque das ruas disse...

O blog da Santa é uma ponte que se chega em algum lugar. Li seu artigo na íntegra e considero correto. Um abraço.

Anônimo disse...

Seu artigo publicado no Blog da Santa está causando uma polêmica. Embora não tenha um blog fiz questão de conhecer o seu e dizer que concordo plenamente. Um abraço.

Anônimo disse...

Ozéas, boa noite.
Permita-me entrar na discussão por dois motivos.
O primeiro é que sou funcionária pública do poder executivo (ai, ai). Portanto entendo o que você tão bem explicou me seu post.
O segundo é sobre Scharlou, meu amigo virtual e pessoa de cujos ideias humanistas não de pode duvidar.
Entre as suas palavras e as dele há uma rachadura estabelecida pelos sucessivos governos, desde o famigerado Collor, rachadura essa que você bem conhece, que é a utilização dos servidores públicos como bodes expiatórios para as mazelas do caixa da previdência social.
A população como um todo nos julga culpados por tudo de mal que ocorre no país, você sabe disso. E, quem ler o seu post com a atenção devida sobre tudo que você escreve, terá pelo menos um vislumbre de que as coisas são um pouco diferentes do que pregam os governos que precisam de vítimas nas quais jogam a culpa de sua incompetência.
Obrigada por esses esclarecimentos.

Beijos

Anônimo disse...

Apesar de não ter um blog permita-me visitar o seu. Li a polêmica travada lá no blog da Santa e digo que compactuo plenamente com a sua opinião.

Anônimo disse...

Desculpe se repeti o comentário é que minha conexão está lenta. Travou e achei que não tinha publicado. Um abraço.

Toque das ruas disse...

Cheguei aqui através do do link no post lá na Santa. Já sei onde virei mais vezes e ficar informada sobre leis:). Visite quandoi puder o meu bloguinho.

Serjão disse...

Alõ Ozeas: Como no post da Santa havia um link par um post que eu escrevi, o Jean também apareceu lá em casa. Creio que ele tem o direito de manifestar seu desencantos mas jamais esquecer de separar os poderes. Não se pode confundir o funcionário do executivo com o do legislativo e judiciário. São remunerações bem diferentes. E um petista concordadndo com a reforma da previsência é raro. Isso também me espantou. Abraços

Anônimo disse...

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