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"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)

04 agosto, 2009

Questão de sobrevivência

A democracia não merece um senador indireto e sem votos chamado Wellington Salgado, serviçal e oportunista, bajulador e sem a menor classificação para representar um Estado da federação; também não merece Paulo Duque, outro senador sem votos, terceiro numa linha de substituição, que acha a “opinião pública volúvel” e flutuante, em prova de total desprezo pelo povo e seus quereres; não merece que um homem da integridade de Cristovam Buarque seja aparteado por um indivíduo sem postura moral, que troca de lado conforme as vantagens que lhe dão, na verdade, sequer o estado de Alagoas merece dois senadores que tem; muito menos que Pedro Simon tenha que trocar palavras com um homem rechaçado pelo povo e afastado pelo collorido das caras pintadas, que só não foi guilhotinado em praça pública por falta de costume cultural, e hoje volta de dedo em riste aparteando a verdade; a democracia não merece outros tantos e outros poucos que se refugiam das câmeras, microfones e fotografias, mas se expõem pelos labirintos do parlamento, trocando apoio por poder e decência por cargos.

Mais importante que resolver sobre a saída do seu presidente da cadeira que ocupa, o Senado tem pela frente uma árdua e cada dia mais difícil tarefa, resgatar a credibilidade de um Poder da República. Tem que provar para a sociedade sua real necessidade de existência, como casa revisora e de equilíbrio, esteio dos Estados, onde a representação equitativa de cada ente garante que as desigualdades regionais, não são entraves à igualdade necessária para construção de uma nação.

Embora a credibilidade seja mais importante que uma renúncia, a renúncia no momento é um caminho para a credibilidade.

Como diz o bordão, “é grave a crise”. O Senado Federal não merece a crise em que está afundando, sob o pretexto de questões administrativas institucionais, precedentes ao seu dirigente maior; não merece que seus membros criem, provoquem, alimentem e estabeleçam em perpetuidade o descrédito e achincalhe popular; o Senado não resistirá por muito tempo a crise e a democracia não suportará ser afrontada pelos pulhas serviçais; o povo não pode perder a perspectiva da moralidade, ainda que em utopia, não pode perder a esperança, ou na história ficará o registro do alto preço que se pagará por isso.

Oportunistas de todas as espécies existem, há aqueles que se locupletam com o dinheiro alheio, há os que satisfazem com palácios, castelos e ostentação, também há os que querem promover seus senhores ou querem se tornar donos de si mesmo, porque ainda não são, porém os mais temíveis e perigosos são aqueles que se aproveitam das fragilidades de ocasião para a usurpação final, o Senado vive essa questão. Debilitado moralmente é presa fácil para a maledicência e conveniente descrédito, está na linha de tiro das palavras, mais ainda, está em rota de colisão com a sociedade. Perder a legitimidade é suicídio político ou se oferecer a degola.


2 comentários:

Alice disse...

Que decepção ao ver pela Tv ...È Ozéas esses são os nossos representantes , que pena , que tristeza ...
Bjins

Carlos Caldas disse...

É caro Ozeas, o Brasil é um sanduíche de uma vergonha atrás da outra e a gente no meio...

P.S: linkarei também o seu ótimo blog.