A Assembléia Mundial de Saúde, órgão da Organização Mundial de Saúde (OMS), escolheu em 1987 o dia 1º de dezembro como o dia internacional de luta contra a AIDS. O governo brasileiro através de uma portaria do Ministério da Saúde aderiu a idéia e a partir de 1988, o Brasil adotou a data como referência de combate à doença.
Embora os números globais o total de pessoas infectadas no mundo tenham aumentado em 2,5 milhões no ano de 2007, chegando a 33,2 milhões, isso representa uma queda significativa de 1 milhão de pessoas em comparação com o ano de 2006, conseqüente não do recuo da doença, mas de processo de revisão estatística de sua apuração.
Com maior número de infectados, o continente africano continua a frente nessa trágica concorrência, respondendo pela terrível cifra de 68% da população mundial, ou seja, 22,5 milhões de pessoas contaminadas pela AIDS vivem no continente mais pobre do mundo.
No Brasil de 1980 a 2007, segundo o Boletim Epidemiológico de 2007 (MS), foram notificados 474.273 casos de aids; o mesmo boletim indica sensível decréscimo da doença, apontando no ano de 2006, 17,5 casos para cada grupo de 100 mil pessoas, contra 22,2 casos, para cada grupo de 100 mil pessoas no ano de 2002.
O resultado desse satisfatório resultado nacional não é por acaso, é fruto de uma política de Estado e não de um governo, implantada no passado, quando o país resolveu encarar a doença e conscientizar a população dos riscos que corria, desenvolvendo campanhas, quebrando patentes internacionais para produção de medicamentos próprios, enfrentando os preconceitos culturais e a própria igreja católica.
Longe do ideal, mas no caminho, o enfrentamento da doença foi popularizado a ponto de virar marchinha de carnaval e a divulgação seu principal instrumento de combate, a “camisinha”, ser exibida em horário nobre como vestia momesca.
O preservativo é a grande indicação de prevenção, até porque não há outro remédio para se evitar a disseminação, diante daqueles que possam adquirir a síndrome através de relações sexuais, principal via de contágio. Acontece que a “camisinha” também tem seus inimigos de peso, figurando como seus detratores, de regra, os segmentos religiosos mais fanáticos, destacando-se, devido ao seu prestígio político/cultural, a igreja católica.
Com previsão de um grande encontro no Cristo Redentor no dia 1º de dezembro, vários segmentos da sociedade civil, religiosa e governamental, se reunirá para a lembrança da data conscientizadora, mas para isso acontecer, conforme “combinado”, não poderá haver referência ou distribuição de “camisinhas”, condição imposta pela Arquidiocese do Rio de Janeiro, que no passado proclamou o cristo Redentor como “Santuário Católico”.
A propósito, trata-se de verdadeira apropriação indébita pela igreja, essa designação do “Cristo” como “Santuário Católico”, até porque o monumento é patrimônio tombado pelo município do Rio de Janeiro e pertence a sua população. Que pensam os senhores de Roma, ao designarem o monumento de “santuário” próprio?
Roberto Pereira presidente do Fórum Estadual de ONGs e AIDS do Rio, declarou que “Isso é um absurdo. Como os representantes do Ministério da Saúde aceitam fazer um evento no dia de luta contra a Aids sem falar da importância da prevenção? Sem fazer qualquer menção ao uso de camisinha? É contraditório, inaceitável” e completou, “O ministério não deveria aceitar essa imposição da Igreja. Seria melhor escolher outro local para o evento”.
A proibição não é admitida, mas é confirmada pelo Ministério da Saúde, que através de sua Diretora do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, Mariângela Simão informa que não haverá distribuição de preservativos ou atividades de prevenção no Cristo Redentor, afirma Mariângela que a igreja não proibiu o tema no Cristo, mas que “O ato será voltado para a solidariedade às pessoas que vivem com Aids. Será um evento ecumênico. O ministério jamais se furtou em discutir a questão do preservativo, mas há hora e lugar para tudo”.
A opção pela moralidade sexual é a única recomendada por Roma, como efetivo instrumento de proteção. A propósito, recomendo a leitura do artigo de Dom Rafael Llano Cifuentes, ”A atitude da Igreja dissemina a AIDS?”, onde como pérola de exemplo, o religioso cita Uganda, que teria recuado de 20% para 6% de contaminação de sua população, de 1999 a 2002, “em virtude de uma política sanitária centrada na fidelidade e na abstinência, não no preservativo”.
Destaque-se como referência religiosa, embora não tão radical, mais igualmente moralista, os segmentos evangélicos, que admitem o uso do preservativo, mas ressaltam: “Somos contra, não á camisinha, mas ao sexo desordenado que "indiretamente" está sendo incentivado pelas campanhas de prevenção á AIDS”. (Site Sexo Cristão). Os evangélicos não encontram na camisinha o caminho ou a solução para o problema, mas ao menos não se posicionam na trincheira do inimigo.
Por fim, deve-se recordar a falsa e irresponsável afirmação do Cardeal Afonso Lopez Trujillo, sobre o vírus: “O HIV é 450 vezes menor do que o espermatozóide. E o espermatozóide pode passar pela trama do preservativo”. A mentira foi combatida a tempo pela OMS, não causando maiores estragos na campanha internacional pelo uso da “camisinha”, mas deixou bem claro até que ponto a igreja é capaz de chegar.
Os dogmas religiosos devem ser respeitados, mas não podem ser usados para impedir que a mobilização mundial, que se faz permanentemente no combate a AIDS, seja contida ou ofuscada, por valores que não se igualem a vida. Toda forma de combater a doença é válida, não se admitindo a sonegação de uma de suas principais armas.
Embora os números globais o total de pessoas infectadas no mundo tenham aumentado em 2,5 milhões no ano de 2007, chegando a 33,2 milhões, isso representa uma queda significativa de 1 milhão de pessoas em comparação com o ano de 2006, conseqüente não do recuo da doença, mas de processo de revisão estatística de sua apuração.
Com maior número de infectados, o continente africano continua a frente nessa trágica concorrência, respondendo pela terrível cifra de 68% da população mundial, ou seja, 22,5 milhões de pessoas contaminadas pela AIDS vivem no continente mais pobre do mundo.
No Brasil de 1980 a 2007, segundo o Boletim Epidemiológico de 2007 (MS), foram notificados 474.273 casos de aids; o mesmo boletim indica sensível decréscimo da doença, apontando no ano de 2006, 17,5 casos para cada grupo de 100 mil pessoas, contra 22,2 casos, para cada grupo de 100 mil pessoas no ano de 2002.
O resultado desse satisfatório resultado nacional não é por acaso, é fruto de uma política de Estado e não de um governo, implantada no passado, quando o país resolveu encarar a doença e conscientizar a população dos riscos que corria, desenvolvendo campanhas, quebrando patentes internacionais para produção de medicamentos próprios, enfrentando os preconceitos culturais e a própria igreja católica.
Longe do ideal, mas no caminho, o enfrentamento da doença foi popularizado a ponto de virar marchinha de carnaval e a divulgação seu principal instrumento de combate, a “camisinha”, ser exibida em horário nobre como vestia momesca.
O preservativo é a grande indicação de prevenção, até porque não há outro remédio para se evitar a disseminação, diante daqueles que possam adquirir a síndrome através de relações sexuais, principal via de contágio. Acontece que a “camisinha” também tem seus inimigos de peso, figurando como seus detratores, de regra, os segmentos religiosos mais fanáticos, destacando-se, devido ao seu prestígio político/cultural, a igreja católica.
Com previsão de um grande encontro no Cristo Redentor no dia 1º de dezembro, vários segmentos da sociedade civil, religiosa e governamental, se reunirá para a lembrança da data conscientizadora, mas para isso acontecer, conforme “combinado”, não poderá haver referência ou distribuição de “camisinhas”, condição imposta pela Arquidiocese do Rio de Janeiro, que no passado proclamou o cristo Redentor como “Santuário Católico”.
A propósito, trata-se de verdadeira apropriação indébita pela igreja, essa designação do “Cristo” como “Santuário Católico”, até porque o monumento é patrimônio tombado pelo município do Rio de Janeiro e pertence a sua população. Que pensam os senhores de Roma, ao designarem o monumento de “santuário” próprio?
Roberto Pereira presidente do Fórum Estadual de ONGs e AIDS do Rio, declarou que “Isso é um absurdo. Como os representantes do Ministério da Saúde aceitam fazer um evento no dia de luta contra a Aids sem falar da importância da prevenção? Sem fazer qualquer menção ao uso de camisinha? É contraditório, inaceitável” e completou, “O ministério não deveria aceitar essa imposição da Igreja. Seria melhor escolher outro local para o evento”.
A proibição não é admitida, mas é confirmada pelo Ministério da Saúde, que através de sua Diretora do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, Mariângela Simão informa que não haverá distribuição de preservativos ou atividades de prevenção no Cristo Redentor, afirma Mariângela que a igreja não proibiu o tema no Cristo, mas que “O ato será voltado para a solidariedade às pessoas que vivem com Aids. Será um evento ecumênico. O ministério jamais se furtou em discutir a questão do preservativo, mas há hora e lugar para tudo”.
A opção pela moralidade sexual é a única recomendada por Roma, como efetivo instrumento de proteção. A propósito, recomendo a leitura do artigo de Dom Rafael Llano Cifuentes, ”A atitude da Igreja dissemina a AIDS?”, onde como pérola de exemplo, o religioso cita Uganda, que teria recuado de 20% para 6% de contaminação de sua população, de 1999 a 2002, “em virtude de uma política sanitária centrada na fidelidade e na abstinência, não no preservativo”.
Destaque-se como referência religiosa, embora não tão radical, mais igualmente moralista, os segmentos evangélicos, que admitem o uso do preservativo, mas ressaltam: “Somos contra, não á camisinha, mas ao sexo desordenado que "indiretamente" está sendo incentivado pelas campanhas de prevenção á AIDS”. (Site Sexo Cristão). Os evangélicos não encontram na camisinha o caminho ou a solução para o problema, mas ao menos não se posicionam na trincheira do inimigo.
Por fim, deve-se recordar a falsa e irresponsável afirmação do Cardeal Afonso Lopez Trujillo, sobre o vírus: “O HIV é 450 vezes menor do que o espermatozóide. E o espermatozóide pode passar pela trama do preservativo”. A mentira foi combatida a tempo pela OMS, não causando maiores estragos na campanha internacional pelo uso da “camisinha”, mas deixou bem claro até que ponto a igreja é capaz de chegar.
Os dogmas religiosos devem ser respeitados, mas não podem ser usados para impedir que a mobilização mundial, que se faz permanentemente no combate a AIDS, seja contida ou ofuscada, por valores que não se igualem a vida. Toda forma de combater a doença é válida, não se admitindo a sonegação de uma de suas principais armas.
3 comentários:
Ainda vou ver certos dogmas da Igreja irem pro espaço.
É Ricardo, mas ainda vai demorar um pouco. Se tem uma coisa que jamais poderia se misturar é saúde e religião. Eu fico indignada com essa posição da igreja. E concordo com o Roberto Pereira, não dá para falar de AIDS sem falar na prevenção. Eu pensaria em realizar o evento na orla, no centro da cidade em qualquer lugar onde se pudesse falar com as pessoas e não no Cristo. Quem vai estar lá? Só os turistas. Não entendi essa idéia do Ministério da Saúde mas ainda depois que li essa notícia sobre a cobrança do Ibama e a queixa da igreja católica:
A Igreja Católica - responsável pelo Santuário - não foi consultada e -na palavra de seu Cardeal- é radicalmente contra. Foram feitos investimentos no local por duas empresas privadas, pela Prefeitura e pela Fundação R. Marinho, e hoje as pessoas idosas, ou portadoras de deficiência, em função da escada rolante e dos elevadores- têm acesso ao local. [...]diariodorio.com
:D Olá Mestre Ozeas! Beleza ter você de volta. Nem imagina o quanto seus posts nos ajudam a raciocinar. Seja muito bem-vindo, novamente. :) Beijo grande.
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