Tem gente que é chata e mau-humorada, sofredora do mal da falta da alegria e do sorriso gostoso. Me parece ser esse o caso da procuradora regional dos direitos humanos no Distrito Federal, Dra. Lívia Tinoco, que através de ofício, deu um prazo de dez dias para que as TVs Globo e Gazeta tirem do ar quadros dos programas humorísticos “Zorra Total” e “Sérgio Mallandro”. No caso de descumprimento da determinação, ameaçou a douta representante do MP, vai propor uma Ação Civil Pública contra elas.
Sob o argumento de “homofobia”, a politicamentecorreta-mau-humorada-procuradora, encaminhou às duas emissoras, no último dia 10, uma recomendação para que elas cessem a veiculação de "quadros que incorram na prática de discriminação por orientação sexual contra gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros”.
Politicamentecorreta, a Dra. procuradora dos direitos humanos, me parece que com pouca coisa o que fazer na sua labuta diária, até mesmo porque não deve ter muito bom humor para exercitar seu mister, visitando uma cadeia pública, um abrigo de mendigos, uma casa de recuperação de menores, um orfanato, uma casa de idosos, ou mesmo uma simples delegacia policial.
Não sou defensor de qualquer forma discriminatória, como também sou contra qualquer forma atentatória às instituições democráticas, sou radicalmente contra qualquer manifestação de censura, dos costumes à ideológica. Não acho que opções religiosas, filosóficas, sexuais, profissionais etc, devam servir de achincalhe ou desrespeito à pessoa humana. Mas também sei que o bom-humor sempre trabalhou com o caricato, com o extravagante, com o cotidiano bizarro. Desde que o mundo é mundo, sempre foi esse o objetivo do bufão, fazer a pessoa rir de si mesmo, fazer a pessoa enxergar a própria graça que se encontra na sua máscara social.
Seguindo a lógica da carrancuda Dra. procuradora, daqui a pouco as loiras, os flameguistas, os portugueses, os cornos, os políticos, e mesmo as procuradoras mau-humoradas, não poderão mais ser objeto de piadas e gozações.
A propósito, não conheço os quadros vetados pela procuradora.