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Alguns amigo que pesquisam o tema já de muito
denunciam a "paz" das UPPs, porém, são rotulados de intelectuais
distantes da realidade; nesta questão, dos abusos cometidos pelo Estado, fica
evidente que a "pacificação" não passa de troca de dominadores, as
práticas são consequências.
Quando o tráfico sai de determinada localidade,
entra a milícia ou a segurança pública, cada qual com suas características de
dominação, todavia, nas três hipóteses há sempre o denominador comum da
violência como modus opedandi.
Por outro lado, quando há necessidade da
demonstração de “resultados positivos” do programa oficial, justificadores das
ocupações, nada que uma mídia bem maquiada não resolva; uma foto aqui, uma
entrevista ali, uma matéria acolá, enfim, ninguém chega ao poder impune ou
ingenuamente.
Em termos comparativos, a paz das UPPs, que chega
aos lares dos moradores das favelas – politicamente correto, chamadas de
comunidades – nem se compara com a PAZ dos moradores do asfalto, daqueles que
olham a realidade da sacada das varandas ou dos vidros blindados de seus
automóveis, estes se bastam com o “direito de ir e vir” ao shopping, ou na
tranquilidade de receber sua droga através de um “disk-tenha” qualquer.
Ou seja, a questão da segurança – mais uma vez – se
afirma como instrumento diferenciador de classes sociais, é ferramenta de
controle, vigilância e manutenção do stabelichment,
determinando quem é portador de mais direitos e sobre quem a lei deve incidir
com mais rigor.
Em nome de um bem comum, tudo pode e deve ser
feito, ainda que alguns ovos sejam quebrados neste omelete social.
Para mim, o caso Amarildo é emblemático,
exatamente, por não ser especial, é mais um. Quantos outros "Amarildos"
estão desaparecidos, porém, o silêncio imposto pelo medo não permite responder?
Interessante também é o grau de sofisticação que a
coisa toma, os agentes do Estado chegam ao requinte de monitorar os jornais e as redes sociais
para implantar contrainformação, além de se seguir a família da vítima na busca
de alguma falha ou situação que a todos desmoralize, tudo pago com dinheiro
deste mesmo Estado, quando disponibiliza os meios para essa “investigação”
paralela.
Se isso não é ato de terrorismo, o conceito perde
todo o significado para qualquer outra situação.
O terror do Estado sempre é mais gravoso, porque a lei
não permite a autotutela, portanto, cada cidadão é indefeso diante daqueles
que detêm o munus público da segurança, não há escapes desta rede, que por um
lado limita o indivíduo de se proteger e por outro, acoberta quem tem o dever
de fazê-lo.
A matéria jornalística em comento, pode até merecer
uma reflexão menos apaixonada da que ora faço, todavia, não deve deixar de despertar
aflição.
A rede explícita de violência, que se julgava
ferida de morte com o restabelecimento democrático pós-1988, denota não só
vida como também vigor nos intestinos da segurança pública, entretanto, agora camuflada e
protegida pela lei, projetos e seus executores.
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