Terminada nossa dose anual de desatino, guardamos a fantasia no armário, vestimos novamente nossos uniformes operários e voltamos para o trabalho.
Voltamos melhores que fomos ou sequer saímos do lugar? Entorpecemos-nos de alegria ou só fizemos uma parada para resistir o resto da caminhada? Saltamos os dias em prazerosa inconsequência ou teremos que compensar o tempo usurpado? Comemoramos nossas felicidades ou alienamos temporariamente nossos dissabores num mitológico momento momesco?
E se não bastasse somente nossa consciência, ficam esses versos iniciais do Drummond martelando na cabeça:
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
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