Good
Morning, Vietnã! Refletindo há algum tempo, pesando prós e contras, causas e
consequência, ontem no meu Twitter (@ozeaslopes), anunciei uma drástica decisão,
resolvi me associar a turma da Fundação Organizacional De Assistência -
Sociedade Ecumênica, que para quem não conhece é só ler as inicias da entidade,
logo virá à mente que seus propósitos são os mais recomendáveis para saúde
física e mental.
Pois é, não bastassem as contas mensais, que em profissão de
fé são sagradamente pagas, ainda que para isso tenha que me virar como servidor
público, sem reajuste ao longo de seis anos, e, ter de atuar como docente no
período noturno, o que equivale portanto, a uma carga horaria de trabalho
superior a proteção constitucional, ainda tenho as cobranças subjetivas,
inerentes aos posicionamentos de vida que resolvi adotar.
O preço é caro, entretanto, não me arrependo, dá certa
autonomia, até para dizer pra todo mundo, que a Fundação Organizacional De
Assistência - Sociedade Ecumênica é uma opção, principalmente, quando os discos
estrangulam os nervos e a coluna dói (e hoje está doendo!); ainda que isso
pouco importe para a maioria das pessoas, de certo preocupadas com suas justas
necessidades.
Sei que não é fácil, até porque olho para trás e vejo o filho
de uma telefonista com escriturário, que nunca parou de bater as pernas e dar
braçadas, do contrário o afogamento seria inevitável; ser fruto da falta de uma
pensão vitalícia, de um espólio polpudo ou de um negócio de família,
embora não consiga negar que seja um
grande incentivo para início de vida, tem lá suas vantagens, ensina pra gente que
só há um caminho que se pode seguir, qual seja, o que nós escolhemos e construímos.
Vez por outra me pergunto: por que algumas pessoas não batem
suas pernas e sacolejam seus braços? Por que, podendo, não escolhem ou traçam
caminhos que lhes resgatem as autonomias? Acho que isso é de cada um, ou como
ouvi certa vez na travessia das barcas Rio-Niterói: “cada qual é cada um”.
Dessa forma, como falava lá no início, independente dos “carnês
nossos de cada dia”, há também o que nos imputam como déficits sociais; em tom
de cobrança subjetiva, algumas pessoas costumam me perguntar: “afinal, de que lado você
está?”
Sem
dúvida, assumidamente, sou tendencioso, parcial e suspeito de apoiar e seguir
algumas direções.
Por
exemplo, sou contra presos políticos, de qualquer dos lados, portanto, contra a
incriminação dos delitos de opinião; sou contra atos de terrorismo, praticados por grupos, pessoas ou pelo Estado, qualquer que seja o motivo, utopicamente
ainda acredito no diálogo, na tolerância e compreensão; sou contra canalhas que
roubam comidas e remédios de idosos e crianças, valendo-se de fraudulentas
licitações, da mesma maneira que sou contra uma arma apontada na cabeça de um
pai de família, interceptado quando volta para casa depois do trabalho; sou
contra a hipocrisia moralista ao aborto alheio, mas que leva filhas e sobrinhas
até clínicas clandestinas, disponíveis com segurança somente à quem pode pagar
consideráveis quantias; sou contra o fundamentalismo sexual, religioso,
político, na verdade, sou contra a qualquer forma fundamentalista de
interpretar o mundo; sou contra Fidel, que prende e mata seus filhos da pátria,
da mesma forma que sou contra Obama, que prende e mata seus filhos e os filhos
de outras pátrias; sou contra a Al Qaeda, a CIA, o Mossad, as
Brigadas Izz al-Din al-Qassam ou qualquer grupo, organização e instituição que
promova, incentive ou declare a morte como solução dos conflitos; sou contra a
Justiça, o MP e a polícia quando atuam de maneira seletiva, porém a favor da
Justiça, do MP e da polícia quando enxergam do outro lado o Direito, a
sociedade, o cidadão; sou contra prender, internar, culpar ou incriminar
usuários de drogas, mas também, contra o traficante que explora a miséria do
vício e que mata para preservar seu nefasto negócio; sou contra maus-tratos aos
animais e a favor da dignidade humana; sou contra a agressão, o desrespeito e a exploração das mulheres, da mesma forma que a favor que se emancipem por suas
próprias pernas, braços e razões; sou contra a especulação financeira, a
exploração do trabalho, a mais-valia, o trabalho infantil ou escravo, também
detesto vagabundos, principalmente os salvadores do mundo, que se esparramam
nos sofás dos papais e mamães e vivem de proselitismo de caixa de sucrilhos,
dizendo qual o melhor caminho para a sociedade, mas que sequer sabem que horas
começa ou termina a jornada de um trabalhador; sou contra as sextas-feiras para
quem não labutou desde a segunda; sou contra o domingo, porque logo vem a segunda-feira e seus dias de trabalho subsequentes; sou contra a pena de
morte, estabelecida em lei ou executada por criminosos, em especial contra a
defendida pelos irracionais úteis ao sistema, que na maioria das vezes também
sou contra; sou contra a diminuição da menoridade penal, porém a favor da
educação e assistência pré-natal, infantil e adolescente; sou contra a mídia
vendida e a mídia independente filiada a qualquer corrente, me faz falta a
verdade, ainda que utópica; sou contra movimentos sociais aparelhados e a falta
de movimentação cidadã na sociedade; sou contra o flamengo e a favor do
Fluminense; enfim, sou contra muitas outras coisas ou questões, porém a favor
de tudo que represente ser contrário a elas.
Portanto,
quando sou perguntado de que lado estou, a resposta pode ser resumida assim: estou do lado daquilo que acredito, só me cobrem coerência.
No
mais, antes que me exijam outras coisas ou soluções, até porque o que não me
falta são compromissos, recomendo: procurem a Fundação
Organizacional De Assistência - Sociedade Ecumênica, faz um bem danado pro
corpo e coração, principalmente quando a coluna dói.
Um comentário:
“estou do lado daquilo que acredito, só me cobrem coerência”... acredito sempre nisso.
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