O falecido caudilho Leonel de Moura Brizola tinha lá suas implicâncias com o voto eletrônico, a propósito, sempre defendeu uma contra-fé do voto, que deveria ser impresso pela urna eletrônica, como forma de garantia e futuras conferências de possíveis fraudes eleitorais.
Sempre atacado em suas colocações, sendo até ridicularizado nas suas idéias, era tido como daqueles que acordavam assustados a noite para ver debaixo da cama se algum conspirador o vigiava no sono.
As urnas sempre foram consideradas “infraudáveis” e, a inicialização dos votos só se dava depois da “zerézima” (fantástico nome!) das máquinas, que após o encerramento da votação, seus dados eram encaminhados para o Judiciário Eleitoral, insuspeito e acima de qualquer interesse ou ideologia. Nesse ponto me permito, mas como diria o sambista, me engana que eu gosto!
Pois bem, a edição do Jornal do Brasil de hoje, trás em matéria exclusiva de capa o fantasma brizolista da fraude eleitoral.
Após a notícia sobre oferecimento de votos a candidatos em 2.003 a Delegacia Institucional da Polícia Federal inaugurou um Inquérito Policial para apurar as possíveis fraudes. Correndo em segredo de justiça a investigação, já teriam sido indiciados pelo menos um vereador e um ex-deputado do Rio de Janeiro e, já haveria provas suficientes para o indiciamento de mais três pessoas, entre elas o assessor de um juiz eleitoral e outro político.
Sigilos fiscais, telefônicos e bancários dos investigados já foram quebrados, e segundo a Polícia Federal, “há suspeitas de adulteração nas eleições de 1998, 2000 e 2002”.
Os chamados “flashcards” das urnas, cuja função é guardar os dados dos eleitores e dos candidatos, estão sob perícia do Instituto Nacional de Criminalística (DPF). Embora até o momento não tenha sido declarada efetiva a fraude, tal possibilidade não foi descartada tanto pela Polícia Federal, quanto pelo Tribunal Superior Eleitoral, que não garante em 100% a segurança do processo, inclusive, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro admite que as fraudes “poderiam ocorrer no TRE” e que, “são esses computadores que recebem a soma de votos das urnas. Mas a fiscalização também é intensa, e durante a totalização dos votos o sistema sofre dezenas de tentativas de invasões de hackers”.
Outra questão que teria intrigado os policiais encarregados da investigação, foi a demora do TRE/RJ na entrega dos cartões das urnas, que segundo a matéria do JB teriam sido solicitados em meados do ano passado e só entregues no início do ano em curso.
Dizem que uma mentira quando contada repetidamente e inquestionada, acaba virando verdade. Afirma-se a muito tempo que nossas urnas eleitorais são seguras e servem de exemplo para o resto do mundo. O engraçado é que vários países já solicitaram demonstrações e informações sobre nossa tecnologia eleitoral, mas até onde saibamos, a exceção da República Dominicana, nenhum outro resolveu adotar nosso seguro e rápido sistema. De concluir, das duas uma, ou todos os outros países estão errados, ou corremos sério risco de estarmos sendo enganados.
Sempre atacado em suas colocações, sendo até ridicularizado nas suas idéias, era tido como daqueles que acordavam assustados a noite para ver debaixo da cama se algum conspirador o vigiava no sono.
As urnas sempre foram consideradas “infraudáveis” e, a inicialização dos votos só se dava depois da “zerézima” (fantástico nome!) das máquinas, que após o encerramento da votação, seus dados eram encaminhados para o Judiciário Eleitoral, insuspeito e acima de qualquer interesse ou ideologia. Nesse ponto me permito, mas como diria o sambista, me engana que eu gosto!
Pois bem, a edição do Jornal do Brasil de hoje, trás em matéria exclusiva de capa o fantasma brizolista da fraude eleitoral.
Após a notícia sobre oferecimento de votos a candidatos em 2.003 a Delegacia Institucional da Polícia Federal inaugurou um Inquérito Policial para apurar as possíveis fraudes. Correndo em segredo de justiça a investigação, já teriam sido indiciados pelo menos um vereador e um ex-deputado do Rio de Janeiro e, já haveria provas suficientes para o indiciamento de mais três pessoas, entre elas o assessor de um juiz eleitoral e outro político.
Sigilos fiscais, telefônicos e bancários dos investigados já foram quebrados, e segundo a Polícia Federal, “há suspeitas de adulteração nas eleições de 1998, 2000 e 2002”.
Os chamados “flashcards” das urnas, cuja função é guardar os dados dos eleitores e dos candidatos, estão sob perícia do Instituto Nacional de Criminalística (DPF). Embora até o momento não tenha sido declarada efetiva a fraude, tal possibilidade não foi descartada tanto pela Polícia Federal, quanto pelo Tribunal Superior Eleitoral, que não garante em 100% a segurança do processo, inclusive, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro admite que as fraudes “poderiam ocorrer no TRE” e que, “são esses computadores que recebem a soma de votos das urnas. Mas a fiscalização também é intensa, e durante a totalização dos votos o sistema sofre dezenas de tentativas de invasões de hackers”.
Outra questão que teria intrigado os policiais encarregados da investigação, foi a demora do TRE/RJ na entrega dos cartões das urnas, que segundo a matéria do JB teriam sido solicitados em meados do ano passado e só entregues no início do ano em curso.
Dizem que uma mentira quando contada repetidamente e inquestionada, acaba virando verdade. Afirma-se a muito tempo que nossas urnas eleitorais são seguras e servem de exemplo para o resto do mundo. O engraçado é que vários países já solicitaram demonstrações e informações sobre nossa tecnologia eleitoral, mas até onde saibamos, a exceção da República Dominicana, nenhum outro resolveu adotar nosso seguro e rápido sistema. De concluir, das duas uma, ou todos os outros países estão errados, ou corremos sério risco de estarmos sendo enganados.
10 comentários:
Professor,
Que bom que voltou! Agradecemos sua visita. Não visitamos como gostaríamos de visitar nossos amigos. Sem banda larga é difícil, em muitos blogs nem conseguimos abrir (demora para carregar).
William&Odilene
Tocou no ponto nevrálgico. Sempre fiquei encasquetado na razão de não adotarem o sistema mundo afora. Conhecendo nossos gênios tecnológicos alguma sacanagem há de ter.
Um assunto pouco comentado é a lei 10740/2003 que modificou as leis 9504/97 e Lei 10.408/02. Segundo a lei de Lei 10.408/02 as urnas eletrônicas teriam que gerar registro impresso para conferência do voto do eleitor e uma porcentagem das urnas seria apurada manualmente para conferência. Caso houvesse discrepância entre os resultados providências poderiam ser tomadas. Nas eleições de 2002 um pequeno número de seções operou com a urna que fazia a impressão.
Pois bem, a partir de 2003 tudo mudou. Em outubro foi sancionada a Lei nº 10.470/2003, a partir de um projeto de lei do Senador Eduardo Azeredo (PLS 172/2003), que suprime a impressão do voto nas urnas eletrônicas.
A tramitação relâmpago do projeto no Senado, o texto da lei, e uma análise sobre a falta de transparência na discussão do projeto vocês encontram nos links abaixo:
http://www.senado.gov.br/sf/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=57427
http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=224893
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4401
Aff!! Não faltava mais nada!!
Boa semana!! Beijus
Ozéas, no dia em que procederem um ato legal e de comprovada honestidade, aposto que ninguém acreditará. Tamanha é a cultura da fraude nesse país.
Bjs
Caro Ozeas,
Perdi a fé em tanta coisa neste país que não me é surpresa que até as urnas eletrônicas possam ser adulteradas, o Paulo Henrique Amorim já falou sobre isto a algum tempo e foi taxado de doido...
Abçs
Eu ouvi depoimentos interessantes sobre isso:
1) candidatos a vereadores em 2004 levavam dinheiro em especie para presidentes de mesa para obter de 100 a 200 votos por SE...
2) não há nada que impeça que um % dos que não aparecem para votar estarem votando... o presidente e os mesarios aproveitam as faltas para atender esses pedido$
3) ninguém confere o resumo de votos da urna com os mapas do TRE... pq o TRE não dá esse detalhamento!
Resumindo... a votação eletronica pode ser fraudada nas duas pontas: na urna ou no TRE!
E cá pra nós... a totalização da votação por cédulas tb tem risco na totalização.
Viver num país onde é raro não aparecer um novo escandalo a cada 24h inviabiliza todo e qualquer esforço democratico.
Abs
Agora que eu li os outros comentários, vou fazer um adendo:
O fato de outros paises nao adotarem o sistema está justamente na fraqueza de controle sobre o input dos votos por parte dos mesarios. Quem já perdeu um dia ali sabe que é possível fazer o que quiser com a votação.
Em zonas mais carentes os mesarios até concluem o processo...
Como é impossível fiscalizar todas as urnas e não há como auditar a posteriori se houve fraude ou não, as urnas eletronicas acabaram sendo uma exclusivadade dos eleitores brasileiros: engandos do primeiro ao ultimo minuto!
;-p
Estamos sendo enganados e há muito tempo.
Sds...Elaine
Em Saquarema-RJ aconteceu um fato muito estranho. Antes das eleições de 2012 era só andar pelas ruas e perguntar em quem o eleitor iria votar que a resposta era unânime: Pedro Ricardo, candidato da oposição. Pois bem, o rapaz perdeu em todas, eu disse todas as 173 urnas da cidade. Perdeu e perdeu de muito. O mais estranho é que hoje, dois meses após as eleições, você vai às ruas e os eleitores continuam unânimes em dizer que votaram em Pedro Ricardo. Seria muito mais cômodo para o eleitor dizer que votou na candidata vitoriosa. Mas não, o eleitor bate o pé afirmando que votou no outro. Curiosamente, é difícil encontrar alguém que confirme que votou na candidata vencedora, que coincidentemente é a esposa do deputado estadual Paulo Melo, presidente da ALERJ. Existem vários relatos da internet e inclusive vídeos no YOUTUBE atestando a vulnerabilidade das urnas eleitorais. Está lá pra quem quiser assistir. Esse triunvirato: Sérgio Cabral, Luiz Zveiter e Paulo Melo atenta contra a democracia. Todos os poderes encontram-se de um lado só da balança, prejudicando a alternância do poder, principal filosofia democrática. O fato é que não adianta espernear, pois o TSE, por mais que existam evidências que comprovem, jamais irá admitir fraudes em suas 'caixas pretas'. O ideal seria que a urna eletrônica emitisse, também, um cupom onde mostrasse em quem o eleitor votou. E que esse cupom fosse colocado numa urna tradicional ao lado dos mesários, para fins de comprovação posterior. Uma coisa é certa: nenhum outro país no mundo, depois de examinar, quis comprar nosso ‘avançadíssimo, rápido e moderno' método de escrutínio, nem o Paraguai.
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