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"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)

07 setembro, 2008

Saidera

O Ministro da Defesa na semana que passou, disse que iria pedir um levantamento de todos os órgãos e empresas no Brasil que tivessem condições de realizar escutas telefônicas. Pelas suas últimas declarações, “trata-se de um caso de polícia e já existe inquérito aberto na Polícia Federal para a investigação”, parece que desistiu.

Não é para menos, levantamentos preliminares, noticiados pela mídia dão conta da impossibilidade de tal pretensão. Para se ter uma idéia, nesse final de semana, foi publicado que o exército também tem suas “malas” tecnológicas para realização de grampos, o que por si causaria alguns constrangimentos ao dedicado Ministro.

Mas a coisa não para por ai, uma lista de órgãos e empresas privadas que começavam a figurar como capacitadas as bisbilhotices, oficiais ou não, desanimava qualquer tentativa de moralização da questão, basta se registrar que a Polícia Rodoviária Federal (!) também realiza escutas telefônicas e possui tecnologia própria para isso.

Pinçando essa última indago, o que leva a Polícia Rodoviária a ter acesso a tais recursos e tecnologia? Na qualidade de polícia ostensiva, preventiva e, nos moldes constitucionais, direcionada ao controle de trafego nas rodovias federais, cabendo a investigação policial ao DPF, órgão encarregado pela polícia judiciária da União, o que leva a PRF comprar e usar essas “malas de grampo”?

Fico com o excelentíssimo Ministro Jobim, desisto de continuar falando no assunto, vou tomar providências práticas, juntar dinheiro e comprar a minha “mala pessoal", afinal, deve ser muito bom tomar conta da vida dos outros, ainda que seja daqueles que certamente estão tomando conta da minha, mesmo que estejam somente verificando, se antes de sair de férias resolvo tomar um “Red” saideiro e pegar a estrada.

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