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"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)

07 agosto, 2009

Biografia

Wellington nunca ganhou nada na vida pública, somente o que o dinheiro pode comprar. É um senador “sem-votos”, suplente de Hélio Costa, que ocupa a pasta ministerial das comunicações. Na Wikipédia consta que Wellington foi um dos principais doadores da campanha de Hélio, não creio que tenha sido “um dos”, até porque foi escolhido para ser seu primeiro suplente, certamente não pesou seu carisma e votos, não se poderia exigir além do tinha para dar.

Logo que assumiu a cadeira alheia através da estratégica manobra nomeadora de Hélio Costa, Wellington assumiu a liderança do PMDB e do “bloco da maioria” no Senado, meteórica ascensão, até porque o menino prodígio não tinha nenhuma experiência política que justificasse tamanha honraria, mas como o Senado Federal é a casa das oportunidades, que o diga Henrique, namorado da neta de seu presidente, emplacou mais um gol sem nenhuma legitimidade popular.

Como peixe graúdo da educação, que maldosamente alguns chamariam de “tubarão do ensino”, buscou também se aproximar da Comissão de Educação do Senado, que a propósito, acabou por presidir, o que deve ter enchido de orgulho papai e mamãe, era o rebento caminhando em passos largos e sem precisar de nenhum voto popular, somente seu talento e magnetismo pessoal.

No Senado Wellington encontrou antigos amigos, entre eles o Senador Renan Calheiros, que quando presidia a entidade filantrópica Campanha Nacional de Escolas Comunidade - CNEC, generosamente em 1996 cedeu em comodato um terreno em Goiânia para construção do campus da Universo, empresa de educação do competente político.

Do contrato com Renan restam duas coisas com certeza, a Universidade instalada no terreno e uma Ação Popular na Justiça Federal, a “filantrópica” do Renan recebia recursos da União e não podia fazer o negócio nos moldes realizados. A representação foi feita por “ato lesivo contra o patrimônio da União, do Estado de Goiás e do município de Goiânia, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e à coletividade em geral”, um verdadeiro strike. Wellington também é investigado em três inquéritos policiais, por sonegação fiscal e crime contra a previdência, devidamente autorizados pelo STF.

Proibido de abrir outras unidades da Universo pelo país, Wellington exercia “seu” mandato com galhardia, em 2007 defendeu abertamente o mesmo Renan Calheiros da cassação junto ao Conselho de Ética, onde era o relator do caso em questão. Registra-se que Wellington como bom amigo de seus amigos e bem feitor de seus aliados, negociou deliberadamente cargos no terceiro e quarto escalões do governo, em troca da aprovação da prorrogação da CPMF.

A experiência pública e privada de Wellington anterior ao “seu” mandato, basicamente era restrita a um cargo de Presidente da Associação Comercial de São Gonçalo/RJ, a um contrato como professor de educação física (acreditem se quiser) no Colégio Don Helder Câmara, na mesma cidade da sede da empresa familiar que é dono, a Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora da Universidade Salgado de Oliveira – Universo. Após seu ingresso na militância política passou a ser dono da TV Vitoriosa em (MG), da TV Goiânia (GO) e da cadeia de rádio Venenosa FM (rádios RIO FM de Rio Bonito (RJ), RIO FM de Parati (RJ), a Venenosa FM (GO). A vida pública mesmo consumindo precioso tempo de quem a ela se dedica, parece não ter atrapalhado tanto assim aos negócios de Wellington.

Integrante da “tropa de choque” do governo participa com Fernando Collor, Renan Calheiros, Paulo Duque, Gim Argello, Romero Jucá, Almeida Lima, Leomar Quintanilha e Gilvan Borges, do grupo de blindagem de José Sarney. Também foi defensor do terceiro mandato do apedeuta e é aliado incondicional do governo federal: “eu me sinto em lua-de-mel com o PT”.

Em poucas palavras esse é Wellington, descompromissado com o voto popular, legitimado pelas regras do jogo. É esse representante do Estado de Minas Gerais quem questiona historicamente Cristovam Buarque e enfrenta Pedro Simon ombreado a Collor e Renan. Wellington Salgado, nascido no Rio de Janeiro, com pai, mãe e negócios principais no mesmo Estado, tal como José Sarney foi para outras terras, buscar pela via mais fácil uma cadeira no Senado.

Se o gol para o futebol é um detalhe, para Wellington Salgado o voto é desnecessário.

Um comentário:

tunico disse...

Hehe , o Salgadão é o cara de cabelos longos e idéias curtas...

Ozéas, eu não quero a Marina como presidenta. quero ela fora do PT, só isso.