O Blog ainda na campanha “que etanol que nada, a rapadura é nossa!”, andou ouvindo “A Voz do Brasil” essa noite, descobriu que graça ao bom Deus, a distribuição de outra iguaria nacional, dinheiro público, pretensa a ser “investida” pelo “operário meu patrão” aos aliados continentais de ocasião, sofreu um apagão.
Sob fortes críticas da oposição e mesmo com algumas ressalvas da bancada governistas, foi retirada a urgência na tramitação do Projeto de Lei de criação do “Fundo Soberano do Brasil” (PL 3674/08), que passará a ser analisado com maiores cuidados, pelas comissões de Trabalho, de Finanças e Tributação, e de Constituição e Justiça, para depois, seguir para o Plenário.
Em resumo, a proposta de criação do FSB, pretende retirar de circulação 14 bilhões de Reais, que seriam transformados em moedas e títulos estrangeiros, compondo uma poupança pública, para investimentos em projetos estratégicos fora do Brasil, além de servir como instrumento regulador do câmbio. Sustenta o ParTido do PaTrão que em previsão inflacionária futura, seria um dos instrumentos domadores da “fera”, ainda, garantiriam um crescimento para o país na ordem dos 5% atuais.
As afirmações são falaciosas, ou como diz o Deputado José Aníbal, "pode impressionar alguns incautos", mas "só causa estranheza a quem acompanha a situação da economia".
O déficit de 17 bilhões de dólares nas transações do Brasil com o exterior, no primeiro semestre deste ano, levou parlamentares mais cautelosos a frearem a tramitação do FSB que vinha num embalo só.
A propósito, os 14 bilhões de Reais indicados ao FSB, correspondente a 0,5% do PIB, bem que poderiam ser investidos no Brasil mesmo, resolvendo problemas estruturais da nossa economia, investindo na produção de bases sólidas para o crescimento, servindo também para enfrentar as severas desigualdades que desequilibram qualquer estabilidade pretendida.
Investir a considerável soma de 14 bilhões de reais fora do Brasil seria desprezar as insuficientes condições de saúde, educação, moradia, segurança e tantos mais; é ignorar aquilo que já se chamou de apartheid social, que prolifera pelas favelas, palafitas e viadutos do país.
Exemplificando, dados de 2002, analisados pela Fundação Getúlio Vargas, pelo Instituto Brasileiro de Economia e pela Câmara Brasileira de Indústria da Construção, indicava que para cada milhão de reais investido na construção civil, eram criados 29 empregos diretos e, para cada 100 empregos diretos, surgiam outros 21 postos indiretos e 47 outros novos empregos induzidos. Considerando que de 2002 para 2008, os meios de produção foram aprimorados em relação a custeio e novas tecnologias desenvolvidas, ainda que se aplique a inflação acumulada no período, conclui-se que os números antigos podem ser bem atuais.
Outras contas estão ai para se fazer, ficam aos curiosos os números para exames, como também a reflexão merecida de quantos empregos deixarão de ser gerados internamente e outros tantos que serão criados para mão de obra alienígena, muito provavelmente na Bolívia, Venezuela e Cuba, caso o FSB venha a ser aprovado.
É o caixa necessário para o apedeuta distribuir benesses internacionais aos seus aliados de continente.
3 comentários:
Ozeas, visitei seu blog em outra ocasião como Brasil Esperança em 18/12/2007 , post sob o titulo Asa Branca, e percebi seu retorno através de vários comentários em outro blogs. Espero sua visita.
Um abraço do Airton.
De tudo, tão deprimente quanto a sua constatação de que o PaTrão quer financiar sabe-se-lá-o-quê pela América Latina afora, é a sua confissão de que anda ouvindo a "Voz do Brasil". Num tem nenhum disco velho do Costinha prá ouvir não?!?
Tio Sídali, estava no trânsito, engarrafado, normalmente quando estou nessa situação, acompanho os três Poderes. :-)
Abç
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