Minhas opiniões e publicações, expostas neste espaço, são reflexões acadêmicas de um cidadão-eleitor, publicadas ao abrigo do direito constitucional da liberdade de expressão

"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)

30 agosto, 2008

Nada de novo debaixo do sol

Sobre a KGB: “Os relatos apresentam minuciosa descrição dos métodos da KGB. O objetivo, em última análise, era erigir uma máquina ameaçadora contra tudo o que o império autoritário não podia controlar, dentro e fora de suas fronteiras. A engrenagem conquistou poderes incomensuráveis sob a tirania de Josef Stalin, entre os anos 20 e 50....Com fantásticos disfarces, a agência plantou espiões na sombra dos mais visados inimigos. Durante quatro anos, Lev Sedov, filho do principal desafeto de Stalin, Leon Trotski, assassinado em 1940, teve como assistente em Paris um agente de Moscou. Os amigos mais próximos do escritor dissidente Alexander Soljenitsin na Suíça, nos anos 70, eram um casal a serviço da KGB” (fonte).

Sobre a Gestapo: “Um dos métodos de atuação de seus membros era disfarçando-se de operários e indo "trabalhar" nas fábricas; lá, eles aguçavam os outros operários para uma revolta contra o governo, a polícia secreta passava uma lista onde os operários que estavam a favor assinavam seus nomes. Durante a noite os operários que assinavam a lista recebiam uma visita de alguns policiais fardados e com um botton de um crânio e uma águia de ferro no quepe. No dia seguinte o operário era substituído por outro, pois ninguém mais o via” (fonte).

Sobre o FBI e seu maior Diretor: “O Diretor do FBI, J. Edgar Hoover, acumulou muito poder político durante seu mandato - boa parte dele usando o FBI para intimidar e coletar informações incriminadoras sobre seus oponentes... o autor Diarmuid Jeffreys escreveu que o diretor, Hoover, detalhou informações sobre hábitos sexuais, detalhes da carreira política e aspectos da vida financeira de políticos e pessoas poderosas e famosas e que usou esta informação para obter, através de chantagem, poder pessoal e influência. Hoover permaneceu em seu cargo como diretor do FBI até sua morte, ainda que diversos presidentes tenham pensado em demiti-lo” (fonte).

Sobre a Abin e Cuba - fevereiro de 2005: “O delegado Mauro Marcelo de Lima e Silva, diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), volta ao Brasil hoje depois de passar sete dias em Havana, "estreitando laços" e conhecendo o sistema de inteligência do ditador Fidel Castro. O objetivo da DGI (Dirección General de Inteligencia) cubana, visitada pelo delegado, é curioso: auxiliar movimentos revolucionários em todo o mundo” (fonte).

Sobre Abin, o DPF e o Estado Democrático de Direito: “Há três semanas, VEJA publicou reportagem revelando que o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, foi espionado por agentes a serviço da Agência Brasileira de Inteligência...As gravações ilegais feitas pela Abin servem de base para a elaboração de relatórios que têm o presidente da República como destinatário final. Isso não quer dizer que Lula necessariamente tenha conhecimento de que seus principais assessores estejam grampeados ou que avalize a operação. Os agentes produzem as informações a partir do que ouvem, mas sem identificar a origem. Por serem ilegais, depois de filtradas, as gravações são destruídas. A do ministro Gilmar Mendes foi preservada porque, ao contrário das demais, ela foi produzida durante uma parceria feita entre a Abin e a Polícia Federal na operação que resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas, no início de julho” (fonte).

Eclesiastes 1:5/9: "O sol nasce, e o sol se põe, e corre de volta ao seu lugar donde nasce. / O vento vai para o sul, e faz o seu giro vai para o norte; /volve-se e revolve-se na sua carreira, e retoma os seus circuitos. / Todos os ribeiros vão para o mar, e contudo o mar não se enche; ao lugar para onde os rios correm, para ali continuam a correr. / Todas as coisas estão cheias de cansaço; ninguém o pode exprimir: os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir. / O que tem sido, isso é o que há de ser; e o que se tem feito, isso se tornará a fazer; nada há que seja novo debaixo do sol".

Um comentário:

Ricardo Rayol disse...

Uma aula sobre como sufocar a liberdade de expressão. Esse caso dos grampos é muito muito estranho, mas não é de se espantar que ninguém saiba de nada.