Minhas opiniões e publicações, expostas neste espaço, são reflexões acadêmicas de um cidadão-eleitor, publicadas ao abrigo do direito constitucional da liberdade de expressão

"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)

26 junho, 2011

Uma nova linguagem revolucionária



A respeito das recentes e constantes invasões nos sites governamentais no Brasil – fenômeno político com expressão internacional em todos os níveis, privados ou públicos - tive a oportunidade de reproduzir o breve texto que segue, na minha página da rede social Facebook, como também o vídeo do denominado grupo “Anonymous”, que ora partilho aqui no Blog.

De um modo geral, as pessoas ainda não se deram conta do processo em curso; a crise de legitimidade do modelo mundial (Estado-nação, representação política, descrédito institucional etc.) tem provocado reações, aparentemente isoladas, porém, que além de possuírem uma dimensão muito maior que a grande mídia divulga (por óbvios interesses), tem influído e alterado significativamente algumas tomadas de decisões dos detentores do poder pelo planeta.

A globalização, como “intensificação das relações sociais em escala mundial, que ligam localidades distantes de tal maneira que acontecimentos locais são modelados por eventos ocorrendo a muitas milhas de distancia e vice-versa” (Giddens), alterou a forma de ver o mundo, revelando que os problemas não são localizados ou particulares, mas pertencentes a todos; assim, multi-identificação entre dos atores globais, vem servindo de estopim à reações das mais diversa, ainda que sem prévio ajuste, ideologias definidas ou metas claras a serem alcançadas; é fato, que as mais recentes insurreições sociais (Síria, Líbano, Iêmen, Grécia, Espanha), comandadas por convocações anônimas vias redes sociais (Twitter, MSN, Facebook...), são a clara demonstração de uma revolução silenciosa que está acontece por toda circunferência global.

É cada vez mais evidente o confronto entre poder e os apoderados, porém, com substancial mudança na linguagem desse embate.

Outra forma de expressão desse embate tem se dado dentro da própria internet, através daquilo que se simplificou como ação de “hackers”, que em breve, tão logo sejam erigidos à condição de inimigos dos Estados, não duvido, serão denominados somente de “ciberterroristas”.

Há em curso uma revisão paradigmática, provocada pela ineficiência e distanciamento do poder soberano e seus súditos, resultante da tensão entre a facticidade (acontecimentos) e validade (legitimidade). O que emergirá desse embate ainda é uma incógnita, porém, não se pode desprezar ou tratar como mero ato de rebeldia individual, ações aparentemente pontuais, que, entretanto, possuem uma forte carga explosivo-transformadora.

Nenhum comentário: