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"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)

22 abril, 2006

“OBRIGADO TÊLE”

“O Fio de Esperança” / Telê Santana

Pode-se dizer de tudo de Telê Santana: que foi o maior treinador de futebol dos últimos tempos, e não se estaria exagerando em nada; que comandou a mais bela das seleções que o Brasil já teve e que, apenas por um capricho do destino, não foi consagrada com o título de campeã mundial; que como bicampeão estadual em São Paulo, bicampeão da “Libertadores das Américas” e bicampeão mundial de clubes nos anos de 92/93, mostrou que o futebol pode ser mais que eficiente, pode ser bonito de se ver. Enfim, pode se falar tudo do Telê Santana, mas uma coisa para mim é fundamental, Telê era tricolor de coração.

Telê começou a carreira de jogador profissional em 1951 nas Laranjeiras. Torcedor confesso, permaneceu no Fluminense até 1960, ano que se transferiu para o Guarani. No final de carreira, em 1963, "O Fio de Esperança", como era carinhosamente chamado pela torcida do Flu, foi defender o Vasco da Gama, seu último clube. Mas as razões profissionais nunca afastaram seu coração do Tricolor das Laranjeiras, tendo retornado ao clube no final dos anos 60, para atuar desta feita como técnico.

Uma das formações do timaço que o Fluminense montou nos anos 50. Em pé: Píndaro, Jair Santana, Édson, Pinheiro, Castilho e Bigode. Agachados: mestre Telê Santana, o peruano Villalobos, Marinho, Róbson e Quincas.

A propósito, pela morte de Telê, o presidente do Fluminense Roberto Horcade decretou luto oficial de três dias e, como homenagem póstuma, os jogadores que entrarão hoje em campo com uma tarja preta nos seus uniformes, respeitarão um minuto de silêncio antes do jogo deste sábado entre Fluminense e Goiás, no Maracanã.

Todas as homenagens ao ex-desportista não serão suficientes para retribuir tudo que ele representou para o Fluminense, para o futebol, para o esporte e para o Brasil. Nesses tempos em que faltam os referenciais morais, em que mesmos os mais baixos valores de negociatas, são sempre superiores a própria dignidade, Telê é uma das poucas unanimidades nacionais, não só por sua postura profissional, como também por sua vida pessoal inatacável.

O Blog do Ozéas, tricolor declarado como seu titular, não poderia deixar de fazer esse registro, prestando homenagem a quem merece ser lembrado. Recordando uma singela faixa tricolor, esticada na mureta das arquibancadas do Maracanã, que dizia em poucas palavras todo o respeito e carinho da torcida, por tudo que representou, desde os tempos de atacante no juvenil do Fluminense até sua conquista do campeonato carioca de 1969, essa última como técnico: “OBRIGADO TÊLE”.
Campeâo Carioca de 1969: da esquerda para a direita: Claudio Garcia - Wilton - Félix - Samarone - Galhardo - Assis - Lulinha e Cafuringa.

5 comentários:

Alice disse...

Obrigada Têle ,por vc ter mostrado que o Futebol é arte .
Que fique seu exemplo para técnicos , jogadores e principalmente Torcedores , vai em Paz .
Olá Ozéas td bem por aqui ? òtimo final de semana :)
bjins

Anônimo disse...

Perda lamentável. Eu gostava muito do Telê.

Serjão disse...

Vc falou tudo no parágrafo que discorreu sobre os valores morais. Telê deveria ser uma referência para estes pilantras do Futebol brasileiro atual. Abração, Ozeas.
PS: De volta após curta ausência. Agradeço as visitas no recesso.

Alexandre, The Great disse...

Belíssima homenagem, professor.

Telê foi um exemplo de vida e dedicação ao esporte. Mesmo combalido pela doença jamais perdeu sua dignidade.
Além de tudo, um grande TRICOLOR. Estamos todos enlutados com a sua morte.
Que DEUS o tenha bem ao lado!

Anônimo disse...

Ozeas,

Muito bonita a sua homenagem ao Telê, pessoas como ele que são exemplos de vida, na simplicidade, no caráter, na dedicação, no trabalho honrado.
Telê com certeza tem seu lugar junto de Deus.