Minhas opiniões e publicações, expostas neste espaço, são reflexões acadêmicas de um cidadão-eleitor, publicadas ao abrigo do direito constitucional da liberdade de expressão

"Por favor, leia devagar." (Ferreira Gullar)

22 janeiro, 2009

Labuta

Quinze dias com direito a prorrogação, foi pouco, tinha que ser mais. Acho que as férias deveriam ser de sessenta dias por ano (no mínimo), como são para os Deputados, Senadores, Juízes e tantos outros, apenas um pouco mais iguais que nós.

Trabalho porque preciso, gosto do que faço, mas gosto mais ainda de contemplar a natureza e me inteirar com o nada, ter tempo para ganhar para mim e não perder o pouco e precioso tempo de vida, nessa corrida produtiva que se tornou nossa sociedade.

Criamos um sistema que o trabalho é o sentido da vida, sem trabalho o homem não só não se dignifica, mas também não vale nada. Pensar além de perigoso, não costuma dar camisa para ninguém. Adoro pensar, mas além da camisa preciso comer, morar, me alimentar e manter outras tantas bocas mamíferas que de mim dependem.

Abro mão de contemplar e viver para dar a maior parte do meu tempo ao trabalho, digno e honesto, mas que consome quatorze horas diárias de minha vida. Honestamente, não é por opção é obrigação mesmo, fazer o que, faço minha parte.

Voltei para correr pela vida, pelo sal, pelo salário. Quanta coisa acontece em quinze dias (prorrogados), o Tarso abriga um condenado internacional sob a alegação de falha processual, tecnicamente o ato está correto, só que fico imaginando quantos estão presos no Brasil por falhas processuais grosseiras, ou que já cumpriram suas penas, mas também de forma falha, não foram postos em liberdade; Bush sai Obama entra, com pompa de imperador romano, ainda que o discurso seja perfeitamente adequado e politicamente correto para a ocasião; o operário-meu-patrão elogia o terceiro mandato do Chávez, num ano decisivo para nós, isso porque, de modo “surpreendente” (ninguém se assuste) a Dilma (recém-plastificada) poderá ser rifada, ressurgindo o apedeuta carregado pelos braços do povo à difícil tarefa de conduzi-los por mais quatro anos... quantas novidades para um ano que terminou tão morno.

Pois bem, as férias acabaram e o Blog voltou a colocar as mesas e cadeiras na calçada para quem quiser chegar. Agradeço aos que ficaram por aqui tomando conta da casa, aos amigos de sempre só tenho que agradecer.

7 comentários:

Anônimo disse...

Seja bem-vindo!! Tantos assuntos na pauta para um começo de ano, não é? Para o trabalhador não existe começo ou fim do ano, todo dia é dia!! Beijus

Unknown disse...

Boas Ozéas, também acho 15 dias muito pouco :(
Muitas vezes já me perguntei se não seria melhor morar numa cabana na beira de um rio, pescar para comer, passar o dia na rede lendo, olhando o horizonte... mas cheguei a conclusão que depois de 1 mês seria um tédio...
Viajar pelo mundo seria uma boa, mas além de necessitar de um caixa bem recheado, depois de 1 ano, mata.
Ah sabe, é melhor curtir o que dá com prazer...

Bom trabalho....
Beijo

Anônimo disse...

Uma coisa é certa, não vale a pena fundir a cuca por gente que não vale nada.O Barata errou o texto do juramento e teve que repetir na privacidade.Se fosse no Brasil ia dar a maior fofoca.Começou errando e isso não é bom sinal.

Anônimo disse...

A crise, que começou financeira, transformou-se em econômica e, na ausência de governo, já está se transformando em crise social. A crise social é reflexo, à primeira vista, do maciço desemprego e na conseqüente queda de consumo e na inadimplência que acarretam menor produção e mais desemprego.

Insensível, o governo já projeta a mesma arrecadação de impostos verificada no ano passado, haja vista o impostômetro apresentar valor de 100 bilhões no mês de janeiro, o que projeta arrecadação de 1,1 trilhão de reais no ano. Um fio muito tênue, ao mesmo tempo em que separa, une a crise social à violência, principalmente nos grandes centros urbanos.

Os empregados, mais prudentes que o governo sindicalista, já abrem mão de salários integrais com a correspondente redução de jornada de trabalho, a fim de manter seus empregos. Mas, o governo perdulário, até agora não acenou com a redução de impostos e de gastos, como se vivesse num universo paralelo, imune aos problemas dos mortais que os sustentam.

Em breve teremos convulsão social e, sem forças armadas, uma possível guerra civil, de conseqüências castatróficas.

"LIBERTAS QUAE SERA TAMEN"

Anônimo disse...

Olá, peço que, se possível, divulgue o site do poeta Ulisses Tavares (www.ulissestavares.com.br) em seu blog.
Mandando um email para nós você concorre a um livro por semana do escritor!
Desde já agradeço a gentileza.

Abraços!

Unknown disse...

Grande Ozeas, bem vindo de volta. Mas nem tudo é mau. Nesses quinze dias Brasília, após a estiagem voltou a ficar verde (sem estrar me referindo aos verdes ou ao integralismo) e florecer, peixes reproduziram no pantanal, o sol voltou a brilhar após mêses de temporais, golfinhos invadiram nosso litoral, o ipê, aquí, continua florido, e, eu continuo crendo que de ruim mesmo, no mundo, somente existe o que o homem criou, aliás, criações que, dizem, foi para melhorar nossas vidas e nos tornar mais felizes. Infelizmente vejo o contrário. Parafraseando: "...cada vez mais sinto saudades das minhas vacas." e "mais gosto do cheiro de cavalo que de gente".
Mas, dá para ser otimista: a natureza, que é o que preciso para viver, já existia antes do homem e, após seu (do homem) auto-extermínio continuirá existindo.

Bem vindo de volta, você é para mim um mentor. Se estou hoje para iniciar um mestrado em Direito Público, devo a você, como devo ao seu estímulo e aulas a minha pós.

Um abraço

Ayrton Becalle

Anônimo disse...

Ozeas, você ouviu falar do Projeto 701, para incentivar a criação de blogs jurídicos no Brasil? Deixo o link para que tome conhecimento se já não está sabendo desta nova empreitada.

http://migre.me/9cp

Boa semana!