Minhas opiniões e publicações, expostas neste espaço, são reflexões acadêmicas de um cidadão-eleitor, publicadas ao abrigo do direito constitucional da liberdade de expressão

"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)

21 setembro, 2006

"Quadra psicodélica"

Mais uma vez o operário-meu-patrão não sabia de nada, os escândalos que assolam o país passam pelas portas vizinhas do gabinete presidencial, e ele se afirma ignorante completo dos acontecimentos. Repetem-se as indicações de envolvimento dos lideres do partido do governo nas “maracutaias”, e o apedeuta insiste na tese da máxima distância dos fatos.

O operário-meu-patrão afasta os envolvidos no crime de compra do dossiê, com conteúdo contrário aos seus principais opositores, incluindo na lista dos “contaminados”, até o nome de Ricardo Berzoini, presidente do Partido dos Trabalhadores e seu coordenador de campanha, mas não desiste do discurso negatório de participação.

Diante do Princípio da eficiência na administração pública, muito bem lembrado pelo Prof. Manoel Martins Júnior, não basta que ele não saiba para se eximir da responsabilidade, é necessário que ele como governante, se articule para não deixar que aconteça; diante do princípio da moralidade na administração pública, se souber, não basta que ele faça de contas que desconhecia, exige a Constituição que ele não seja conivente ao saber.

O Ministro do Supremo Tribunal Federal e Presidente do Tribunal Superior Eleitoral Marco Aurélio Mello, nova vítima revelada dos “arapongas”, consegue se indignar como nunca antes o fez, nem quando seu primo Fernando Collor de Mello encontrava-se enterrado no lamaçal das denúncias de corrupção: "Isso aí (o grampo) preocupa, mas revela a quadra que estamos vivendo", prossegue, "uma quadra que eu diria quase que psicodélica, com escândalos aflorando dia a dia. Quando imaginamos que todos já surgiram, surge mais um, e ficamos perplexos”.

Confesso aos amigos-leitores do Blog do Ozéas que não sei o que escrever, há dias tento traçar alguns comentários, que são por mim mesmo, sumariamente deletados por suas obviedades, o que dizer? O REI ESTÁ NÚ! Mas disso todos já sabemos. Recuso a bater na mesma tecla, me respeito o suficiente para não tentar convencer ninguém através do grito ou da insistência.

Finalmente, quanto aos escândalos me vem a lembrança o comentário de Arnaldo Jabor, que muito bem ironizou, ao dizer que no Brasil até o escândalo está desmoralizado.

15 comentários:

Alice disse...

Posso confessar uma coisa Ozéas , eu não consigo colocar palavras que expressem o que eu estou sentindo .
Qq dia desses vou colocar uma foto minha ,só mesmo minha cara para entenderem o que ando sentindo .
Fico mais indignada , qdo vejo que está se tornando " coisa comum " ," sem importãncia " .
Enojada ...
Bom dia , saudades .
Bjins

Alice disse...

Por que estão deixando fazer isso com o " nosso Brasil " ? perdendo esperança no Homem justo , na justiça , nas leis , no Homem de bem .
Triste .
bjins

Nat disse...

Elle não sabia e o povão sabe mas releva...

Santa disse...

Ozéas, hoje li um artigo do Jabor "A verdade está na cara, mas não se impõe", publicado em abril. Impressionante o quanto é atual, como se fosse escrito hoje pós-dossiê.

Anônimo disse...

Então mestre Ozéas: existe diabo do primeiro mundo, do terceiro mundo e do submundo!!! Ahahahahah VEJA LÁ!:-) bjs

Walter Carrilho disse...

Genial a hq. daqui a pouco não sobnra mais ninguém para colocar na presidência do partido...

Alexandre, The Great disse...

Professor Ozéas.

Quando se pensa haver esgotado a capacidade de se indignar, surge um episódio desses que eleva a potência hiperbólica a raiva, a frustração e a revolta daqueles que, como nós, jamais compactuamos com esta corja e nunca nos deixamos iludir pelo "canto mavioso" do seu "discurço politicamente correto".

Mas a sociedade brasileira vai se transformar, é inevitável. Estamos em plena Era da Informação, cujo lócus mais visível está na Internet. O "panoptismo virtual" dos dias atuais tendem a minorar comportamentos desviantes como estes que ora nos indignam.

Saudações TRICOLORES!
(meio combalidas, confesso...)

Nat disse...

Conclusão óbvia: Lula e Maluf, tudo a ver!!! E a tupinicolândia continua a trajetória ladeira abaixo!

Bjs

Anônimo disse...

Ozeas,

Nada fazia sentido mais eis que se fez a luz!

O delegado responsável pela prisão dos envolvidos na compra do "dossiê Serra", Edmilson Pereira Bruno, afirmou hoje, em entrevista coletiva.

"No futuro, vocês verão nos autos dos depoimentos que não há menção ao PSDB, mas a todos os partidos", afirmou. O delegado disse ainda que, durante os depoimentos, Gedimar e Valdebran declararam que estava sendo negociado um dossiê com 2 mil páginas e que o material apreendido em Cuiabá seria apenas uma "isca", para ver se seria apreendido e foi, o resto que incriminaria o PT e outros partidos seria entregue depois e continuou sendo negociado mesmo após a prisão de Gedimar Passos e Valdebran Padilha."

Não estamos loucos!

O buraco é bem mais fundo do que parecia.

Agora eu quero saber:

QUAL É O CONTEÚDO MTB?

Bom fim de semana, beijo.

Anônimo disse...

Agora ele ofende a imprensa que noticia a verdade. É o tal negócio: a culpa é do sofá.

Serjão disse...

Pois é. No final vc definiu. O que vai ser considerado escândalo daqui para frente? Abração

Serjão disse...

Vai nessa Ozeas?

http://photos1.blogger.com/blogger/5219/1608/1600/cartaz_web_denise_a4.jpg

Abs

+ Kazzx + disse...

Caro Ozeas,

Mais que desmoralizado, o escândalo está banalizado, ninguém liga, e tenho que confessar que até eu estou nesta, ligo mas não me choco mais, é mau sinal...

Abçs

Ricardo Rayol disse...

Mas é isso mesmo mestre Ozeas. Estamos anestesiados, e fica repetitivo bater na mesma tecla. Apesar de que, como se dizia na alemanha nazista, uma mentira dita mil vezes se torna verdade. É o caso de Lula, que de tanto repetir que de nada sabia, ao invés de ser tachado de mentiroso fica apenas como desinformado.

Saramar disse...

Ozéas, você tem razão quando se refere à saturação do tema.
Porém a realidade continua implacável.
O que me assusta é a impotência de um país inteiro diante dos aventureiros. É um cárcere que mantém a ética na solitária, amordaçada e vendada.